Blog do Paraíso: 2007

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Férias no Paraíso


Não acontecerá nada de interessante em Brasília nos próximos 30 dias. Não sou nenhum vidente, mas, pela minha pouquíssima experiência, consigo fazer essa previsão. Sei que posso levar uma tremenda barriga, se meu prognóstico estiver errado, coisa que duvido muito. Mas vamos deixar os presságios para as mães e os pais de santo charlatães. Amigo leitor, quero lhe desejar boas festas neste Natal e na virada de ano. Desejo também muita paz. Que no próximo ano, meus comentários sobre a corrupção dos políticos diminua drasticamente. Ou seja, que no próximo ano, nossos representantes se comportem mais. Outra coisa, prezado leitor. Aviso que ficarei afastado do Blog do Paraíso durante duas ou três semanas. Porém, quando eu voltar, prometo lhe contar sobre as minhas férias, se elas forem interessantes, é claro. Quero também agradecer aos mais de 1600 acessos e aos comentários. Não é mesmo, + raaport +? Mesmo sendo de uma opinião totalmente diferente da minha, os seus comentários, e de qualquer outro leitor, são bem-vindos, porque enriquecem o conteúdo deste blog. Muito obrigado e até mais.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Quem Dom Luiz Flávio Cappio pensa que é?


Quem Dom Luiz Flávio Cappio pensa que é? Não tiro a razão dele de protestar, mas o que será que o faz pensar que pode vencer, sozinho, um governo eleito democraticamente? Será que no mundo dele não existe discussão, não existe a vontade da maioria? Antes de prosseguir, leitor + raaport +, quero esclarecer que o Blog do Paraíso não é comunista, muito menos petista. A posição ideológica deste blog é totalmente parcial e preconceituosa. Parcialidade e preconceito que emana da mente de qualquer ser humano. Leu bem, estimado leitor. Qualquer ser humano carrega consigo uma visão carregada de parcialidade e preconceito. É o caso do nosso bispo, que se insistir na loucura, morrerá de fone. Outra coisa. O Blog do Paraíso não defende a transposição do Rio São Francisco. Muito menos é a favor da transposição, pois ele não tem a capacidade de dizer se o projeto será bom ou ruim. Para encerra, um trecho da música Do contra a favor, da banda Mukeka di Rato: “Não quero ser contra. A favor também não quero ser. Muito menos neutro. Mas atacar e defender. Então, que cara doido, você deve estar pensando. Relativisando. Especificando. Cada coisa aqui. Cada coisa lá. Tudo tem seu defeito. É só examinar”.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Véi Maluco


Não sou um experto da língua portuguesa, mas sei muito bem que o correto não é véi e, sim, velho, pelo menos isso tenho que saber, não é, amigo leitor? No entanto, este comentário não é sobre normas gramaticais. Quero compartilhar com você o incidente estranho que aconteceu comigo no domingo passado (16 de dezembro). Nesse dia, eu e meu primo, caminhando pelo shopping, de repente, fomos abordados por um senhor de idade. O coroa, bem vestido, me mostrou uma prancheta com uma imagem do Papai Noel sentado no avião 14 Bis, de Santos Dumont. Abaixo da figura, uma folha branca com vários elogios escritos com letras diferentes e à caneta. Em seguida, o véi me falou que era decorador do shopping e estava fazendo uma pesquisa para saber se era uma boa idéia pendurar no teto o Papai Noel chegando de avião. Respondi que a decoração estava boa e que era melhor deixar como está. O senhor demonstrou insatisfação. Mas meu primo resolveu dar um consolo ao véi. Disse, portanto, que era bacana a idéia. O coroa ficou contente e pediu para ele escrever o elogio na folha abaixo da figura. Quando meu primo terminou, pedi para escrever também. O véi deixou. Escrevi: “Deixe como está”. Sai, com risadas, mais meu primo. Mas o véi me chamou. Mostrou a prancheta e falou, com fúria, apontando para a figura: “Deixa como está? Isso aqui é a minha vida". Rasgando a folha branca e a amassando rapidamente, continuou: "E você acabou com o meu trabalho”. Nossa! Levei um tremendo susto. “Desculpe, mas essa é a minha opinião. Foi você que pediu”, falei e sai logo, porque senão o véi podia até me bater. Confesso que fiquei com medo, medo de dar uma surra no véi e matá-lo, sem querer, pois ele aparentava não agüentar um sopro. Sai de perto da criatura. Procurei o guinche de informações do shopping e perguntei sobre o véi pesquisador. Fui informado que não havia ninguém de lá fazendo tal pesquisa. Conclui, então, que tive o azar de estar de frente com um véi maluco e manipulador de pesquisa, já que só queria registrar elogios no trabalho, que provavelmente não seria aprovado, pois a decoração estava pronta há mais de um mês e dificilmente seria mudada faltando uma semana para o natal.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Oscar Niemeyer completa 100 anos de vida



Com um enorme prazer, o Blog do Paraíso parabeniza, antecipadamente, Oscar Niemeyer pelos 100 anos de vida que ele completará neste sábado, 14 de dezembro de 2007. Sou testemunha ocular das obras de arte do arquiteto. Não canso de admirar os monumentos desenhados por ele. De fato, Niemeyer deu originalidade ao país Tupiniquim. Ainda bem que não tem só coisa ruim no país da sacanagem. Ainda bem. Na imagem ao lado, uma das obras de arte que são expostas, a céu aberto, na Capital Federal. A Ponte JK... – Ops! Que grave, hein!!! Graças ao meu estimado leitor Elton Pacheco, faço a correção. Valeu camarada – Acima, o Museu da República.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Se presidente do Brasil, Aécio ou Serra governará sem a CPMF?


Finalmente acabou a novela chata da prorrogação, até 2011, da Contribuição Provisória (que parecia eterna) sobre Movimentação Financeira (CPMF). O Governo, mais uma vez, foi apunhalado pelas costas, pois, se seus aliados tivessem votado unidos, a medida teria sido prorrogada, afinal, teoricamente, a base aliada do Planalto é composta por 53 senadores. Só me resta agora uma dúvida, será que a oposição terá a desfaçatez de ressuscitar a medida, caso um dos seus potenciais candidatos à presidência seja eleito em 2010? Afinal, os governadores, Aécio Neves (PSDB – MG), e José Serra (PSDB – SP), queriam que a CPMF fosse prorrogada, pois, há muito tempo, estão de olho no principal gabinete do Palácio do Planalto.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Sai o 6 da presidência do Congresso para entrar a 12/2


Cientistas políticos dizem que a candidatura única do senador Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN) para a presidência do Congresso Nacional é um importante passo para a moralização da Casa. No entanto, a edição de hoje, 12 de dezembro, do jornal Folha de S. Paulo revela que “o senador Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN) teve gastos da sua campanha de 2002 cobertos por um suposto esquema de desvio de recursos públicos investigado pelo Ministério Público do Rio Grande do Norte”. Ou seja, sai da presidência do antro da perdição o “seis” (6) para entrar a “meia dúzia” (12/2).

