Blog do Paraíso: Mensalão do DEM deixa indefinida disputa para governador do DF

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Mensalão do DEM deixa indefinida disputa para governador do DF


A disputa para governador do Distrito Federal (DF) tomou um novo rumo, depois que veio à tona o mensalão do DEM. Antes, havia três candidatos favoritos. O atual governador do DF, José Roberto Arruda (ex-DEM), o ex-governador Joaquim Roriz (PMDB) e o recém-filiado ao PT Agnelo Queiroz. Muitos acreditavam num segundo turno entre Arruda, considerado até então o candidato mais forte, e Roriz, enfraquecido por ter saído do PMDB. Havia ainda outra possibilidade, talvez a mais distante. O candidato petista poderia se beneficiar do racha entre Arruda e Roriz e ir para o segundo turno com um dos dois.

Agora, com o escândalo do mensalão do DEM, onde Arruda seria o chefe de um grande esquema de arrecadação de propina, compra de apoio de deputados distritais, caixa dois em campanha eleitoral, dentre outros crimes, a disputa para governador, em 2010, toma outro rumo.

Arruda deixa de ser o candidato mais forte. Com sua desfiliação do DEM, segundo a lei eleitoral, o governador não poderá se candidatar à reeleição, pois o prazo de filiação de candidatos terminou em 3 de outubro.

Os candidatos mais conhecidos, portanto, são Roriz e Agnelo, o que não quer dizer que serão os favoritos. A saída de Arruda da disputa para governador abre espaço para novos nomes. Apesar de ter feito um acordo com Chico Vigilante, presidente do PT-DF, existe a possibilidade de o deputado federal Geraldo Magela retornar para a disputa. O acordo entre os dois foi celebrado durante as eleições internas do PT – o tal do Processo de Eleições Diretas (PED). No acordo, Dirsomar Chaves, candidato a presidente do PT apoiado por Magela, deixou a disputa para apoiar Roberto Policarpo, candidato do Chico Vigilante, em troca do apoio do PT-DF à candidatura de senador do deputado Magela. Policarpo venceu com 75% dos votos a eleição para presidente do PT-DF.

Agnelo ou Magela, o PT, se souber aproveitar a atual situação, tem uma grande oportunidade de voltar ao Governo do Distrito Federal. Principalmente, se o partido repetir no DF a aliança nacional do PT com o PMDB. A não ser que o deputado federal, e presidente do PMDB-DF, Tadeu Fillippelli arrisque uma candidatura solo ou, o que é mais difícil ainda, apóie outro partido.

O senador Cristovam Buarque (PDT), que já foi governador do DF, pelo PT, é outra possibilidade, que teria como vice o deputado distrital José Antônio Reguffe (PDT). Mas parece que Cristovam quer ser mesmo é presidente do Brasil. Ele, portanto, buscaria a reeleição, ganharia mais oitos anos no Senado e concorreria à presidência da República em 2014, sem o risco de ficar sem mandato. O senador pedetista ainda não deixou claro para a opinião pública o que quer.

Se Cristovam não for candidato a governador, Reguffe pode ser, embora ele tenha retirado sua pré-candidatura. Mas isso foi antes de vir à tona o mensalão do DEM. Agora, as coisas são diferentes.

Roriz, Agnelo, Magela, Filippelli, Cristovam e Reguffe são alguns dos nomes para candidato a governador. Podem surgir mais, como o da ex-vice-governadora Maria de Lurdes Abadia (PSDB). Até porque a época de dossiês ainda não chegou. Geralmente, os documentos surgem no calor das eleições e podem, até, derrubar potenciais candidatos com revelações de crimes cometidos há pouco tempo pelo político. Em outra frase, tudo pode acontecer até o resultado final da disputa para governador do DF.

Nenhum comentário: