Blog do Paraíso: Quem nunca se achou um idiota que atire a primeira pedra ou, melhor ainda, que invente uma mentira!

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

Quem nunca se achou um idiota que atire a primeira pedra ou, melhor ainda, que invente uma mentira!


Sinceramente, de vez em quanto e ultimamente, sinto-me muito idiota. Pior seria senti-se imbecil. Mas... Qual é a diferença entre idiota e imbecil? A questão me faz lembrar de um intelectual do nordeste, que foi meu professor de “Teorias Clássicas da Comunicação”. Admiro-o muito e tenho orgulho de ter sido aluno dele.

Como a maioria dos professores, ele também dava uma fugidinha do conteúdo e contava histórias da vida dele, piadas e algumas teorias que inventava. Numa das teses exposta na sala de aula, o intelectual nordestino explicou a diferença entre os idiotas e os imbecis.

Segundo meu ex-professor, o mundo é povoado por idiotas e imbecis. Porém, os imbecis são a maioria. Os idiotas, minoria. Mas, necessariamente, todo imbecil é um pouquinho idiota e todo idiota é um pouquinho imbecil. Porque, segundo o pensador nordestinho, o imbecil só copia. Copia, copia e copia. Mas chega uma hora que ele acaba criando. Todavia, criar é o que os idiotas fazem. Por isso os imbecis são um pouco idiotas. Agora, os idiotas são um pouco imbecis porque, em um certo memento, depois de criar, criar e criar, acaba copiando. Outra coisa, os idiotas vivem em conflito com os imbecis, segundo meu ex-professor.

Não sei por que ele expôs essa tese. Só concordei com ele porque ele dizia que todos nós somos idiotas e imbecis. Alguns mais imbecis e outros mais idiotas. O meu ex-professor foi tão bom na explicação da tese que até colocou-a em prática. Mostrou-me o quanto era idiota. Na última avaliação do curso, ele aplicou uma prova com dez questões. A maioria da turma estava morrendo de medo de se dar mal. Afinal, muita gente não prestava atenção na aula ou não gostava da disciplina e do professor.

Quem entregava a avaliação sabia do resultado na hora, pois as questões eram “de marcar”. Conforme os alunos iam entregando a surpresa foi aparecendo. E qual foi a surpresa? Todos, até quem faltou o semestre inteiro, tiraram SS. Ou seja, ficaram com notas entre dez e nove. Meu ex-professor não entendeu como isso foi possível. Simples. Ele tinha mais de uma turma, não fez provas diferentes, não as aplicou no mesmo horário. O teste tinha dez questões objetivas, onde somente uma era verdadeira. E, para completar a dose, ele dava o resultado na hora. Portanto, o que aconteceu? Será que eu preciso dizer?

Pois é. Na aula seguinte, vi a cara de idiota do intelectual nordestino. Ele se sentia um idiota. Fiquei até com pena. Tentei consola-lo com uma das teorias dele que eram contadas em sala. É claro que não foi a tese acima.

Apesar desse momento idiota e imbecil do meu ex-professor, não perdi minha admiração por ele. Ainda o considero um grande intelectual. Afinal, quem nunca se achou um idiota que atire a primeira pedra ou, melhor ainda, que invente uma mentira.

No próximo texto, vou contar o meu momento idiota e imbecil.

Até lá!

Um comentário:

Pitter Lucena disse...

Valeu Zé, muito bom. Lembrei do PIMBA. hehehe. Continue lembrando das histórias da Faculdade. Grande abraço, Pitter Lucena.