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Revisão nos livros de geografia


Quando eu estava na quarta série do ensino fundamental, isso em 1997, minha professora enchia a boca, estufava o peito com orgulho e dizia: “O Brasil é um país abençoado por Deus, porque aqui não existe terremoto, muito menos furação”. A informação era uma novidade que me deixava tranqüilo e contente por morar num país tão seguro. No entanto, a verdade veio à tona – adoro usar essa expressão, é tão poética, vou até repetir. A verdade veio à tona no dia 28 de março de 2004, quando o furação Catarina atingiu o sul do Brasil. Foi o primeiro da história do Atlântico Sul. Quanto aos terremotos, apesar do Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (UnB) ter registrado abalos anteriores, mas sem registro de mortes, ontem, dia 9 de dezembro de 2007, morreu no Brasil a primeira pessoa vítima de um abalo sísmico. O tremor aconteceu em Caraíbas, na zona rural de Itacarambi (MG). O abalo de 4,9 graus na escala Richter derrubou o muro da casa de Jessiane Oliveira da Silva, de 5 anos, que dormia quando a parede despencou em seu corpo. É... Já está mais do que na hora de revermos os conceitos de geografia que são ensinados nas escolas.

sábado, 8 de dezembro de 2007

Em 2007, fuga da família real portuguesa completa 200 anos


De uns tempos para cá, passei a conviver com a seguinte idéia: só se entende o presente do país da sacanagem conhecendo seu passado. Portanto, desembestei a ler um livro de 800 páginas para reforçar o que já estudei de história no meu ensino de base, muito ruim, diga-se de passagem. Bem escrito por Raymundo Faoro, o livro que me refiro tem por título “Os donos do poder” e subtítulo “Formação do patronato político brasileiro”. Não quero aqui escrever um resumo da obra, mas, sim, registrar um fato importante que percebi, quando estava lendo o livro de Raymundo. O ano de 2007 completa 200 anos que a família real fugiu de Portugal para o Brasil, com medo de Napoleão, na época, imperador da França. De acordo com Faoro, a histórica viagem da noite de 29 de novembro de 1807 teve o juízo da nação “recuperado nos lábios de dona Maria I, a louca, única a lamentar o abandono do país sem combate, sem uma batalha perdida, sem um tiro disparado”. Bom. Era para eu ter registrado essa informação no dia do bicentenário da fuga real. Peço minhas humildes desculpas, amigo leitor. Mas antes tarde do que nunca.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Brasília, por enquanto, Patrimônio Cultural da Humanidade


Hoje, 7 de dezembro, Brasília, a Capital da República, completa 20 anos como Patrimônio Cultural da Humanidade. Não sei se a cidade poderá sustentar esse título por mais duas décadas, pois, conforme o tempo passa, o projeto original dela sofre diversas modificações. Deturpações como os anexos dos Ministérios e do Congresso Nacional, por enquanto, ainda passam despercebidas pelos olhos desatentos dos turistas, pois estão bem escondidos. Mas até quando?

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

E não é que a pizza saiu mesmo quentinha do forno?


Não tem nem graça comentar o que já se tornou lugar comum no Congresso Nacional. Como um quiabo, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) escapou, mais uma vez, do processo de cassação por quebra de decoro parlamentar. Dessa vez, não foram 40, mas, sim, 51 votos, incluindo as abstenções. Por que não cassaram o mandato de Calheiros? Ah! Foi porque ele renunciou à presidência do senado, minutos antes de começarem a votação. Errado. Pois Renan ficaria sem ela, se fosse cassado. A renúncia foi apenas uma condição para as excelências não cassarem o mandato do senador peemedebista. Afinal, seria muito mais vergonhoso deixá-lo impune e, ao mesmo tempo, com a tão concorrida cadeira.

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Alagoas, estado de Renan Calheiros, apresenta o pior índice de expectativa de vida


É impressionante como a herança da colonização obsoleta, tosca e estúpida realizada, principalmente, no nordeste brasileiro, ainda é bastante presente no Brasil. O legado parece arraigado em Alagoas e Maranhão, onde o coronelismo ainda reina. De maneira assombrosa, os dois estados disputam o ranking do atraso. Figuram sempre com baixa nota no quesito qualidade de vida. Ontem, por exemplo, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE, divulgou pesquisa que revelou um aumento de 32,4% na expectativa de vida do brasileiro. De acordo com o Instituto, em 2006, quem mora no país viveu, em média, até 72,3 anos. No entanto, quem mora em Alagoas, tem a esperança de viver cinco anos a menos, pois o estado possui o pior índice - 66,36 anos. Dessa vez, seu arque-rival Maranhão perdeu, já que ficou com um índice de 67,24 anos. Mas o pior de tudo é que ambos estão mal representados. Não custa nada lembra que o único presidente brasileiro que sofreu o processo de impedimento é de Alagoas – Fernando Collor de Melo. É também de Alagoas o presidente licenciado do Congresso Nacional, o senador Renan Calheiros (PMDB), que enfrentará hoje um processo de cassação de mandato por quebra de decoro parlamentar – é mais uma pizza saindo do forno quentinha.

Blog do Paraíso recebe 1000 visitas em menos de um ano


Estimado leitor, é com grande satisfação que divido hoje com você a alegria em que me encontro. Apesar de ter um pouco menos de seis meses de existência; apesar de ser feito por um mero estudante universitário que não entende praticamente nada de web design; apesar de não ter fotomontagens idiotas para atenderem as pessoas preguiçosas que não gostam de ler, o Blog do Paraíso atinge, hoje, a marca de 1000 visitas vindas de 14 paises diferentes. São, na realidade, 526 visitantes únicos. Para um Ricardo Noblat da vida, que chega a ganhar, por mês, 50 mil reais só para hospedar seu blog na página do jornal O Globo, é muito pouco. Mas para mim, que ainda não ganhou um centavo com o Blog do Paraíso, é uma grande honra.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Desta vez, nada de grandes salários extras


Já estamos no mês de dezembro. Praticamente, todas as pessoas falam que o ano passou voando. Deve ter passado muito rápido mesmo para os nossos representantes que trabalham no Congresso Nacional, pois a apreciação do orçamento de 2008 pode ficar para o ano que vem. Se o Congresso fizer sessões extraordinárias no recesso parlamentar, pelo menos, desta vez, não haverá salários exorbitantes.

sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Conheça as novidades do novo Código de Ética do Jornalista Brasileiro


Depois de três presidentes eleitos democraticamente, após a ditadura, depois do advento de novas tecnologias que revolucionaram os meios de comunicação, depois do surgimento da rede mundial de computadores, enfim, depois de 22 anos marcados por revoluções tecnológica, social, cultural e econômica, finalmente o Código de Ética do Jornalista Brasileiro é alterado. A mudança ocorreu num congresso nacional de jornalistas realizado no dia 4 de agosto de 2007. A grande novidade está na inclusão do capítulo que fala “das relações profissionais”. Nele há dois artigos. Um trata da “cláusula de consciência”, onde é um direito do jornalista “se recusar a executar quaisquer tarefas em desacordo com os princípios deste Código de Ética ou que agridam as suas convicções”. Já o outro artigo do novo capítulo pode acabar com a exploração dos “jornalistas multimídia”. De acordo com o ele, o jornalista não deve “acumular funções jornalísticas ou obrigar outro profissional a fazê-lo, quando isso implicar substituição ou supressão de cargos na mesma empresa. Quando, por razões justificadas, vier a exercer mais de uma função na mesma empresa, o jornalista deve receber a remuneração correspondente ao trabalho extra”. Inserida no capítulo referente à responsabilidade profissional, outra grande novidade é a permissão do uso de identidades falsas, câmeras escondidas, microfones ocultos, enfim, o uso de maneiras inadequadas para divulgar informações, quando o caso for de “incontestável interesse público e quando esgotadas as outras possibilidades de apuração”. Ou seja, a novidade favorece a prática do “jornalismo investigativo”. O Código de Ética também foi atualizado no que diz respeito ao uso de novas tecnologias como, por exemplo, a de fotomontagem. Segundo o parágrafo quinto do artigo 12, o jornalista deve “rejeitar alterações nas imagens captadas que deturpem a realidade, sempre informando ao público o eventual uso de recursos de fotomontagem, edição de imagem, reconstituição de áudio ou quaisquer outras manipulações”. É tudo muito bonito. Mas como será na prática?

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Enquanto isso, no país da sacanagem...carga tributária cresce mais que o Produto Interno Bruto (PIB)


No mesmo dia que escrevi o artigo A Venezuela é um país democrático, perguntei para Manoel Castelo, grande colega de sala de aula, se ele tinha lido. Fiz a pergunta já sabendo qual seria a opinião dele, devido ao perfil conservador do meu amigo. No entanto, ele ainda não tinha lido. Manoel alegou a falta de tempo. Desculpa que sempre me convence, pois ele trabalha em dois empregos. Mas, como a aula ainda não tinha começado – nossa conversa, estimado leitor, foi na faculdade – e ele estava navegando na net, pedi para que desse uma olhada. Ele acessou o Blog do Paraíso e, quando leu o título, disse: “Não concordo. Só pelo título não preciso ler o resto”. Foi aí que a discussão começou. Manoel realmente não leu. Eu li em voz alta. Não consegui mudar a opinião de Castelo. Porém, ele chegou a seguinte conclusão: não existe democracia na Venezuela, muito menos no Brasil. Para Manoel, num país onde o contribuinte trabalha mais de quatro meses somente para pagar impostos, sem ver melhorias, não há democracia. Concordo e, digo mais, é nesse contexto que a Venezuela é também um país democrático.

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Numa conversa de corredor... “O jornalismo político de hoje é uma merda!”


Um dia desses, um ex-quase-professor e editor de um grande jornal, me disse que o jornalismo político brasileiro, hoje em dia, é uma merda, pois é feito somente com declarações. Para ele, o melhor mesmo da profissão está na editoria de cidades. “Então, porque o jornalista que cobre política recebe mais?”, questionei. Ele respondeu mais ou menos assim: é porque eles colocam muitos jornalistas para cobrirem cidades, por isso o salário deles é menor. Não tive tempo e nem vontade de falar para ele que não concordava. No entanto, fiquei pensando na afirmação de que o jornalismo político de hoje é uma merda. Pensei tanto que escrevo agora sobre isso no meu blog. Sebe de uma coisa, amigo leitor? Política é um assunto chato. Quase ninguém gosta. Os políticos corruptos e trapaceiros são os principais atores. Logo, a imprensa tem que estar de olho neles. E que olho, hein! Pois é necessário interpretar as manobras dos políticos, porque, senão, eles te colocam no bolso. Talvez seja por isso que meu ex-quase-professor prefira a editoria de cidades.

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

A beleza do texto está na diferença


Há dois grupos de jornalistas. O maior é composto por profissionais que não sabem escrever. Não por eles terem jogado pedra na cruz, mas, suponho, por não lerem e não praticarem a escrita o suficiente. O outro grupo de jornalista é menor. Figura nele profissionais que sabem escrever. Nesse grupo não é possível encontrar o melhor texto, pois todos são muito bons. O que existe, na realidade, é a diferença. Estilos diferentes. Nenhum é igual a outro. Talvez essa seja a beleza do texto jornalístico. Inconfundível, incomparável, inefável, invejável, inesperado e legal.

sábado, 24 de novembro de 2007

BBB 8: Vote Tatazinha20!!!



Amigo leitor, fonte de inspiração e vitamina que me dá força para continuar escrevendo para este blog incipiente, preciso de um favor. Tenho uma colega de turma que quer participar do Big Brother Brasil 8. O nome dela é Taynara de Figueiredo, a Tatazinha20. Se você quer ver mais um ESPETÁCULO de mulher nesta edição do BBB, vote nela. Agora, se a sua opção sexual é outra, tenho certeza que, por outro lado, você se divertirá, pois ela é gente boa. Além disso, prezado leitor, você poderá saber mais sobre minha turma de jornalismo. Caso você queira realizar este meu pedido, acesse a página http://www.8p.com.br/bbb/tatazinha20/perfil e VOTE!

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

A Venezuela é um país democrático



Vou confessar para vocês. Nunca fui à Venezuela. Tudo que sei foi através dos meios de comunicação do Brasil. Situação parecida com a de muitos. Mesmo assim, me atrevo a comentar neste blog o que penso sobre aquele país. Bom. Quem se lembra do que ocorreu no Brasil durante a última ditadura militar? Primeiro, ela teve apoio dos Estados Unidos da América (EUA). Segundo, os meios de comunicação que se opuseram desapareceram. Só prosperaram os que apoiaram. Terceiro. As eleições para presidente não eram diretas. Quarto. No pior momento, o Congresso Nacional foi fechado. Enfim, foi mais ou menos isso que aconteceu. Agora, o que nos informa atualmente os meios noticiosos a respeito da Venezuela? Primeiro, os EUA é inimigo número um do presidente venezuelano, Hugo Chávez. Segundo, o meio de comunicação que não teve a concessão renovada era contra a democracia, pois tentou dar um golpe, com a ajuda dos EUA, num governo eleito pelo povo. Terceiro. As eleições na Venezuela são diretas. Quarto. O parlamento de lá não está fechado e a reforma constitucional que o presidente venezuelano pretende fazer será submetida no dia 2 de dezembro a um referendo popular. Enfim, qual é a semelhança com uma ditadura, como a que existiu no Brasil?

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Por que não o dia da consciência branca?


