Blog do Paraíso: A tragédia de Rali (III parte)

sexta-feira, 22 de junho de 2007

A tragédia de Rali (III parte)


Confesso que quase mudei o título de minha história quando a vi. Pensei em “A vida é bela”. Ou “A paixão de Rali”. Ou ainda “A vida é dura, entretanto, o amor compensa”. Sim, leitor, foi amor a primeira vista... Amor a primeira vista? Para falar a verdade, não acredito em amor a primeira vista, mas, sim, tesão a primeira vista. Porém, meu caro, estou tentando contar este capítulo com o maior lirismo possível. Entenda, portanto, o exagero.

Bom. Mas no caso da minha amada, não foi tesão a primeira vista. Geralmente uma mulher tesuda é bem diferente da mulher “moderna”, que tem o corpo quase semelhante ao masculino, com bunda e seios pequenos. Já a mulher tesuda tem uma bunda bem redonda e avolumada, corpo no formato violão e seios fartos. Minha musa se enquadra no perfil da mulher idealizado pelas feministas, por isso que chamo de “moderna”.

A primeira vez que a vi nem me importei. Mas, repito, para minha história ficar romântica, digo que foi amor a primeira vista. Eu estava triste, caminhava pelo parque, observava laconicamente o horizonte, fitava o entardecer. Uma lágrima escorria de minha face. O motivo de tanta desolação, meu tinha havia perdido a final do campeonato.

Em meio à aflição, de repente, fui envolvido por um aroma de rosas. Conforme ela passava, a grama verde se transformava em um jardim de lindas flores. Os longos cabelos castanhos faziam movimentos cativantes e enfeitiçados. Naquele momento, senti uma sensação inefável...

- Vixe!! Lá vem os home!!
- Todo mundo para a parede!

Ufa! Ainda bem que a legislação não permite a prisão de usuários de drogas. Os Policiais Militares acabaram com minha lombra. Apagaram meu cigarro de maconha e me deram um bacu. Dessa vez eles não foram tão violentos. Não meteram o coturno em minhas pernas para abri-las mais ainda. Mas deram uma pancada um pouco forte no meu escroto ou popular saco.

Ora, leitor desatento. Moro na invasão da Vila Estrutural. Lá não tem parques urbanos. Eu estava, na realidade, na esquina puxando um beck. Realmente, triste, pois meu time, com já disse, perdeu a final. Natasha, minha vizinha e amada, caminhava pela rua sem asfalto. Arrastava poeira com a chinela. Joguei um coiote (assobio) para ela, que nem olhou. Não foi a primeira vez que a vi. Afinal, ela mora lá e passa todo dia naquela rua. De repente, uma viatura da PM passou e fez uma revista (bacu) em nós, eu e os manos que estavam comigo. Acho que o efeito da cannabis me fez descrever o cenário.

Já que aterrissei na realidade nua e crua, contarei como me apaixonei por Natasha no próximo capítulo.

Nenhum comentário: