Blog do Paraíso: janeiro 2010

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Agnelo pode ser um dos atores dos vídeos de Durval Barbosa


Paira sobre algumas colunas de jornalistas a informação de que o ex-ministro do Esporte, e recém filiado do PT, Agnelo Queiroz seria um dos atores dos vídeos do cineasta Durval Barbosa, responsável por denunciar um grande esquema de corrupção, segundo as investigações, chefiado pelo governador José Roberto Arruda (ex-DEM). Agnelo é pré-candidato do PT ao Governo do Distrito Federal (GDF).

Se a cena de Agnelo for tão comprometedora quanto a do governador Arruda, que aparece recebendo um maço de 50 mil reais, o ex-comunista pode desistir de concorrer ao GDF. Durval Barbosa, ao que tudo indica, está do lado do ex-senador e pré-candidato ao GDF Joaquim Roriz (PSC). E, assim como minou a reeleição de Arruda, pode muito bem estar aguardando a hora certa para destruir a candidatura do ex-ministro do Esporte.

Diz o ditado que, quem não deve, não teme. Agnelo, portanto, pode levar a pré-candidatura ao GDF até o fim. Caso contrário, deve sair da moita, pois atrás vem gente, o deputado federal Geraldo Magela, que também é pré-candidato do PT a governador.

Cabe ao Partido dos Trabalhadores avaliar qual candidatura é melhor, afinal, com o enfraquecimento de Roriz e Arruda por causa dos recentes fatos, o PT tem a chance de voltar ao GDF, depois de 12 anos longe do poder.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Show grátis de Frejat em Brasília


Vamos agora deixar um pouco de lado os meus poucos comentários sobre os fatos da política local e nacional para falar sobre cultura. Cultura grátis, que é melhor ainda. Neste sábado e domingo, o cantor e compositor Roberto Frejat dá prosseguimento, em Brasília, a turnê que divulga o seu novo CD “Intimidade Entre Estranhos”. Ele vai se apresentar no Museu da República, a partir das 20h do dia 30. E às 19h do dia 31, na Praça do Relógio, em Taguatinga. Vai ser uma oportunidade de curtir rock de qualidade e ainda ajudar os Haitianos. A produção do projeto Férias com Arte, que vai trazer, além de Frejat, os shows Jorge Aragão e Forfun para o DF, vai recolher no local donativos para as vítimas do terremoto naquele país. Ficou interessado? Acesse o blog do Férias com Arte. Está interessado mais ainda? Acompanhe as novidades pelo Twitter. Até lá.

sábado, 23 de janeiro de 2010

Baixa bilheteria do filme do Lula revela a exclusão cultural de brasileiros

Como pode um filme sobre um presidente com 80% de aprovação popular não vender, sequer, 1 milhão ingressos?

Assisti ao filme da vida do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Paguei 14 reais, mais 6 de passagem, pois onde moro não tem cinema. Não tomei refrigerante nem comi pipoca, mas comprei, antes, um café por 2 reais e 50 centavos e uma casquinha por 1 real e 50 centavos. Logo, para assistir ao filme “Lula. O filho do Brasil”, gastei 24 reais.

A dona Maria, aquela que é diarista e mora em Samambaia, com os mesmos 24 reais poderia comprar um pacote de arroz 5kg, um quilo de feijão, dois de carne de segunda e ainda lhe sobraria um trocado para comprar pão, pela manhã. Na mão da dona Maria, 24 reais, portanto, é muito importante. Provavelmente, ela não gastaria para assistir “Lula. O filho do Brasil”, ainda que ela fosse fã do presidente. Talvez, dona Maria nem sequer saiba o que é cinema, afinal, nunca foi em nenhum. Não há salas de exibições perto de sua casa.

Dona Maria pode ser um dos 80% da população que aprova o governo Lula. Ela pode até ter votado nele, mas não vai assistir “Lula. O filho do Brasil”, mesmo que tivesse muita vontade de conhecer a vida do presidente mais popular do Brasil. Não vai porque não pode. Não tem dinheiro.