Hoje, 20 de novembro, é dia da consciência negra. Alguns ignorantes devem perguntar: Por que não existe o dia da consciência branca? Pelo amor de Deus. Chega de privilégios para os brancos. Já bastam os altos salários e cargos que a maioria ocupa hoje em dia. Outra coisa, o que seria lembrado no dia da consciência branca, amarela ou vermelha, se por acaso existissem? Se bem que no dia da consciência vermelha há muito que lembrar, como a destruição dos povos indígenas. Mas no caso do dia da consciência branca? Talvez se comemore a hegemonia dessa cor sob as demais. Portanto, não deve existir o dia da consciência branca, pois não serviria para nada. Já o dia da consciência negra tem várias serventias. Uma delas, por exemplo, é lembrar o vergonhoso fato de o Brasil ter sido o último país do mundo a abolir a escravidão, oficialmente, pois, de baixo dos panos, ela ainda existe.

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Cheiro de calote no ar


Falir. Como uma empresa fali? Será que é como um raio, de uma hora para outra? Tipo assim: os negócios estão prósperos e, de repente, como um passe de mágica, pluft! Já era. A empresa faliu. Francamente. É mais fácil acreditar na existência de Papai Noel do que nessa teoria. Portanto, a companhia aérea BRA Transportes Aéreos não faliu de uma hora para outra. Ela sabia muito bem que os negócios estavam ruins. Então, por que vendeu 70 mil passagens que, somadas, equivalem a R$ 22 milhões? Sinto cheiro de calote no ar. Calote que precisa ser investigado pelo Ministério Público e pela Agência Nacional de Aviação Civil. Falando da Anac, será que ela ainda existe?

O paradoxo é mais que normal no país da sacanagem


Conhecida por usar uma sigla que foge do padrão, a Universidade de Brasília (UnB) não é pública! Se fosse pública, todos os alunos do mundo poderiam estudar lá, inclusive um analfabeto. No entanto, a UnB é a universidade dos mais preparados, e algumas raríssimas exceções. Não precisa ser muito inteligente. Basta ser bem preparado para ingressar na UnB. Quem são os mais bem preparados? Ganha um doce quem acertar. Alunos de escoas públicas? O Exame Nacional do Ensino Médio que o diga. Os mais bem preparados estudaram todo o ensino de base em escolas com mensalidades equivalentes às de uma faculdade. É até lógico tanto investimento. Quem não quer estudar numa das melhores universidades do Brasil de GRAÇA? Neste país, é normal rico não pagar pelo ensino de qualidade e pobre tirar da boca para pagar faculdades mercantilistas que deixam a desejar, conforme o último Exame Nacional do Ensino Superior.

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Leite? Só se for o do peito da vaca e olhe lá!



Depois da revelação de que o leite longa vida (só se for no além), fornecido pelas cooperativas Coopervale e Casmil, era adulterado com, no mínimo, água oxigenada e soda cáustica, nunca mais, leiam bem, NUNCA MAIS! Eu disse: nunca mais! Pois é. Nunca mais beberei leite como bebia antes. A investigação da Polícia Federal que trouxe a tona o crime hediondo cometido por essas duas cooperativas é, para mim, apenas uma ponta de um iceberg gigantesco. Outra coisa que aumenta minha desconfiança é o fato do leite não ter gosto de leite. O sabor é outro, menos o de leite. E como você sabe que o leite não tem gosto de leite? Ora, amigo leitor, já tomei leite diretamente do peito da vaca, mas, mesmo assim, desconfio que nem lá poderemos encontrar um alimento genuíno.

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

E o Gim? Desceu?


Pois é. De acordo com uma coluna da edição de 27 de outubro do jornal O Globo, o caso Renan Calheiros (PMDB – AL) vai acabar dia 26 de novembro, último dia da licença da presidência do Congresso Nacional. Segundo a coluna, Renan pretende renunciar à presidência do Senado para salvar o mandato. Assim, termina a era Calheiros. Ótimo (para não dizer péssimo. Malditas regras do jogo!). Mas agora há espaço para outro assunto entrar na agenda da imprensa. Eu chamaria de caso Gim. É isso aí. Será que o senador Gim Argello (PTB-DF) também não perderá o mandato? Pelo jeito, acho que não. Só para refrescar a memória de vocês, além da suspeita de causar um prejuízo de R$ 1,7 milhão à Câmara Legislativa do Distrito Federal (DF), Gim é suspeito de participar da distribuição de R$ 2,2 milhões, realizada com a participação do ex-governador do DF, Joaquim Roriz (PMDB-DF). Em gravações telefônicas da Polícia Civil do DF para a Operação Aquarela, Roriz foi flagrado negociando a partilha de um cheque de R$ 2,2 milhões com o ex-presidente do Banco de Brasília, Tarcísio Franklin de Moura. Fato que fez o ex-governador renunciar ao cargo de senador para não perder os direitos políticos até 2022. Suplente de Roriz, Gim assumiu a vaga, que foi questionada por uma representação do PSol. Infelizmente, a representação foi engavetada pela mesa diretora do Senado, mas pode voltar se o Supremo Tribunal Federal (STF) votar a favor do pedido do PSol que recorreu contra a decisão da mesa. Isso se, repito, se! Se o STF votar a favor do pedido. Como vocês podem vê, até agora nada aconteceu. Não há previsão. O que nos resta fazer, além de se indignar? MANIFESTAÇÃO POPULAR!!! Tanto para ele, quanto para Renan.

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

O capitalismo em crise


Sou capitalista. Acho que o sistema capitalista é perfeito porque condiz com a natureza humana. No entanto, sou contra a deformação desse sistema. Deformação que é a grande praga que o destruirá. Estou falando do tão conhecido “capitalismo selvagem”, onde empresários gananciosos são capazes de destruírem uma nação inteira para garantir o lucro exarcebado. À surdina, eles corroem, como uma praga, o Brasil. De que forma? Manipulando nossos representantes para não criarem medidas que melhoram a vida dos brasileiros, mas atrapalham os negócios deles. Dessa forma, uma pequena minoria fica cada vez mais riquíssima e o resto da população, com os restos. Cada vez mais miserável e excluída.

Desde que o Brasil foi inventado, os capitalistas selvagens agem no país; o que o tornou uma das nações mais desiguais do mundo. Sem barreiras e sem leis separatistas como as do apartheid da África do Sul, criaram-se duas castas. Ricos e pobres. Ou seja, dois Brasis. Ricos não freqüentam os mesmos lugares que os pobres. Ricos não comem e nem se vestem como os pobres. Ricos falam outra língua. Eles não dizem “salva nois, espera eu, nois chegou”. Enfim, agem e se sentem diferentes. Da mesma forma os pobres. Fato que não é nada bom. O pior é que acontece no mundo inteiro. O Brasil é apenas um reflexo. Até quanto? Até o sistema atual for destruído pela patologia do capitalismo selvagem. Patologia que pode não dar espaço para o surgimento de outra ordem, já que ela pode levar junto com o sistema atual todo o planta Terra.

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Luciano Huck: Fernando ou Ferréz? Eis minha opinião.


Eram mais ou menos 7h da noite. Com dificuldades, eu caminhava em direção à escola. Meu joelho estava machucado. Felizmente, não era nada sério. Mas, até ele se recuperar, durante umas três semanas andei devagar. Talvez a lentidão foi o fator que contribuiu para eu ser roubado por um jovem dessas esquinas da vida. Enquanto eu passava lentamente, ele deve ter tido tempo de sobra para decidir se “me ganhava” ou não. Não sei se foi isso, só sei que ele apontou o revólver para minha nuca e disse: “Me passa todo o dinheiro que você tem na sua carteira”. Coitado. Ele não sabia que eu só tinha R$ 3,00.

Esse episódio da minha vida aconteceu há três anos e só agora está vindo ao público através deste blog, que não atinge muitos leitores. Esse episódio não foi noticiado em nenhum jornal de circulação nacional. Muito menos de circulação local. Eu não dei entrevista nas páginas amarelas da revista Veja. Não fui capa de nenhuma publicação semanal, como a revista Época. Não escrevi artigo enraivecido, que engendrou, pelo menos, outros quatros e milhares de cartas. Enfim, a história do assalto que sofri passou despercebida como muitas que acontecem diariamente neste país. E tudo isso por que? Porque me roubaram apenas R$ 3,00 e não um relógio Rolex que pode chegar até R$ 50.000,00. Porque não sou rico. Porque não sou um apresentador global, como o Luciano Huck. Ah! O Luciano Huck. Cheguei aonde eu queria chegar.

No dia 8 de outubro assumi o compromisso de comentar a posição do escritor do Capão, Reginaldo Ferreira da Silva, o Ferréz, e do articulista interino da Folha de S. Paulo Fernando Barros e Silva. Sabem com qual posição eu concordo? Nenhuma! As duas posições revelam as castas sociais existentes no Brasil. Castas que surgiram em decorrência do capitalismo selvagem que impera no país.

O artigo do articulista da Folha defende a casta que ele e o apresentador global pertencem. Já o Ferréz defende o outro grupo que surgiu no país devido, repito, ao capitalismo selvagem.

A disputa entre essas duas castas pode ser o presságio de uma crise do capitalismo. Por que? Confira no próximo artigo.

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Uma história de “Taj Mahal” que conto “pro cês”.


Ela já não era a mesma. Andava sem maquiagem. Descabelada, zangada, revoltada e maltratada. Engordara, mudara, enfim, desandara.

Ele não estava em situação melhor. Pelas esquinas, se drogava. Fumava, cheirava, bebia. Roubara, furtara, enfim, não prestava.

Porém! Ah, esse “porém”. É sempre ele. Entre vírgulas, eu bem que poderia colocar um “mas”, “todavia”, “entretanto”, ou “contudo”. Mas não. Não, senhor. Escolho o “porém”.

Porém, ele e ela se encontram. Apaixonaram. Amaram. Amancebaram.

Hoje.

Ela já não é a mesma. Anda maquiada. Penteada, alegre, conformada e bem cuidada. Emagrecera, mudara, enfim, se consertara.

Ele não permaneceu na mesma. Pelas esquinas, já não se drogava. Não fumava, cheirava ou bebia. Agora, prestava.

terça-feira, 16 de outubro de 2007

O povo sempre perde


Finalmente o lenga-lenga do presidente licenciado do Senado Federal, Renan Calheiros (PMDB-AL), vai acabar.

Como vocês já devem estar sabendo, nesta segunda-feira (15), Renan enviou ao plenário do Senado uma carta com o pedido de licença da presidência do Congresso Nacional por 45 dias. Entretanto, uma reportagem da edição de hoje (16) do jornal Folha de S. Paulo revela que ele
já admite aos amigos que a saída é definitiva.

É uma derrota para o Governo Federal e para o povo brasileiro (que perderia mesmo se ele ficasse, aliás, como são nossos representantes que fazem as leis, o povo sempre perde). Pois, o Governo perde um fiel paladino e o povo não saboreará a punição do senador alagoano. Já que ele não perderá o mandato e, portanto, continuará pulando a cerca, favorecendo cervejarias e comprando vacas e empresas de comunicação.

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Você concorda com quem?


No dia 27 de setembro, em uma moto, dois homens armados assaltaram o apresentador Luciano Huck, na Rua Renato Paes de Barros, no Itaim Bibi, Zona Oeste de São Paulo. Luciano teve o relógio roubado.

No dia 1º de outubro, em artigo publicado no jornal “Folha de S.Paulo”, eis um trecho do que Huck falou sobre o assalto: “Como cidadão paulistano, fico revoltado. Juro que pago todos os meus impostos, uma fortuna. E, como resultado, depois do cafezinho, em vez de balas de caramelo, quase recebo balas de chumbo na testa”.

E, hoje, dia 8 de outubro, no mesmo jornal, dois artigos falaram do texto do apresentador. Um, na página três, contra. Outro, na página dois, a favor. A opinião contrária é emitida pelo escritor e rapper Reginaldo Ferreira da Silva, o Ferréz. Já o comentário favorável ao apresentador é feito pelo articulista interino Fernando Barros e Silva.

Um trecho de Ferréz diz: “Ele (o assaltante) não terá homenagem póstuma se falhar. Pensa: ‘Como alguém usa no braço algo que dá pra comprar várias casas na quebrada?’”. Trecho que é contestado por Fernando quando escreve: “É interessante, sem dúvida, que Ferréz, o escritor do Capão, dramatize o episódio pela ótica do assaltante. Mas a conclusão de que ‘todos saíram ganhando’ e, afinal, ‘num mundo indefensável, até que o rolo foi justo para ambas partes’ equivale a fazer apologia do crime e da barbárie em nome de uma suposta crítica da injustiças sociais”.

E você, amigo leitor, o que acha? Você concorda com Fernando ou com Ferréz? Até o final do mês eu dou minha opinião neste Blog do Paraíso.

Onde está Madeleine McCann?


Não sei. Não quero saber. E tenho raiva da imprensa brasileira que insiste em dar repercussão desse caso aqui no Brasil. Amigos leitores de “Puurtugalll”, será que não tem outra coisa mais importante acontecendo no país de vocês para ser noticiado aqui?

Não estou desmerecendo a vida da pequena Madeleine McCann. O que acontece é que no Brasil há milhares de crianças, pobres, tão bonitas quanto ela, que estão desaparecidas e não recebem uma linha, se quer, nos noticiários.

Dessa história toda do desaparecimento da Madeleine McCann – olha só que nome chique!!, deve ser por isso que teve repercussão internacional – dá, pelo menos, para tirar uma lição. Qual imprensa apura mais e melhor: a portuguesa, que vai a campo; ou a inglesa, que, em salas confortáveis, investiga de olho no laptop?

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Para distrair


Tábua na mão direita. A esquerda movimenta rapidamente três copinhos de alumínio emborcados na madeira. Volta e meia o sujeito levanta um dos copos para mostrar uma bolinha preta, que é escondida novamente, e rapidamente, de baixo de um dos recipientes de alumínio. Quem descobrir onde a bolinha está, ganha o dobro que apostou. “Se você der dez, eu dou vinte. Se você der cinqüenta, eu dou cem. Mas se você der vinte, eu dou só quarenta”, o sujeito anuncia para as pessoas que aguardam na parada de ônibus do shopping Pátio Brasil.

