Blog do Paraíso: outubro 2007

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

E o Gim? Desceu?


Pois é. De acordo com uma coluna da edição de 27 de outubro do jornal O Globo, o caso Renan Calheiros (PMDB – AL) vai acabar dia 26 de novembro, último dia da licença da presidência do Congresso Nacional. Segundo a coluna, Renan pretende renunciar à presidência do Senado para salvar o mandato. Assim, termina a era Calheiros. Ótimo (para não dizer péssimo. Malditas regras do jogo!). Mas agora há espaço para outro assunto entrar na agenda da imprensa. Eu chamaria de caso Gim. É isso aí. Será que o senador Gim Argello (PTB-DF) também não perderá o mandato? Pelo jeito, acho que não. Só para refrescar a memória de vocês, além da suspeita de causar um prejuízo de R$ 1,7 milhão à Câmara Legislativa do Distrito Federal (DF), Gim é suspeito de participar da distribuição de R$ 2,2 milhões, realizada com a participação do ex-governador do DF, Joaquim Roriz (PMDB-DF). Em gravações telefônicas da Polícia Civil do DF para a Operação Aquarela, Roriz foi flagrado negociando a partilha de um cheque de R$ 2,2 milhões com o ex-presidente do Banco de Brasília, Tarcísio Franklin de Moura. Fato que fez o ex-governador renunciar ao cargo de senador para não perder os direitos políticos até 2022. Suplente de Roriz, Gim assumiu a vaga, que foi questionada por uma representação do PSol. Infelizmente, a representação foi engavetada pela mesa diretora do Senado, mas pode voltar se o Supremo Tribunal Federal (STF) votar a favor do pedido do PSol que recorreu contra a decisão da mesa. Isso se, repito, se! Se o STF votar a favor do pedido. Como vocês podem vê, até agora nada aconteceu. Não há previsão. O que nos resta fazer, além de se indignar? MANIFESTAÇÃO POPULAR!!! Tanto para ele, quanto para Renan.

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

O capitalismo em crise


Sou capitalista. Acho que o sistema capitalista é perfeito porque condiz com a natureza humana. No entanto, sou contra a deformação desse sistema. Deformação que é a grande praga que o destruirá. Estou falando do tão conhecido “capitalismo selvagem”, onde empresários gananciosos são capazes de destruírem uma nação inteira para garantir o lucro exarcebado. À surdina, eles corroem, como uma praga, o Brasil. De que forma? Manipulando nossos representantes para não criarem medidas que melhoram a vida dos brasileiros, mas atrapalham os negócios deles. Dessa forma, uma pequena minoria fica cada vez mais riquíssima e o resto da população, com os restos. Cada vez mais miserável e excluída.

Desde que o Brasil foi inventado, os capitalistas selvagens agem no país; o que o tornou uma das nações mais desiguais do mundo. Sem barreiras e sem leis separatistas como as do apartheid da África do Sul, criaram-se duas castas. Ricos e pobres. Ou seja, dois Brasis. Ricos não freqüentam os mesmos lugares que os pobres. Ricos não comem e nem se vestem como os pobres. Ricos falam outra língua. Eles não dizem “salva nois, espera eu, nois chegou”. Enfim, agem e se sentem diferentes. Da mesma forma os pobres. Fato que não é nada bom. O pior é que acontece no mundo inteiro. O Brasil é apenas um reflexo. Até quanto? Até o sistema atual for destruído pela patologia do capitalismo selvagem. Patologia que pode não dar espaço para o surgimento de outra ordem, já que ela pode levar junto com o sistema atual todo o planta Terra.

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Luciano Huck: Fernando ou Ferréz? Eis minha opinião.


Eram mais ou menos 7h da noite. Com dificuldades, eu caminhava em direção à escola. Meu joelho estava machucado. Felizmente, não era nada sério. Mas, até ele se recuperar, durante umas três semanas andei devagar. Talvez a lentidão foi o fator que contribuiu para eu ser roubado por um jovem dessas esquinas da vida. Enquanto eu passava lentamente, ele deve ter tido tempo de sobra para decidir se “me ganhava” ou não. Não sei se foi isso, só sei que ele apontou o revólver para minha nuca e disse: “Me passa todo o dinheiro que você tem na sua carteira”. Coitado. Ele não sabia que eu só tinha R$ 3,00.

Esse episódio da minha vida aconteceu há três anos e só agora está vindo ao público através deste blog, que não atinge muitos leitores. Esse episódio não foi noticiado em nenhum jornal de circulação nacional. Muito menos de circulação local. Eu não dei entrevista nas páginas amarelas da revista Veja. Não fui capa de nenhuma publicação semanal, como a revista Época. Não escrevi artigo enraivecido, que engendrou, pelo menos, outros quatros e milhares de cartas. Enfim, a história do assalto que sofri passou despercebida como muitas que acontecem diariamente neste país. E tudo isso por que? Porque me roubaram apenas R$ 3,00 e não um relógio Rolex que pode chegar até R$ 50.000,00. Porque não sou rico. Porque não sou um apresentador global, como o Luciano Huck. Ah! O Luciano Huck. Cheguei aonde eu queria chegar.

No dia 8 de outubro assumi o compromisso de comentar a posição do escritor do Capão, Reginaldo Ferreira da Silva, o Ferréz, e do articulista interino da Folha de S. Paulo Fernando Barros e Silva. Sabem com qual posição eu concordo? Nenhuma! As duas posições revelam as castas sociais existentes no Brasil. Castas que surgiram em decorrência do capitalismo selvagem que impera no país.

O artigo do articulista da Folha defende a casta que ele e o apresentador global pertencem. Já o Ferréz defende o outro grupo que surgiu no país devido, repito, ao capitalismo selvagem.

A disputa entre essas duas castas pode ser o presságio de uma crise do capitalismo. Por que? Confira no próximo artigo.

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Uma história de “Taj Mahal” que conto “pro cês”.


Ela já não era a mesma. Andava sem maquiagem. Descabelada, zangada, revoltada e maltratada. Engordara, mudara, enfim, desandara.

Ele não estava em situação melhor. Pelas esquinas, se drogava. Fumava, cheirava, bebia. Roubara, furtara, enfim, não prestava.

Porém! Ah, esse “porém”. É sempre ele. Entre vírgulas, eu bem que poderia colocar um “mas”, “todavia”, “entretanto”, ou “contudo”. Mas não. Não, senhor. Escolho o “porém”.

Porém, ele e ela se encontram. Apaixonaram. Amaram. Amancebaram.

Hoje.

Ela já não é a mesma. Anda maquiada. Penteada, alegre, conformada e bem cuidada. Emagrecera, mudara, enfim, se consertara.

Ele não permaneceu na mesma. Pelas esquinas, já não se drogava. Não fumava, cheirava ou bebia. Agora, prestava.

terça-feira, 16 de outubro de 2007

O povo sempre perde


Finalmente o lenga-lenga do presidente licenciado do Senado Federal, Renan Calheiros (PMDB-AL), vai acabar.

Como vocês já devem estar sabendo, nesta segunda-feira (15), Renan enviou ao plenário do Senado uma carta com o pedido de licença da presidência do Congresso Nacional por 45 dias. Entretanto, uma reportagem da edição de hoje (16) do jornal Folha de S. Paulo revela que ele
já admite aos amigos que a saída é definitiva.

É uma derrota para o Governo Federal e para o povo brasileiro (que perderia mesmo se ele ficasse, aliás, como são nossos representantes que fazem as leis, o povo sempre perde). Pois, o Governo perde um fiel paladino e o povo não saboreará a punição do senador alagoano. Já que ele não perderá o mandato e, portanto, continuará pulando a cerca, favorecendo cervejarias e comprando vacas e empresas de comunicação.

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Você concorda com quem?


No dia 27 de setembro, em uma moto, dois homens armados assaltaram o apresentador Luciano Huck, na Rua Renato Paes de Barros, no Itaim Bibi, Zona Oeste de São Paulo. Luciano teve o relógio roubado.