Assim como dona Maria, há milhares de brasileiros na mesma situação socioeconômica. Agora, fica fácil entender porque “Lula. O filho do Brasil”, em três semanas, não vendeu, sequer, 1 milhão de ingressos.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

O que? A polícia do Arruda de novo batendo em estudantes?

sábado, 16 de janeiro de 2010

Fãs do CQC aguardam gafe de Boris no Top Five


Os fãs do programa CQC da TV Band aguardam com ansiedade o próximo Top Five da Televisão Brasileira. Eles esperam que o quadro inclua a grande gafe do âncora do Jornal da Band, Boris Casoy. Em 31 de dezembro de 2009, na chamada para o intervalo do telejornal, dois garis apareceram desejando feliz ano novo. Sem perceber que seu microfone estava ligado, o apresentador fez o seguinte comentário sobre a declaração dos trabalhadores: “Que merda! Dois lixeiros desejando felicidades... (rs, rs, rs) Do alto de suas vassouras... (rs,rs, rs) Dois lixeiros... (rs, rs, rs) O mais baixo da escala do trabalho”.

A preconceituosa e infeliz frase do jornalista Boris Casoy foi ouvida não apenas pelas pessoas que assistiam, naquele momento, o canal da Band. A declaração foi para a internet (veja vídeo acima); a cada dia que passa, é assistida por mais gente e vai ficar lá para como registro.

A Federação Nacional dos Trabalhadores em Serviços, Asseio e Conservação, Limpeza Urbana, Ambiental e Áreas Verdes (Fenascon) já entrou com uma ação cível contra Boris Casoy e a TV Band. “A atitude arrogante e discriminatória do apresentador humilhou não apenas os trabalhadores da limpeza urbana representados pelos companheiros Francisco Gabriel da Silva e José Domingos de Melo como todos aqueles que executam serviços de mão-de-obra como auxiliares de limpeza, porteiros, serventes, zeladores, copeiras, profissionais da construção civil, frentistas e tantos outros que são a base da pirâmide e que contribuem com o desenvolvimento do país graças a sua força de trabalho”, informa, em nota, a Fenascon.

Como se não bastasse o erro de Boris Casoy, o comediante e apresentador do CQC, também da Band, Rafinha Bastos escreveu em seu twitter “Ñ falo do Bóris pq já passei por algo parecido. Vazou um papo meu c/ o Luque. Veja o vídeo: http://bit.ly/4ARmEN”. A gafe que Rafina se refere é, na verdade, uma paródia da preconceituosa e infeliz declaração do jornalista Boris Casoy, o problema é que não tem nenhuma graça. Pelo contrário, revela que o apresentador do CQC não está nem aí para a gravidade da declaração do âncora do Jornal da Band.

Não é a primeira vez que integrantes do CQC fazem piadas sem graça no twitter. Em julho do ano passado, o repórter do programa Danilo Gentili postou uma declaração racista, comparando jogador de futebol com macaco – francamente! E vocês ainda assistem esses caras? Gentili teve que se explicar na justiça. Até onde sei, infelizmente, não foi condenado.

Uma dica para os políticos e celebridades que são atormentadas pelos pelegos do CQC. Toda vez que eles vierem com as perguntas sacanas, não responda. Apenas digam: “Eu não assisti no Top Five o vazamento do áudio do jornalista Boris Casoy. Que frase infeliz, ehin? Que vergonha? Acho que vocês deveriam dar repercussão no programa”. Digam mais ou menos isso e corte a conversa. Não respondam nenhuma réplica, afinal, não vale a pena.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Os algozes humanitários

Por Elaine Tavares - jornalista


A gente do Haiti é gente de muito valor. Foi o único país, no mundo, em que os escravos fizeram uma revolução contra seus senhores e venceram. Foi em 1791, logo depois da revolução francesa. A ilha caribenha ferveu em desejos de liberdade e o povo armado - mais de 500 mil negros num espaço onde viviam apenas 32 mil brancos - botou os colonizadores franceses para correr. Toussaint de Loverture, Dessalines, Alexandre Pétion. Gigantes da luta de libertação que, com suas idas e vindas, erros e acertos, fizeram do Haiti, com a força das gentes, uma nação livre, digna, soberana. Primeiro país abaixo do Rio Bravo a se fazer independente em 1801. Petión acolheu Bolívar e foi o responsável pela virada na cabeça do libertador. Deu a ele guarida, ajuda e só pediu em troca que ele libertasse os escravos da América do Sul. Bolívar mudou.