Eu, de cá, do meu canto, observo a figura. Num determinado momento, a bolinha cai no chão. Mas o estranho é que ela não estava debaixo de nenhum dos copinhos. Logo, o que vejo não é nada mais, nada menos, que um canastrão tentando aplicar o famoso 171.

Entretanto, sozinho, ele percebe que não terá sucesso. Contrata outros charlatões para, de forma tácita, embrenharem-se no meio dos expectadores que aguardam o ônibus. De repente e do nada, um dos ajudantes secretos retira do bolso uma nota de vinte reais. Entrega e escolhe um copinho. Todos que olham sabem onde a bolinha está escondida porque o charlatão chefe, de propósito, guardou-a com um movimento lento e perceptível. Porém, para surpresa dos presentes, o ajudante erra. Tudo isso para passar a impressão de que o jogo é fácil.

Esta história me distraiu enquanto eu aguardava o ônibus e, agora, transcrevo para o meu blog para distrair você, amigo leitor, que já deve está cansado dos meus últimos textos enraivecidos.

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Você quer continuar amando o Brasil? Então não assista.


Pirateado antes de estrear nas salas dos cinemas, o filme “Tropa de Elite” mostra o quanto nosso país está atrasado. Ainda bem que ele não foi indicado para o Oscar. Para falar a verdade, acho que está muito longe da república das bananas vencer esse prêmio (se é que é possível).

Bom. Mas o que eu quero comentar mesmo é o filme “Tropa de Elite”. Ele fala sobre o Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar, o Bope. Como já disse acima, o filme ainda não chegou em todas as salas de cinema do Brasil, mas eu já assisti. Não, amigo leitor. Eu não comprei nenhum DVD pirata. Peguei emprestado... Deixa pra lá. Quem sabe em outra oportunidade a gente discute sobre a pirataria.

Vamos lá de novo. O filme assume que a periferia do Rio está imersa numa guerra e que não tem mais jeito. Quero dizer, que o jeito é meter bala nos vagabundos, em quem tiver no meio, inocente ou não, e pronto! E quem são as “pessoas” mais qualificadas para isso, segundo o filme? O Bope, é claro.

Sinceramente, se você está com vergonha do país por causa das recentes sacanagens do Congresso Nacional e quer continuar sentindo orgulho de ser brasileiro, NÃO ASSISTA AO FILME.

Nada contra. Pelo contrário, acho que produções reveladoras da verdade vergonhosa deste país devem ser incentivadas. Entretanto, apesar de ser bom, acho que o “Topa de Elide” não ganharia o Oscar, pois não é uma superprodução cheia de efeitos especiais, mas, sim, um registro de uma realidade que empresários, políticos e endinheirados fingem não ver ou, até mesmo, escondem e financiam.

terça-feira, 25 de setembro de 2007

Sobre a escolha da última charge


Gente, a charge abaixo parece não ter nada a ver com o texto “Para quem não gosta de política”. Isso porque a gravura se refere à burocracia e o artigo fala de política.

Entretanto, eu acho que existe uma ligação entre a imagem e o texto sim, pois a charge diz muito da administração pública do Brasil. E se remetermos ao significado da palavra política, veremos que a burocracia é um problema de uma má política (administração pública).

Agora, se vocês discordam, acho que podemos concordar pelo menos em uma coisa: a charge é muito engraçada.Há, há, há! Faço até questão de repeti-la.

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Para quem não gosta de política


Era uma vez quatro amigos. Ocricocrides, Foca Bilota, Pinto Brochado e Zarifebarbar Daer.

Certo dia, para viverem com mais qualidade de vida e economizarem nos gastos, resolveram morar juntos. Mudaram da cidade-favela da Ceilândia para Brasília. Alugaram na W3 Sul uma quitinete por R$ 500. Zarifebarbar Daer, matemático de primeira, somou todas as despesas (aluguel, alimentação, saúde, lazer e etc). Daer concluiu que cada um tinha que contribuir, por mês, com R$ 750. O que representava 40% do salário de cada um. Entretanto, Ocricocrides perguntou para Zarifebarbar Daer: se nenhum de nós tem tempo, pois trabalhamos como condenados, quem vai cuidar dos afazeres domésticos, como o pagamento das contas? Isso mesmo, quem? Também indagou Foca Bilota. Pinto Brochado sugeriu contratar uma pessoa para isso. Mas Zarifebarbar Daer avisou que seria mais 10% da cada um para pagar o empregado. Mesmo assim, por falta de opção, todos concordaram. Contrataram Cejchua Choi Caruncho.

Cinco meses depois... Tudo estava nos conformes até que Cejchua Choi Caruncho cansou de ser honesto. Sem Ocricocrides, Foca Bilota, Pinto Brochado e Zarifebarbar Daer perceberem, Caruncho desvia R$ 30 do que seria usado para o lazer e gasta com uma prostituta. Para sorte de Caruncho, os patrões não perceberam ou não se importaram.

Três meses depois... Em vez de R$ 30, Cejchua Choi Caruncho já estava gastando com as prostitutas 90% da verba destinada para o lazer. Passou a desviar dinheiro também da saúde e da alimentação. Só que dessa vez estava sustentando o vício do álcool e algunas despesas pessoais, como a pensão de uma filha. Os patrões continuaram indiferentes. Mesmo sentindo falta do lazer, mesmo consumindo alimentos de baixa qualidade ou estragados, mesmo sentido falta de remédios e do plano de saúde que, agora, mal cobria uma consulta médica.

Amigo leitor, aonde eu quero chegar com isso?

Não se interessar ou não gostar de política é o mesmo que os amigos fazem: não se importar com o que Cejchua Choi Caruncho faz com o dinheiro deles.

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Qual é o debate hoje em torno da prorrogação da CPMF?





No meu entender, o que se discute hoje na imprensa é se o governo vai conseguir ou não prorrogar a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). Discutem-se as dificuldades para aprová-la. Para eternizar o que seria provisório, os meios de comunicação noticiam as benesses que o governo dá aos parlamentares. E o que dá não é dele. Pertence, sim, ao povo. Trata-se de cargo público na máquina estatal ou em estatais quase falidas (pela má gestão corrupta) ou ainda em empresas governamentais de capital misto que, felizmente, estão prosperas no mercado. Está em pauta também toda politicagem que nossos representantes (deles mesmo) estão fazendo para obterem a cadeira do Senado em troca da prorrogação do imposto provisório (até que o mundo se acabe).

E por que, caro amigo, a discussão é tão banal – e chata a ponto de não nos dar vontade de acompanhar o noticiário –?

É banal porque a imprensa é uma marionete dos políticos. Não consegue se livrar do domínio da fonte oficial, pois, se fizer, pode levar um furo do concorrente.

