Em 2006, diplomacia americana suspeitou de irregularidades em convênios da Unesco com ministérios do governo brasileiro
Por Julio Cruz Neto, especial para a Pública
A sede da Unesco em Brasília foi tema de vários telegramas da diplomacia americana, como mostram documentos vazados pelo Wikileaks e divulgados pela agência Pública, que até hoje permaneciam inéditos na imprensa brasileira.
São diversas denúncias que giram em torno de uso indevido de verbas, e envolveram ingredientes de peso, como a relação bilateral Brasil-EUA, os empregos de muitos funcionários da Esplanada dos Ministérios e a imagem do órgão da ONU perante a justiça e a sociedade brasileira.
A Unesco (Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura) tem sede em Paris.
Foi na embaixada dos Estados Unidos na capital francesa que o assunto circulou durante o ano de 2006. O primeiro dos seis telegramas a que a Pública teve acesso é de 4 de abril e diz: “Comitê executivo da Unesco considera plano do diretor-geral para ‘reorientação’ do escritório problemático de Brasília”.
A diplomacia americana viu com gravidade as denúncias de que através de convênios com os ministérios brasileiros, a Unesco estava subcontratando trabalhadores para esses ministérios – sem concurso público ou prestação de contas. Os americanos temiam que isso pudesse representar um risco legal, já que corria uma ação civil por improbidade administrativa contra a Unesco, por supostamente causar danos aos cofres públicos brasileiros.
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