No dia 1º de outubro, em artigo publicado no jornal “Folha de S.Paulo”, eis um trecho do que Huck falou sobre o assalto: “Como cidadão paulistano, fico revoltado. Juro que pago todos os meus impostos, uma fortuna. E, como resultado, depois do cafezinho, em vez de balas de caramelo, quase recebo balas de chumbo na testa”.

E, hoje, dia 8 de outubro, no mesmo jornal, dois artigos falaram do texto do apresentador. Um, na página três, contra. Outro, na página dois, a favor. A opinião contrária é emitida pelo escritor e rapper Reginaldo Ferreira da Silva, o Ferréz. Já o comentário favorável ao apresentador é feito pelo articulista interino Fernando Barros e Silva.

Um trecho de Ferréz diz: “Ele (o assaltante) não terá homenagem póstuma se falhar. Pensa: ‘Como alguém usa no braço algo que dá pra comprar várias casas na quebrada?’”. Trecho que é contestado por Fernando quando escreve: “É interessante, sem dúvida, que Ferréz, o escritor do Capão, dramatize o episódio pela ótica do assaltante. Mas a conclusão de que ‘todos saíram ganhando’ e, afinal, ‘num mundo indefensável, até que o rolo foi justo para ambas partes’ equivale a fazer apologia do crime e da barbárie em nome de uma suposta crítica da injustiças sociais”.

E você, amigo leitor, o que acha? Você concorda com Fernando ou com Ferréz? Até o final do mês eu dou minha opinião neste Blog do Paraíso.

Onde está Madeleine McCann?


Não sei. Não quero saber. E tenho raiva da imprensa brasileira que insiste em dar repercussão desse caso aqui no Brasil. Amigos leitores de “Puurtugalll”, será que não tem outra coisa mais importante acontecendo no país de vocês para ser noticiado aqui?

Não estou desmerecendo a vida da pequena Madeleine McCann. O que acontece é que no Brasil há milhares de crianças, pobres, tão bonitas quanto ela, que estão desaparecidas e não recebem uma linha, se quer, nos noticiários.

Dessa história toda do desaparecimento da Madeleine McCann – olha só que nome chique!!, deve ser por isso que teve repercussão internacional – dá, pelo menos, para tirar uma lição. Qual imprensa apura mais e melhor: a portuguesa, que vai a campo; ou a inglesa, que, em salas confortáveis, investiga de olho no laptop?

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Para distrair


Tábua na mão direita. A esquerda movimenta rapidamente três copinhos de alumínio emborcados na madeira. Volta e meia o sujeito levanta um dos copos para mostrar uma bolinha preta, que é escondida novamente, e rapidamente, de baixo de um dos recipientes de alumínio. Quem descobrir onde a bolinha está, ganha o dobro que apostou. “Se você der dez, eu dou vinte. Se você der cinqüenta, eu dou cem. Mas se você der vinte, eu dou só quarenta”, o sujeito anuncia para as pessoas que aguardam na parada de ônibus do shopping Pátio Brasil.

Eu, de cá, do meu canto, observo a figura. Num determinado momento, a bolinha cai no chão. Mas o estranho é que ela não estava debaixo de nenhum dos copinhos. Logo, o que vejo não é nada mais, nada menos, que um canastrão tentando aplicar o famoso 171.

Entretanto, sozinho, ele percebe que não terá sucesso. Contrata outros charlatões para, de forma tácita, embrenharem-se no meio dos expectadores que aguardam o ônibus. De repente e do nada, um dos ajudantes secretos retira do bolso uma nota de vinte reais. Entrega e escolhe um copinho. Todos que olham sabem onde a bolinha está escondida porque o charlatão chefe, de propósito, guardou-a com um movimento lento e perceptível. Porém, para surpresa dos presentes, o ajudante erra. Tudo isso para passar a impressão de que o jogo é fácil.

Esta história me distraiu enquanto eu aguardava o ônibus e, agora, transcrevo para o meu blog para distrair você, amigo leitor, que já deve está cansado dos meus últimos textos enraivecidos.