Mais tarde, as lutas intestinas revolveram o país e várias lideranças passaram pelo poder, até que no início do século XX o mal fadado vizinho do norte, os Estados Unidos, decidiu intervir no país para cobrar dívidas, uma história muito conhecida pelos países latino-americanos. Desde aí, o povo do Haiti sofreu fortes reveses, culminando com a dinastia Duvalier, sanguinária ditadura de pai e filho, que perdurou de 1957 até 1986. Regime de terror, tortura e perseguições, enfrentado com valentia pela população, que pagou caro por isso. A esperança veio em 1990 quando o povo elegeu Jean Aristide, um padre ligado a teologia de libertação. Mas, de novo, os Estados Unidos meteu o bedelho na vida do país, evitando que por ali tremulasse alguma bandeira vermelha. A eles, no Caribe, já bastava Cuba. Sem grandes riquezas para serem cobiçadas, a gente do Haiti sofreu “preventivamente”. Em 2004, depois de idas e vindas, com o apoio dos EUA, Jean Aristide se elege novamente, mas é deposto em seguida por um golpe, igualmente apoiado pelos EUA, mergulhando novamente o país num caos político.

É quando entram as “forças de paz” da ONU, ocupando o Haiti a pedido dos Estados Unidos. Vários países, tendo Brasil à frente, enviaram suas tropas, alegando que estavam ajudando a manter a ordem, De novo, o povo do Haiti ficava sob a tutela das armas alheias, como se não fosse capaz de definir por si mesmo o seu destino. Desde aí o país está ocupado militarmente, com denúncias diárias de mortes, torturas, estupros, violências de toda ordem. Morte diária, cotidiana, naturalizada. Estas não saem nos jornais. Contra elas não gritam os Casoys, os Bonners e outras bocas alugadas.

Agora, não bastasse toda esta história de dominação, o Haiti sofre uma tragédia natural, uma a mais, nem tão natural, já que é resultado da destruição que vem sendo imposta ao planeta pela ganância dos donos do capital. Milhares de pessoas estão mortas, ceifadas num único dia. Tragédia massiva. Então os jornais se inundam de matérias sobre a ajuda humanitária. Países de todas as cores enviam remédios, alimentos. A Globo e CNN destacam a ajuda estadunidense, “governo tão bom”, o mesmo que deixou a míngua os atingidos do Katrina. As pessoas choram diante da TV, organizam ajuda solidária nos seus bairros, observam aliviadas a humana bondade da França, da Alemanha e até do FMI (pasmem) que decidem doar alguns punhados de dólares. Falam ainda da providencial presença dos “cascos azuis”, soldados da ONU, que estão ajudando no resgate das vítimas, no auxílio aos feridos, etc...

Sim, me compadeço com a tragédia haitiana deste triste 13 de janeiro. Mas, com Venezuela, com Cuba e com outros tantos lutadores sociais tenho feito isso desde que as forças da ONU entraram no país a pedido dos EUA. Contra Lula gritando pela retirada das tropas, e com Fidel e Chávez, entendendo que se alguma ajuda precisava o povo da ilha caribenha era a de médicos, engenheiros, professores, dentistas, enfim, gente que amparasse e fortalecesse as gentes. Não soldados armados para reprimir, matar, mutilar, torturar, estuprar. Doem em mim, sim, as mortes massivas deste dia 13, mas me doem também, com igual força, as mortes cotidianas, recorrentes e naturalizadas no Haiti, no Afeganistão, no Rio de Janeiro, em São Paulo, na periferia de Florianópolis. A ajuda humanitária nestes dias de inferno pós-terremoto não pode ser uma mera musculação de consciência daqueles que doam um quilo de arroz e dormem tranqüilos. Há que se comprometer com a proposta de mudança e libertação. A tragédia haitiana é muito maior do que este terremoto de 13 de janeiro. O terremoto da dependência, da subordinação, da superexploração do trabalho, da ocupação armada é cotidiano, e já dura tempo demais. O país está em escombros e não é de hoje. Ajudar as vítimas da catástrofe do tremor é urgente e necessário, mas não dá para saudar os algozes. Estes que posam de bons moços, enviando alguns dólares, são os responsáveis pelo terremoto cotidiano. Isso não podemos esquecer!

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

PT vai desnudar a Câmara Legislativa; haverá 450 requerimentos só na CPI


A líder do PT na Câmara Legislativa, a deputada Erika Kokay, compareceu à plenária do Movimento contra a Corrupção, realizada nessa quarta-feira, 13, no Teatro dos Bancários. A deputada revelou para os presentes a estratégia da bancada petista para evitar a pizza recheada com panetone. “Nós vamos desnudar a Câmara Legislativa”, afirmou.

