Blog do Paraíso: julho 2008

terça-feira, 29 de julho de 2008

GDF reduz pela metade opção de quem usava vans

O Governo do Distrito Federal (GDF) trocou, recentemente, 672 vans por 350 microônibus. Se dividirmos 672 por dois, temos 336. A matemática é simples. O GDF reduziu a opção de quem usava as vans pela metade. Não é preciso ser muito inteligente para perceber que a medida não foi sábia. Os microônibus estão andando, nos horários de pico, lotados, sem contar os passageiros que ficam sem transporte. A superlotação e a falta de transporte são conseqüências óbvias que qualquer débil mental poderia prevê ao trocar 672 por 350. Eu me pergunto: por que o excelentíssimo governador José Roberto Arruda não reduz pela metade o seu salário; aliás, o salário de todos os servidores do GDF? Afinal, pela lógica da troca das vans, não fará falta. Isso que é gestão inovadora e que deve ser seguida pelos demais governos. Prezado leitor, escreva o que vou lhe dizer para consultar no final de 2010: se continuar com essa “gestão inovadora”, Arruda nunca mais, veja bem, nunca mais será eleito governador do Distrito Federal. Até onde minha ignorância permite, esta gestão tem o maior número de medidas impopulares.

domingo, 27 de julho de 2008

Pêra, uva, maçã... uhm... ...salada mista!!


A infância é uma fase bela da vida. A inocência, a falta de malícia e a criatividade são marcas registradas. Veja o meu caso, por exemplo. Quando eu tinha oito anos de idade, dei meu primeiro beijo. Na realidade, não foi um beijo daqueles de novelas, onde há muita chupação de língua. Que nada! Foi apenas um selinho. Ele não aconteceu durante um romance, mas quando eu estava brincando de salada mista. Você já participou dessa brincadeira, estimado (a) leitor (a)? Não? Vou explicar como eu brincava. Um garoto, de olhos vendados, falava “caí no poço”. Um outro menino perguntava “quem te tira?”. “Meu amor”, respondia quem estava com olhos vendados. “É esse?”, perguntava o outro, apontando para as garotas. “Não”, respondia. “É esse?”. “Não”. “É esse?”. “É”, afirmava o menino de olhos vendados, que tinha que dizer em seguida o que ele queria: pêra, uva, maçã, ou salada mista. Pêra dava-se as mãos. Uva, um abraço. Maçã, beijo no rosto. E salada mista, um beijo na boca, assim como diz uma música de uma ex-atriz pornográfica e hoje apresentadora de programa infantil... ...a primeira vez que eu participei dessa brincadeira foi na escola, quando eu estava na segunda série. Havia na minha sala três meninos e três meninas que adoravam brincar de salada mista. Certa vez, um dos meninos faltou e os outros dois, por exigência das meninas, tiveram que encontrar um substituto, senão não teria, naquele dia, brincadeira. Como vocês podem ver, o que rolava era uma paquera, pois as garotas não aceitavam brincar com um número impar de participantes. Além disso, havia uma fraude durante a brincadeira, pois os meninos avisavam em qual menina eu não podia pedir salada mista. A brincadeira era uma paquera, portanto. E eu entrei de gaiato. Durante toda brincadeira, eu não pedi nenhuma salada mista, pois tinha vergonha. Mas uma garota, que eu achava bonitinha, pediu a opção, que dar direito a um beijo na boca, justamente depois de me escolher. Não teve jeito. Fechei os olhos. A menina veio em minha direção e... ...me deu um beijo. O que senti? Não senti tesão, é claro. Senti uns lábios molhados e gelados. A cretina da garota, depois de fazer a cena, cuspiu e disse “eco!”. Eu, para não ficar para trás, fiz o mesmo, mas, no fundo, no fundo, estava contente, afinal, pela primeira vez na vida tinha beijado uma garota que eu achava bonitinha. Ah! Quase me apaixonei...

sábado, 26 de julho de 2008

Veículos Leves Sobre Trilhos do DF podem custar R$ 1,8 bilhão


Os Veículos Leves Sobre Trilhos (VLT) podem custar aos cofres públicos do Distrito Federal (DF) R$ 1 bilhão e 800 milhões e, não, R$ 512 milhões anunciados pelo Governo do Distrito Federal (GDF). Essa informação não li no Correio Braziliense, muito menos no Jornal de Brasília e nem na Tribuna do Brasil. Os jornais citados são as principais mídias impressas da capital da República. E, no entanto, uma informação tão importante quanto essa não foi divulgada. Talvez a culpa não seja deles, mas minha, pois, talvez, eu, descuidado, não vi a informação publicada nesses veículos. Portanto, peço ajuda ao meu leitor atento. Se você tiver visto esta informação nos jornais citados acima ou em outro meio de comunicação, por favor, faça a gentileza de me avisar. E onde foi que vi a informação sobre o verdadeiro valor dos Veículos Leves Sobre Trilhos, que o GDF pretende instalar da Avenida W3 até a cidade-satélite do Gama? Li a informação, curiosamente, no único jornal que não recebeu a propaganda do GDF, de duas páginas, que anunciou a chegada de 350 microônibus no transporte público. Se você, amigo leitor, observar no Correio Braziliense, no Jornal de Brasília ou no Tribuna do Brasil, verá que diariamente eles recebem anúncio do GDF, mas o DF Notícias, cuja circulação, suponho (pois quase não o vejo), seja semanal, não recebeu nenhuma propaganda do Governo. E foi justamente no jornal DF Notícias que li a informação de que os VLT poderão custar R$ 1 bilhão e 800 milhões de reais. E tem mais. Essa informação vem precedida de outra: “Alstom é investigada na Europa e no Brasil”. Bom. O título não é nenhuma novidade, mas o texto abaixo sim: “O governo Arruda contratou a multinacional Alstom, sem licitação, por R$ 38 milhões, para manutenção do Metrô do DF. Mas promotores suíços investigam a Alstom sobre pagamento de propinas a autoridades de governos em países da América Latina. No Brasil, procuradores também investigam a empresa. Página 4”. Apesar de ser uma revelação bombástica, a matéria não é assinada, assim como as demais notícias do jornal que possui somente oito páginas. Agora, estimado leitor, fica fácil entender por que o governador José Roberto Arruda foi recentemente à capital dos Estados Unidos pedir mais dinheiro.

domingo, 20 de julho de 2008

Jovens da periferia têm a vida transformada pela arte

Este vídeo é de uma matéria que fiz para a quarta edição do Concurso CNN de Jornalismo. Não sei qual foi minha colocação. Antes de sair o resultado, pensei que seria o vencedor do concurso. Mas agora sei que matérias melhores que esta existem e foram aprovadas para fase final do concurso. Bom. Se meu trabalho não recebeu prêmio e nem foi divulgado pela CNN, isso não quer dizer que ele foi feito em vão. Portanto, privilegio você, leitor do Blog do Paraíso, com uma das matérias perdedoras do Concurso CNN de Jornalismo.




quinta-feira, 17 de julho de 2008

Em busca da verdade inalcançável


Aqui estou novamente para comentar a mais recente megaoperação da Polícia Federal (PF), a Satiagraha, ou, em português, “em busca da verdade”. Se as coisas prosseguirem no ritmo que estão, a tão almejada verdade não será alcançada. O fato mais marcante desta semana, e que explica o que quero dizer, foi o afastamento do delegado Protógenes Queiroz do caso. Envolvido nas investigações há quatro anos, Protogenes disse ao juiz federal Fausto De Sanctis que foi obrigado a se afastar do caso, segundo informou os principais veículos de comunicação. Mas o ministro da Justiça, Tarso Genro, afirma que o delegado deixou o caso por espontânea vontade. É a primeira vez, na história da PF, que um delegado abandona o caso, antes de concluí-lo. Logo, essa história – que inclui o prende-solta-prende-solta, comentado abaixo – está muito, mais muito mal contada. Mas há uma luz no fim do túnel. O delegado Protógenes Queiroz, antes de deixar o caso, tem que fazer um relatório sobre as investigações. Esse documento pode ser contundente, pois constará nele a experiência de quatro ano de investigação. Munido do relatório do delegado, o juiz federal Sanctis poderá trabalhar com um forte amparo e, felizmente, o processo não acabará em pizza. Mas é importante salientar que, se o juiz sair do caso, como deseja o advogado de Daniel Dantas, já erra. Poder-se-á dizer que o inquérito acabou, morreu e foi enterrado de vez. Parece que o juiz já percebeu a importância de agir com rapidez, tanto que aceitou ontem a denúncia do Ministério Público contra Daniel Dantas, Hugo Chicaroni e Humberto Braz. Sei de uma coisa, aliás, não sei o que significa tanta briga e tanta... ...não tenho nem palavras para dizer. No entanto, pergunto-me: o que será que os brasileiros estão achando disso tudo? A prisão de Daniel Dantas foi devido a armação de um grupo político? Se foi, esse grupo político fez um favor a sociedade, pois Daniel, que agora é réu, foi preso com base em provas concretas; ou será que seus assessores agiram por conta própria? Se for assim, nenhum criminoso endinheirado será condenado, pois basta pagar um laranja para fazer o jogo sujo e pronto. Se ele for preso, a culpa não foi do patrão, mas, sim, do laranja. E o grupo político? Por que ele tem interesse em manter Dantas na cadeia? Será que se trata de um grupo de criminosos? Creio que a operação da PF não alcançará a verdade que responde essas questões.

sábado, 12 de julho de 2008

Desconfiamos da inocência de Gilmar Mendes


Acordei cedo hoje. O sol estava radiante. O céu, praticamente, sem nuvens. Na padaria da esquina, quando fui comprar pão, li a manchete de um jornal local. A manchete sugere uma crise no judiciário brasileiro, pois o presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, soltou, na quarta-feira, o Banqueiro e dono do Banco Opportunity Daniel Dantas, que foi preso, na terça-feira, na mais recente operação da Polícia Federal. No entanto, Daniel foi preso novamente na quinta-feira, por determinação do juiz federal da 6ª Vara Criminal de São Paulo, Fausto Martin De Sanctis. Só que Dantas foi solto ontem, depois da aprovação de um segundo habeas corpus. E quem aprovou o recurso que beneficiou o Banqueiro? Sei que a pergunta não é inteligente, para o leitor antenado. Mas você sabe como é, leitor... Estou tentando deixar o texto mais interessante... Pois é. O presidente do STF, Gilmar Mendes, foi quem aprovou o segundo habeas corpus que soltou o suposto criminoso Daniel Dantas. Daí, o jornal sugere uma crise no poder judiciário brasileiro. Depois de ler a manchete, comentei com o dono da padaria. “Rapaz, acho bastante estranho esse interesso do ministro Gilmar Mendes em manter Daniel Dantas fora da cadeia. Parece até que ele tem rabo preso”, desconfiei. “Foi isso que eu acabei de comentar aqui com o cliente que veio antes de você. Para o cara fazer isso, ele só pode ter o rabo preso”, sugeriu o dono da padaria. Se eu, o dono da padaria e o cliente, que veio antes de mim, fossemos considerados como uma amostra, a opinião pública seria, portanto, a de que Gilmar Mendes é suspeito de ser cúmplice de Dantas. Logo, quem é suspeito deve ser investigado pela Polícia Federal, tão acusada pelo presidente do STF de excessos. E Gilmar Mendes não deve temer, pois, já dizia o ditado, “quem não deve, não teme”. Mas, será que é realmente o caso dele? Sinceramente, desconfio... ...aliás, nós – eu, o dono da padaria e o cliente, que veio antes de mim – desconfiamos!

O petróleo é uma desgraça?


Estou começando a acreditar que o petróleo é uma desgraça. Veja só. Os principais exportadores de petróleo são ditaduras, ou impérios, e possuem altos índices de pobreza e corrupção, além de serem ameaçados constantemente pelos Estados Unidos. Falando dos E.U.A., veja só o que aconteceu com o Iraque, terceira maior reserva de petróleo do mundo. Foi invadido sob o pretexto de estar ocultando armas nucleares, nenhuma foi encontrada. É por isso que nós, brasileiros, devemos ficar de olhos bem abertos. E tem mais. Os E.U.A. já inventaram um novo pretexto para pilhar petróleo. Dessa vez, o alvo somos nós. Há 40 anos longe das águas do Pacífico, a Quarta Frota de navios dos E.U.A. está de volta. O curioso é que as embarcações americanas chegaram depois da Petrobras ter anunciado a descoberta de dois grandes poços de petróleo no litoral brasileiro. Se os E.U.A. não tivessem invadido a terceira maior reserva de petróleo de mundo; se eles não tivessem apoiado, com a ajuda da Quarta Frota, a implantação da ditadura militar em 1964 no Brasil, aí, sim, poderíamos ficar despreocupados. Mas a história não é bem assim. Logo, se quisermos que o petróleo continue sendo nosso, é melhor o governo começar a investir na marinha brasileira. E se o petróleo realmente é nosso, o Estado também tem que expurgar a corrupção; ser mais transparente em seus gastos; e, acima de tudo, traçar um plano de governo para ser cumprido em longo prazo e, não, em quatro anos, para ser depois esquecido. Temos que pensar como nação. Os interesses de uma pequena minoria não podem ficar acima dos interesses de um povo inteiro. A grandeza de uma nação é resultado de sua união.