Pois eu digo que o debate deveria ser outro. A imprensa tem que criticar e questionar a CPMF. Questionar se a prorrogação dela vai ser boa ou não para o país. Tentar mostrar ou discutir com os brasileiros as conseqüências da prorrogação. Os meios de comunicação têm que investigar para onde vai e como está sendo gastado o dinheiro arrecadado. Indagar onde deveria ser empregado.

Você sabia, leitor, que no ano passado o Governo Federal arrecadou com a CPMF R$ 32 bilhões? E para onde foram? Só o Sistema Único de Saúde recebeu 40,22%. O Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza ficou com 21,05%. A mesma porcentagem foi destinada para tapar o rombo da Presidência (aquela que ajuda os velhinhos pobres do país). E o resto da verba ficou com o Tesouro Nacional.

E aí, o que você acha? Dinheiro jogado fora? Bom. Do ano 2000 até agora, o país reduziu pela metade o número de miseráveis. Ou seja, alcançou antes do previsto (2015) uma das oito metas do milênio estabelecidas pela Organização das Nações Unidas.

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Enquanto isso, no país da sacanagem... A “treeleição” do molusco



Circula em algumas colunas de jornais e revistas a informação de que o Partido dos Trabalhadores, o PT, está querendo um terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O PT e o presidente negam e juram de pés juntos que não haverá uma “treeleição” do petista.

Entretanto, a oposição (que hoje em dia não é tão oposicionista) acha que a campanha do terceiro mandato de Lula já começou. Porém, não é explicita. De acordo com a oposição, por enquanto, as propagandas vieram em duas mensagens subliminares.

Uma foi veiculada na nova campanha institucional do Banco do Brasil que prega “Três atitudes diárias em prol da sustentabilidade do planeta”. Francamente, o planeta precisa de mais de três atitudes diárias para durar um pouquinho a mais do previsto pelos cientistas apocalípticos. Outra coisa, por que “três atitudes” e não “quatro”? Os políticos de partidos da oposição acreditam que o Banco do Brasil escolheu o número três justamente para acostumar o eleitor com o algarismo.

Bom. A outra mensagem subliminar surgiu no encerramento do III Congresso Nacional do PT deste ano. Os petistas aproveitaram o número da terceira edição e inseriram na famosa estrela do partido.

As duas mensagens subliminares parecem mais viagens causadas por efeito de drogas na oposição. Mas se você, leitor, acha que eles têm razão, pode confirmar a suspeita se uma mini-constituinte for convocada sob o pretexto de discutir uma ampla reforma política. Pois só assim será possível o presidente Lula se candidatar novamente, já que a legislação atual não permite.

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Seja bem-vindo ao céu (ou país da sacanagem)


Se você tem o ensino médio, ou até mesmo uma graduação, mas mora numa periferia do Brasil, coitado! A lei pesa em suas costas como um paquiderme, além de trabalhar (se tiver emprego) quatro meses, por ano, para pagar imposto ao governo. Portanto, ande na linha.

Se você se ver obrigado pelo desemprego a roubar para não morrer de fone, nem pense em furtar, por exemplo, uma manteiga! Pois, antes mesmo de pensar em fazer isso, uma algema grudará em seu pulso, (por trás das câmeras) será insultado, levará chutes e porradas. Depois, preso e condenado a até quatro anos de reclusão.

Mas se você tiver o ensino fundamental incompleto, aliás, se você souber escrever e ler somente o seu nome, porém, possuir um cargo público no Brasil, como o de deputado, senador, governador ou presidente, seja bem-vindo ao céu!! Aqui você pode “pular cerca”, furtar, roubar, fornicar, pagar propina, extorquir, enriquecer da noite para o dia, receber dinheiro sem trabalhar, enfim, você pode cometer os piores crimes que contribuem para o atraso de uma nação sem ser condenado.

Tudo isso porque é você quem faz as leis e quem é também encarregado de fazer com que elas sejam cumpridas.

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Insisto na pergunta: é medo, respeito ou pagação de pau?


" O Renan pode falar como o Danton quando caminhava para o cadafalso: atrás de mim virás tu, Robespierre"

Definitivamente o Conselho de Ética das duas casas do Congresso Nacional tem que mudar de nome. Acho que ele deve se chamar Conselho de Estética, pois apenas maquia a imagem do Senado Federal e da Câmara dos Deputados. Dá a entender que lá existe alguma ordem moral. Quando, na realidade, há somente políticos com o rabo preso. Se eles fossem independentes, teriam cassado o mandato do senador Renan Calheiros (PMDB – AL).
Mas, por ventura, se existir algum político de boa conduta naquele antro, peço humildes desculpas e ajuda para responder tão inquietadora questão: não cassaram o mandato de Renan por medo, respeito ou pagação de pau?

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Enquanto isso, no país da sacanagem... Senado Federal macula 180 anos de história


Está provado. No Congresso Nacional não há representantes do povo. O que existe lá é um bando de senhores que trabalham para se beneficiarem. Demagogos e retóricos. Não estão nem aí para a opinião pública.

E hoje é o dia que o Senado Federal deixa claro que é igual ou pior à Câmara dos Deputados. Mesmo depois de ser acusado por crimes comprometedores (listados no artigo abaixo), o presidente do Congresso Nacional, Renan Calheiros (PMDB – AL), foi absolvido do pedido de cassação de mandato por quebra de decoro parlamentar com 40 votos a favor e 35 contra. Houve seis abstenções.

Conforme o tempo passa, acredito mais ainda que vivo no país da sacanagem. Onde a lei é aplicada somente em favelados, moradores das periferias, enfim, em pobres.

Alguém aí tem um nariz de palhaço para me emprestar?

Renan Calherios: com o perdão do trocadilho, é cassar para moralizar e o senado a câmara não se igualar


Uso de laranjas para comprar veículos de comunicação de Alagoas; pagar propinas; fazer sociedade com lobistas em negociatas; favorecer uma cervejaria em troca de benefícios pessoais e – a mais quentinha, que saiu do forno esta semana – montar esquema para desviar dinheiro do Ministério da Saúde são acusações contra o presidente do Congresso Nacional, o senador Renan Calheiros (PMDB – AL). As acusações por enquanto não deram em nada. Mas não foram todas que passaram despercebidas. Felizmente, o alagoano Renan Calheiros será julgado hoje no plenário do Senado Federal por ter despesas pessoais pagas por um lobista, o que é quebra de decoro parlamentar.

As denúncias contra o senador vieram a conta-gotas. O primeiro pingo revelou a “pulada de cerca” do peemedebista, cujas conseqüências (ou despesas) foram bancadas por um lobista. Desde esse momento, Renan dizia que “não arredava o pé” da presidência do senado. A cada semana, a situação se complicava, pois mais gotas corruptas pingavam. O senador foi questionado, portanto, se renunciaria o mandato. O que não aconteceu, surpreendentemente, depois do relatório do Conselho de Ética que recomenda a cassação do alagoano ser aprovado pelo senado numa votação histórica, pois foi aberta. Renan não renunciou a presidência do Congresso Nacional nem o mandato mesmo depois do relatório do conselho ser aprovado, em tempo recorde, pela Comissão de Constituição e Justiça. Detalhe: toda novela aconteceu com sucessivas manobras proteladoras do senador. O processo se arrastou por três meses.