Erika Kokay explicou que a base governista voltou do recesso muito bem articulada para salvar, tanto o governador, quanto os deputados envolvidos no escândalo do Mensalão do DEM, e que o PT usará todos os recursos possíveis para mostrar que a Casa não julgará os culpados, criando, assim, condições para uma intervenção federal. “Nós temos 450 requerimentos para apresentar na CPI”, informou.

A plenária do Movimento contra a Corrupção foi convocada após a recente manobra dos suspeitos e aliados do governador do DF, José Roberto Arruda (ex-DEM). Na segunda-feira (11), eles criaram as comissões de formalização (CCJ) e de investigação (CPI) dos processos de impeachment do governador, ocupando a maioria dos cargos, inclusive, de presidente e de relator.

“Na próxima semana, vamos pedir o afastamento de Eurides Brito da CCJ”, prometeu a líder do PT na Câmara Distrital. A deputada Eurides Brito, líder do PMDB, foi flagrada num vídeo enchendo sua bolsa com maços de dinheiro, ainda assim, não tem nenhum constrangimento ao participar da Comissão de Constituição e Justiça que julgará o processo de impeachment contra o governador Arruda.

De acordo com Erika Kokay, os suspeitos e aliados do Arruda se sentem protegidos quando são tratados genericamente como a base governista. “Temos que mostrar a postura do parlamentar individualmente”, sugeriu.

Após a fala da deputada petista, a mesa diretora da plenária do Movimento contra a Corrupção informou que o governador Arruda foi vaiado no Palácio do Itamaraty, durante uma cerimônia com governadores e prefeitos das cidades sedes da Copa do Mundo de 2014. Confira abaixo o material do DF TV que mostra a cena:

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Movimento contra a Corrupção discute, nesta quarta, 13, combate à impunidade


A Câmara do Distrito Federal (DF), com exceção de um ou dois deputados, não tem nenhuma condição de julgar os envolvidos no Mensalão do DEM, principalmente, depois da recente manobra, onde suspeitos e aliados do governador do DF, José Roberto Arruda (ex-DEM), são maioria e ocupam os mais importantes cargos nas comissões que avaliarão os pedidos de impeachment. Preocupado com a iminente impunidade do governador e dos envolvidos no inquérito 650 do Supremo Tribunal de Justiça, o Movimento contra a Corrupção, composto por integrantes de diversos segmentos da sociedade, realiza nesta quarta-feira, dia 13, às 19h, no Teatro dos Bancários, uma plenária para discutir os próximos passos de mobilização da sociedade civil.

“Cada um de nós tem a sua parcela de responsabilidade neste momento”, reconhece a diretora do Sindicato dos Professores do DF (Sinpro-DF) Augusta Ribeiro. “Precisamos mostrar que não aceitaremos mais ridículos pedidos de perdão, que não aceitaremos o cinismo e a cara de pau dessa turma da direita que se julga imune”, acrescenta. De acordo com a diretora do Sinpro, os “defensores” do governo Arruda são pagos com o dinheiro público para se contrapor ao Movimento, composto por estudantes, professores, trabalhadores, entre outros.

A diretora Augusta Ribeiro, inclusive, convoca todos os professores que estiverem na cidade para convidar amigos, vizinhos e familiares para participarem juntos da plenária do Movimento contra a Corrupção. “Apresentem sugestões, dêem ideias para a luta, pois só o povo organizado pode vencer o poder do dinheiro que comanda a nossa capital”, clama a diretora.

O Teatro dos Bancários fica na 314/315 da Asa Sul, Plano Piloto.

Twitter de apoio a Roriz retoma atualizações e comete gafe


O Twitter do Blog do Azul, que apoia a pré-candidatura do ex-senador Joaquim Roriz (PSC) ao Governo do Distrito Federal (GDF), retomou as atualizações cometendo uma gafe. O microblog pede aos rorizistas que apoiem as manifestações do movimento Fora Arruda. O problema é que um dos lemas do Fora Arruda é “Arruda, PO e Roriz nunca mais”, conforme o convite para o protesto dessa segunda-feira (11), publicado aqui em 7 de janeiro.

“Pedimos aos rorizistas que se manifestem contra Arruda nas manifestações do movimento Fora Arruda e pelas ruas do DF”, convoca o Twitter do Blog do Azul, em mensagem publicada nessa segunda-feira (11). “Se não houver uma pressão maior da população contra Arruda e sua corja, tudo isso que vemos na mídia nos últimos tempos vai dar em nada”, diz outro tweet (mensagem).

O Twitter rorizista ainda faz promessa sobre o retorno do político que governou o DF durante 14 anos. “Nas próximas semanas muitas surpresas ainda virão! Vem com tudo, Roriz!!”. É... O Blog do Paraíso vai estar de olho nessas surpresas.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Resultado parcial de enquete chapa branca favorece Arruda

O Correio Braziliense, o jornal impresso mais importante do Distrito Federal (DF), porém, chapa branca, afinadíssimo com o governador do DF, José Roberto Arruda (ex-DEM), faz a seguinte pergunta, numa das enquetes de seu site: “Qual a melhor alternativa para Brasília após a crise que atingiu o governo local com a Operação Caixa de Pandora?”.

O leitor tem seis alternativas. A primeira, uma das piores, é “Arruda deixa o governo e Paulo Octávio assume com condições de disputar a reeleição”. A segunda opção, a pior de todas, é “Arruda e Paulo Octávio deixam o governo nas mãos do presidente da Câmara Legislativa, Leonardo Prudente, e não disputam eleição”. A terceira, a melhor alternativa, é “Arruda, Paulo Octávio e todos os citados na Operação Caixa de Pandora, inclusive Leonardo Prudente, deixam os cargos e o presidente do TJDFT assume o GDF. Ninguém disputa eleição”. A quarta seria uma boa alternativa se a Câmara Legislativa tivesse moral para escolher um novo presidente, pois a opção diz “Arruda, Paulo Octávio e Leonardo Prudente deixam os cargos e um novo presidente é eleito na Câmara Legislativa para assumir o governo até o final de 2010”. A quinta, uma apologia à impunidade, “Arruda fica no governo até o fim. Paulo Octávio sai candidato ao governo”. E a última, além de utópica, não prevê o impeachment do governador. Eis: “Arruda fica no governo até o fim, mas não interfere nas eleições. Paulo Octávio não concorre a nenhum cargo”.

Até este momento, que escrevo e publico este artigo, vence, com 40,75%, a alternativa que é utópica e não prevê o impeachment do governador. Em segundo lugar, com 39,77%, está a alternativa da impunidade. E, com apenas 18,94%, fica o que seria a melhor alternativa, “Arruda, Paulo Octávio e todos os citados na Operação Caixa de Pandora, inclusive Leonardo Prudente, deixam os cargos e o presidente do TJDFT assume o GDF. Ninguém disputa eleição”. A alternativa que seria boa se a Câmara Distrital tivesse moral possui 0,34% de votos. A opção “Arruda deixa o governo e Paulo Octávio assume com condições de disputar a reeleição” tem 0,18% e a pior alternativa, ainda bem, tem 0,1%.

A alternativa utópica e a opção da impunidade são bastante parecidas. Nenhuma das duas pede o impeachment do governador Arruda. Juntas, representam 80,52% dos votos dos leitores. Não há na enquete a quantidade de votantes.

Conclusão. Fica claro que o Correio é escrito por (não digo todos) Arrudistas para Arrudistas.

Outra observação. A palavra impeachment, em nenhum momento, é citada na enquete. Dá para levar a sério?

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Arruda perdoou você, contribuinte, pela sua indignação. Agora ele quer seu perdão pela corrupção


Um ator. O papel é de vítima. “Quero dizer a vocês, de coração mesmo, que eu já perdoei todos os que me agrediram. Eu perdoo a cada dia aos que me insultam. Eu entendo as suas indignações, pela força das imagens. E sabe por que eu perdoei? Porque só assim eu posso também pedir perdão dos meus pecados.” Bravo! O governador do Distrito Federal (DF), José Roberto Arruda (ex-DEM), merece um Oscar pela interpretação.

Chefe, segundo a Polícia Federal (PF), de uma organização criminosa de arrecadação de propina, Arruda fez a encenação, amplamente divulgada por toda a imprensa, nessa quinta-feira (7), durante a solenidade de posse de diretores das escolas públicas do DF.


Quem Arruda já perdoou? Só pode ser o autor das denuncias que revelaram o grande esquema de corrupção, Durval Barbosa. Ou será que ele também se refere a toda a sociedade brasileira, que ficou indignada com a divulgação das investigações da operação Caixa de Pandora? Será que o perdão do Arruda também é para os participantes do protesto de 9 de dezembro de 2009, aqueles membros da sociedade civil organizada que foram agredidos pela polícia do governador?

Você, brasileiro, cidadão, contribuinte, que está indignado com o governador Arruda já pode dormir com a consciência tranquila, pois o governador do DF até entende a sua indignação, “pela força das imagens”. Você, que viu o seu dinheiro colocado em cueca, meias e enormes bolsas, está perdoado. E “de coração”.

Quer dizer, sua ofensa perdoada, amigo contribuinte, é ficar inconformado e indignado com a prática criminosa. Agora, em troca, você terá que perdoar o governador Arruda por ter recebido 50 mil reais para o caixa dois de sua campanha em 2006 e por todos os crimes revelados pelas investigações da Polícia Federal, como formação de quadrilha e compra de deputados, extorsão e arrecadação de propina de empresas prestadoras de serviço para o Governo do Distrito Federal (GDF).

Tudo bem. Eu perdoo o governador Arruda, mas quero que ele devolva o dinheiro público que pode ter sido desviado. Quero também que ele deixe o GDF e abandone a vida política. Meu perdão será maior ainda se ele abrir o jogo e dizer qual é o envolvimento do ex-governador Joaquim Roriz (PSC) no esquema de corrupção.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Movimento Forra Arruda e Toda Máfia não tira férias


O movimento Forra Arruda e Toda Máfia não tirou férias, apenas um recesso que terminou nessa quarta-feira (6), quando, às 19h, o grupo realizou uma reunião ordinária, primeiro compromisso da agenda de manifestações para o início deste ano eleitoral.

Publicado no blog Forra Arruda e Toda Máfia, o calendário prevê, para as 10h deste sábado (9), um encontro para elaboração de atividades, confecção de faixas, além de ato. A reunião será na Praça do Relógio, em Taguatinga.

O próximo compromisso, a ser realizado no domingo (10), será uma visitinha à casa do deputado Leonardo Prudente (ex-DEM), aquele que ficou famosíssimo depois de aparecer num vídeo abarrotando as meias com maços de dinheiro e, mesmo assim, não se sente constrangido em continuar presidindo a Câmara Distrital.

A última atividade da primeira agenda de 2010 será um grande ato na Câmara Legislativa, às 10h da próxima segunda-feira, dia 11. Isso mesmo. O movimento acompanhará o retorno das atividades dos deputados distritais, que prorrogaram para este mês o julgamento dos processos de impeachment contra o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (ex-DEM), e do vice Paulo Otávio (DEM).

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Vídeos de apoio aos principais candidatos a presidente circulam na net

O resultado das eleições presidenciais de 2010 poderá revelar a verdadeira influência da Internet numa campanha política de âmbito nacional, no Brasil. Nos Estados Unidos, o presidente americano Barack Obama já mostrou ao mundo que em seu país a internet tem um grande papel num pleito presidencial. A experiência de Obama motivou os estrategistas políticos brasileiros mais ainda. Sites, inicialmente criados para relacionamento, tornaram-se, ao mesmo tempo, noticiosos e uma boa ferramenta para a divulgação de propostas, ideias e nomes de políticos com pretensões eleitorais. No You Tube, por exemplo, circulam vídeos de apoio a candidata do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a ministra Dilma Rousseff. Veja:

Publicado em 2 de novembro de 2009 pelo cantor e compositor Tião Simpatia, o vídeo já teve 575 exibições, mas uma nova versão, postada em 2 de janeiros deste ano pelo Blog da Dilma, ganhou mais atenção. Em apenas 4 dias, já tem 1 mil 197 exibições. Parece pouco, mas não é, se o número for comparado ao vídeo de apoio ao principal adversário de Dilma, o governador de São Paulo, José Serra (PSDB). Publicado no You Tube em 3 de setembro de 2009, até agora (rs,rs,rs), o vídeo “Eu Quero Serra Presidente PSDB” só teve 87 exibições. Confira abaixo:

Mas o campeão de audiência, entre estes três vídeos, foi publicado em 14 de dezembro de 2008 – a antiguidade da publicação favorece o número alto de exibições, mas não é o principal e único fator a ser considerado. Com o título “Não Quero José Serra Presidente”, a montagem foi feita por Lucas28031999 (não há mais informações no perfil dele) e já tem 4 mil 584 exibições. Assista:

Tem este também:

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Por que Roriz deixou de ser aliado de Arruda e passou a ser inimigo?


O ex-governador Joaquim Roriz (PSC), quando deixou o Governo do Distrito Federal (GDF) para concorrer a uma vaga de senador, nas eleições de 2006, apoiou abertamente a candidatura do então deputado federal José Roberto Arruda (ex-DEM) ao GDF. Na época, a decisão de Roriz causou mal estar na vice-governadora Maria de Lourdes Abadia (PSDB), que assumira o governo no lugar de Joaquim e era candidata a governador. O tempo passou e Roriz, de apoiador, passou a ser inimigo de Arruda, inclusive, para o atual governador, a grande crise no Distrito Federal é uma armação do ex-governador. Mas por quê?

Em 2006, para ser o candidato do Democratas, na época chamado de PFL, Arruda prometeu para Paulo Otávio (DEM), hoje vice-governador, que não se candidataria, em 2010, à reeleição de governador. Preço que pagaria, caso Otávio desistisse de concorrer ao GDF, naquela eleição. A proposta de Arruda se transformou num acordo público, documentado e assinado até por testemunhas.

Certamente, em 2006, assim como o inocente Paulo Otávio, Roriz deve ter acreditado na promessa de Arruda e, por isso, lhe deu apoio na eleição para governador. Joaquim, deve ter pensado, não posso concorrer a um terceiro mandado, mas posso voltar em 2010; não perderei nada se apoiar Arruda, pelo contrário, ganharei um aliado que não me atrapalhará nas próximas eleições. Roriz e Paulo Otávio estavam redondamente enganados.

Arruda foi eleito governador e Roriz, senador. As más línguas especulam que, em 2007, o governador aplicou um golpe em Joaquim, influenciando a Polícia Civil que, numa investigação, revelou uma gravação onde Roriz negociava a partilha de um cheque do Banco de Brasília no valor de 2,2 milhões de reais com o dono da Gol, o empresário Nenê Constantino – preso em maio de 2009 por ser suspeito de cometer dois homicídios. Roriz disse que parte do dinheiro foi usada para comprar um boi. A história não se sustentou e virou a piada do “boi de ouro”. O fato obrigou Roriz a renunciar o mandato para não ser cassado.

No início de 2009, bem antes de vir à tona o grande esquema de corrupção revelado pelas investigações da Polícia Federal, Arruda dava claros sinais de que não cumpriria o acordo com Paulo Otávio. A reeleição do então único governador pelo Democratas era tida como certa, principalmente, porque as propagandas e a cobertura chapa branca da imprensa estavam convencendo a população que Arruda fazia um excelente governo, que transformou o Distrito Federal num verdadeiro canteiro de obras. Até o início da campanha de 2010, a intenção do governador era fazer 2 mil inaugurações.

A última cartada que deixou mais evidente ainda a intenção de Arruda se reeleger governador foi a briga entre o presidente do PMDB-DF Tadeu Filippelli e o ex-governador Roriz. O confronto teve início depois que Filippelli, provavelmente a mando de Arruda, negou legenda para Roriz disputar novamente o GDF. O PMDB-DF sempre fez, e ainda faz, parte da base aliada do atual governador, inclusive, o nome do presidente nacional do PMDB, o deputado federal Michel Temer, é citado em gravações como um dos beneficiados pelo dinheiro arrecadado por Arruda, segundo as investigações, chefe de um grande esquema corrupto de cobrança de propina de empresas prestadoras de serviço para o GDF.

Antes de pedir a desfiliação do PMDB, Roriz chegou a bater boca com Filippelli, num encontro do Partido, onde chamou o ex-aliado de “mentiroso” e “vagabundo”.

Em 16 de setembro, o mesmo dia em que Roriz saiu do PMDB, Durval Barbosa, então secretário de Relações Institucionais do GDF, prestou ao Ministério Publico do Distrito Federal e Território o primeiro depoimento que revelou o grande esquema corrupto de arrecadação de propina.  Foi justamente naquele dia que Durval entregou os vídeos que gravou, dentre eles, o que Arruda aparece recebendo um maço de 50 mil reais.

A partir daí, tiveram início as investigações que deram origem a operação Caixa de Pandora da Polícia Federal, assunto que deixou de ser local e passou a ser nacional, causando revolta e indignação em todo Brasil. Manifestantes foram às ruas pedir o impeachment de Arruda e de Paulo Otávio, bem como a punição de todos os envolvidos. Além do desgaste político, o governador, para não ser expulso do DEM, teve que pedir sua desfiliação. Agora, poderá cumprir o acordo com o vice-governador, pois está impedido pela justiça eleitoral de concorrer a qualquer cargo eletivo nas próximas eleições – o prazo de troca de partido terminou em 3 de outubro do ano passado.

E agora? A novela acabou? Não. Ainda não. Pelo contrário. Ela inda está pela metade. Falta o julgamento dos processos de impeachment contra Arruda e Paulo Otávio e dos processos por quebra de decoro contra os parlamentares vendidos.

Arruda, provavelmente, não ser dará por vencido. Embora não possa se candidatar, poderá muito bem apoiar, nos bastidores, algum adversário de Roriz. As denúncias de Durval Barbosa também custarão muito caro para Joaquim. Arruda poderá dar um troco a altura na véspera das eleições.

domingo, 3 de janeiro de 2010

Joaquim Barbosa deveria ser o primeiro presidente negro do Brasil


O primeiro ministro negro do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, reconheceu que o poder “judiciário tem parcela grande de responsabilidade pelo aumento da corrupção em nosso país”.

A propósito, acabei de lembrar que, em 1º de janeiro, o advogado Francisco Caputo tomou posse na presidência da Ordem dos Advogados do Brasil no Distrito Federal (OAB-DF). Caputo foi eleito em 2009 com o apoio do governador do DF, José Roberto Arruda (ex-DEM), e do vice-governador Paulo Otávio (DEM). Arruda e Otávio são investigados pela Polícia Federal por suspeitas de participação em um grande esquema de corrupção, conhecido no Brasil inteiro por mensalão do DEM. A ex-presidente da OAB-DF Estefânia Viveiros entregou, ano passado, um pedido de impeachment contra o governador e o vice.


Não sei por que, mas acabei lembrando deste fato... e justamente agora (!!) ao comentar a declaração de Joaquim Barbosa, publicada neste domingo (3), no jornal O Globo. Para o ministro, “a generalizada sensação de impunidade verificada hoje no Brasil decorre em grande parte de fatores estruturais, mas é também reforçada pela atuação do Poder Judiciário, das suas práticas arcaicas, das suas interpretações lenientes e muitas vezes cúmplices para com os atos de corrupção e, sobretudo, com a sua falta de transparência no processo de tomada de decisões”. Mais uma vez, as palavras de Joaquim Barbosa expressam o sentimento de muitos brasileiros.



Em 22 de abril de 2009, a TV Justiça flagrou, ao vivo, o que eu, e talvez você, estimado leitor, desejaria ter dito para o presidente do STF, o ministro Gilmar Mendes. “Vossa Excelência está na mídia, destruindo a credibilidade do Judiciário brasileiro”, desabafou Barbosa, conforme o vídeo acima, que já teve 219 mil e 996 exibições no you tube.


Bem antes da discussão com Joaquim Barbosa, o presidente do STF ficou bastante famoso por causa do prende e solta do banqueiro Daniel Dantas, dono do Opportunity. O que aconteceu na verdade foi que a Polícia Federal (PF) prendeu, em 8 de julho de 2008, Daniel Dantas, mas Gilmar Mendes, bem ágil, soltou, já no dia seguinte, o banqueiro com a liberação de um habeas corpus. Só que, com base em novos documentos apreendidos pela PF, o juiz da 6ª Vara de São Paulo, Fausto de Sanctis, fez um novo pedido de prisão para o dono do Opportunity. Quando a história parecia encerrada, com Dantas encarcerado, Mendes, para mostrar sua autoridade, expediu novamente, também com muita agilidade, mais um habeas corpus que deu a liberdade para Daniel. Talvez seja a este episódio que o ministro Joaquim Barbosa se refere ao dizer que Mendes está “destruindo a credibilidade do Judiciário brasileiro”.


Não sei não, mas eu acho que Barbosa deveria ser o primeiro presidente negro do Brasil.