terça-feira, 8 de julho de 2008

Delinqüente fardado


Desculpas não trarão de volta a vida do menino João Roberto, senhor secretário de (in)Segurança do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame. Aliás, nada que o senhor, ou o presidente da República, faça ressuscitará João, o que não quer dizer que os senhores devem ficar de braças cruzados. Se nada for feito, centenas de crianças continuarão padecendo pela incompetência da polícia. O menino de três anos assassinado ontem com um tiro na cabeça, infelizmente, não é o primeiro. Se os senhores não sabem, a imperícia da polícia está registrada no documentário “Ônibus 174”. Nesse episódio, não havia crianças, mas jovens. Mesmo assim, o caso ilustra muito a falta de preparo das “otoridades” na época e que hoje, infelizmente, não mudou muito. Ocorrido oito anos atrás, o episódio teve duas mortes, nenhuma causada pelo bandido Sandro Nascimento, mas, sim, pelos policiais incompetentes, que mataram, numa ação desastrosa, Geisa Gonçalves e, no caminho da delegacia, Sandro. No meu entender, policial mal treinado é sinônimo de delinqüente fardado.

A letra de música abaixo foi escrita por Renato Russo na década de 80, quando a ditadura ainda perdurava. Como você, amigo leitor, pode ver, ela continua totalmente atual.

VERANEIO VASCAÍNA

Cuidado, pessoal, lá vem vindo a veraneio
Toda pintada de preto, branco, cinza e vermelho
Com números do lado, dentro dois ou três tarados
Assassinos armados, uniformizados

Veraneio vascaína vem dobrando esquina

Porque pobre quando nasce com instinto assassino
Sabe o que vai ser quando crescer desde menino
Ladrão pra roubar, marginal pra matar
Papai eu quero ser policial quando eu crescer

Cuidado, pessoal, lá vem vindo a veraneio
Toda pintada de preto, branco, cinza e vermelho
Com números do lado, dentro dois ou três tarados
Assassinos armados, uniformizados

Veraneio vascaína vem dobrando esquina

Se eles com fogo em cima, é melhor sair da frente
Tanto faz, ninguém se importa se você é inocente
Com uma arma na mão eu boto fogo no país
E não vai ter problema eu sei estou do lado da lei

Cuidado, pessoal, lá vem vindo a veraneio
Toda pintada de preto, branco, cinza e vermelho
Com números do lado, dentro dois ou três tarados
Assassinos armados, uniformizados

Veraneio vascaína vem dobrando esquina
Veraneio vascaína vem dobrando esquina
Veraneio vascaína vem dobrando esquina

terça-feira, 1 de julho de 2008

Estratégia anti-Lula



O Conselho Monetário Nacional anunciou ontem que a meta para a inflação deste ano é de 4,5%, com variação de dois pontos para mais ou para menos. A imprensa, no entanto, duvida que o governo respeitará a meta, é o que se percebe nas sucessivas matérias sobre o aumento de preço. Ontem, no Jornal Nacional, e hoje, no Bom Dia Brasil, ambos da TV Globo, sempre após uma reportagem sobre a inflação, os ancoras apresentaram os números da pesquisa encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgada nessa segunda. Além da avaliação do governo, o estudo agora afere a aprovação da política de controle da inflação, cuja desaprovação é de 53%. Tem cabimento uma coisa dessas? Não me refiro à desaprovação de 53%, mas ao item da pesquisa. Desde quando o cidadão comum entende de política de controle de inflação? Então quer dizer que a dona Maria, aquela da padaria da esquina, que estudou só até a quarta série do ensino fundamental, tem a ciência de dizer que está errado o aumento da taxa básica de juros, a Selic, proposta pelo Conselho Monetário Nacional (Copom). Afinal, quem são esses conselheiros do Copom? A dona Maria é quem tem razão! É claro que eles não pensam assim, estimado leitor. No meu entender, eles – quando eu digo “eles”, me refiro aos pesquisadores, que questionam para o cidadão leigo sobre política de controle da inflação, e aos editores dos telejornais, que apresentam uma reportagem sobre inflação antes de divulgar o resultado da pesquisa encomendada pela CNI – eles pensam da seguinte forma: ah! O governo Lula está com aprovação muito alta. Se continuar assim, ele fará seu sucessor (ou sucessora). Pena que não estamos conseguindo criar nenhuma factóide para destruir sua imagem... Já sei! O que? Alguns analistas dizem que a aprovação do governo é bastante boa por causa da economia, o pior é que eles têm razão. Eles têm razão? Sim. Eles têm razão. E por que? Porque... é... porque... lembra do último mandato do ex-presidente Fernando Henrique? Lembro, sim; a economia estava péssima; o dólar chegava a quatro reais e a inflação já estava na casa de dois dígitos. Pois é, e o que as pesquisas mostravam? É mesmo! Agora estou entendendo o que devemos fazer; se quisermos evitar que o presidente Lula faça seu sucessor (ou sucessora), teremos que mostrar a população o quanto a economia vai mal, mesmo que ela esteja bem, em relação aos demais países, nesta crise mundial.