Existe um grupo na política que sempre se dará bem. Independente de qualquer partido, quem compõe esse grupo sempre será governo. Nunca oposição. São pessoas, na verdade, que dançam conforme a música.
No Distrito Federal (DF), por exemplo, existem muitos cabos eleitorais que trabalharam durante anos para o ex-governador Joaquim Domingos Roriz (PSC-DF). Hoje, são apoiadores do governador eleito Agnelo Queiroz (PT-DF), mas, antes, eram bajuladores do ex-governador José Roberto Arruda (eterno ex-DEM).
Isso acontece porque, quando eles percebem que o barco vai afundar, sem hesitar, abandonam o navio e procuram um novo refúgio, de preferência, uma embarcação que segue em vento e polpa.
Aconteceu em 2006, quando Roriz se candidatou a senador pelo PMDB e apoiou o então candidato José Roberto Arruda (ex-DEM-DF), que venceu já no primeiro turno.
Aconteceu neste ano, quando, no segundo turno, todas as pesquisas apontavam Agnelo Queiroz vencedor destas eleições.
Pessoas que sempre foram contra o PT, que sempre tiveram ojeriza, asco, vilipêndio pela aquela gente que usa vermelho e carrega no peito a estrela vermelha, hoje, sem nenhum pudor, fala que sempre foi petista.
Mas isso só vai durar os primeiros anos do governo de Agnelo. Assim que o barco começar a enfrentar as primeiras turbulências, eles vislumbrarão no horizonte uma nova embarcação e, no momento certo, quando o capitão Agnelo não tiver mais controle da situação, “tum”, saltarão de corpo e alma, deixando o navio afundar.
Foi exatamente isso que aconteceu no governo Arruda. Enquanto o barco navegava nas mais tenras águas, com raríssimas exceções, todo mundo era arrudista. Até que o senhor Durval Barbosa, a mando ou não de Roriz, revelou as devastadoras imagens que compõe o mais bem documentado escândalo de corrupção já visto na história deste país.
Arruda foi preso e cassado. Eles logo perceberam que o barco já não aguentava mais e saltaram para junto do capitão Agnelo. Outros foram para junto de Roriz, mas logo depois mudaram de ideia e decidiram seguir os “companheiros”, principalmente, quando viram o enquadramento do ex-governador na lei da ficha limpa.
Para essa gente, é assim que se faz política, é assim que é a política. Ontem, todo mundo era DEM. Hoje, todo mundo é PT. Amanhã, PSDB.
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