No meu entender, se o mandato de Renan Calheiros não for cassado, o Senado Federal ficará famigerado e se igualará à Câmara dos Deputados, que no ano passado recusou 12 pedidos de cassação de mandatos de mensaleiros (recebedores de mesadas para votar com o governo). Os pedidos foram recomendados pelo Conselho de Ética que concluiu que os mensaleiros quebraram o decoro parlamentar. A Câmara dos Deputados é um caso perdido, não se importa com a opinião pública e não se envergonha mais com os escândalos. Não é possível que o Senado Federal siga o mesmo caminho. Pois recusar um pedido do Conselho de Ética é ir contra a ética, pois, se não fosse, o conselho deveria ter outro nome.

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Cotidiano (só que piorado pelo transporte público) – II: cordeiros humilhados!


Os moradores da periferia do Distrito Federal estão... ...numa situação complicada – para não usar aquele palavrão que começa com a letra F, termina com DOS e, entre F e DOS, tem UDI.

Entra governo e sai governo, o transporte público continua... – acho que a palavra que deixei de escrever acima também deveria ser usada aqui, mas sem S.

Parece que o atual governo do DF está tentando mudar a situação do transporte público da capital. Parece!... O jeito é esperar para ver. Mas, enquanto não muda, os usuários, pobres na maioria, continuarão sofrendo.

Hoje mesmo, às 7h, peguei um ônibus da empresa Planeta. Barulhento, lotado, desconfortável, velho, sujo, enfim, um tipo comum que circula pelas vias da capital.

Depois de enfrentarmos um engarrafamento, o ônibus quebrou. Os passageiros, como cordeirinhos, saíram (para rimar) devagarzinho. Calados, amofinados, porém, revoltados.

Não demorou muito para um ônibus que tinha o mesmo destino passar por lá. Passar e não parar. Afinal, era de outra empresa. Empresa concorrente. Era o ônibus da Viplan. Toma! Coisa boooa. Quem mandou vocês pegarem esse ônibus e não o nosso. Deve ter pensado o motorista da empresa concorrente, ao passar pelos passageiros que não tinham nada a ver.

Para não chegarem atrasados ao emprego, muitas pessoas foram obrigadas a pagarem a passagem novamente para um ônibus, de outra empresa, que parou, mas não permitiu a entrada dos passageiros, martirizados, pela porta de trás. É um absurdo, pensei.

Depois de alguns minutos, finalmente o bendito ônibus da Planeta apareceu. Todos os bancos estavam ocupados. Só tinha espaço no corredor. Logo, deduzi que todo mundo não caberia. Fiquei paciente e disposto a esperar outro ônibus. Os passageiros transfiguraram de cordeirinhos a bois e, como uma manada, correram em direção à porta de trás. Entupiram-na. Antes de as pessoas entrarem, quero dizer, pararem de entrar, o motorista começou a andar com o ônibus para mostrar que não cabia mais ninguém. Eu percebi que a porta da frente estava aberta. Tive então a idéia de entrar por lá, pois a parte da frente do veículo quase não tinha passageiros.

Entrei e me questionei: será que terei que atravessar a roleta e pagar novamente a passagem para poder descer? Não é possível. O motorista e o cobrador me viram entrar pela porta da frente. Devem ter bom senso. Bom. Se eles me cobrarem, eu pago numa boa, pensei e não me dei conta o quanto estava sendo cordeirinho.

Antes de a minha parada chegar, do outro lado da roleta, uma das passageiras que estava no ônibus que quebrou dirigiu a palavra ao motorista para tirar satisfação. “Motorista, sabia que você quase me separou da minha filha de nove anos? Olha, você tem que tomar mais cuidado. Se eu tivesse ficado lá e se ela tivesse se perdido de mim, a coisa ia complicar para você”.

“Se você tivesse perdido sua filha, o problema seria seu e não meu”, respondeu o motorista. Seguiu-se então uma discussão. O motorista, indiferente. A mulher, já aos prantos. Que sssssssssssssssssttreeeeeeeeeeeeeesssssssssssssssssssss!!!! Pensei. Só espero que ele esteja pronto para outro, pois eu não vou pagar a passagem novamente. Decidi, pois já estava revoltado com a situação. Não é possível tanta humilhação.

“Vocês aí, que estão na frente, têm carteirinha de passe livre?”, perguntou o cobrador. “Quem não tiver, passe a roleta, por favor”. Os outros passageiros que entraram comigo passaram e pagaram novamente, como bons cordeirinhos humilhados, domados, “encabrestado” e adestrados. Eu fiquei imóvel. Quero vê se ele vai me fazer pagar de novo. Nós vamos parar no ponto final, mas eu não vou pagar. Onde estão os meus direitos? Questionei-me outra vez.

Quando estava chegando perto da minha parada, eu disse ao cobrador: “eu já paguei a minha passagem no outro ônibus”. “Mas você entrou pela frente. Vai ter que passar pela roleta, não pode descer pela porta da frente. Por que você não entrou pela porta de trás?”, perguntou. Eu respondi. “Não consegui. Você não viu a mulher dizendo? Lá tava uma bagunça. Eu não consegui e não vou pagar de novo porque não tem lógica eu pagar duas vezes para a mesma empresa”. O cobrador ficou irritado. Argumentou. Eu não falei mais nada. Estava decidido. Eu não ia pagar e não paguei. Engoli sapos, mas não paguei!!

(Sabe, caro leitor. Às vezes me pergunto: será que o motorista e o cobrador recebem dinheiro a mais para serem do jeito que eles são, verdadeiros cães de guarda?)

Este é o tipo de humilhação que quem usa o transporte público do DF tem que enfrentar quase diariamente. E por que não nos revoltamos? Por que será que agimos como cordeirinhos? Confesso que já tive várias vezes vontade de tacar fogo em um desses ônibus que circula por aí! Se eu fizesse isso, a imprensa noticiaria o meu barbarismo sem mostrar o outro lado da questão. Pode uma coisa dessa?

terça-feira, 4 de setembro de 2007

Tese polêmica!


Já faz um tempão que eu não escrevo algo polêmico ou “solto uma pérola”, como dizem certas pessoas que não se enxergam. Hoje estou disposto a escrever sobre uma das minhas teorias mais controversa. Portanto, preciso tomar alguns cuidados, antes de começar ou “solta-la” (como dizem, é claro, os que não se enxergam).

Se você é meu amigo e fez ou faz dois, não um, mas dois, somente dois, e não três cursos superiores – é isso aí, cursos superiores e não técnicos ou de outra natureza –, ao mesmo tempo (está entendendo? É ao mesmo tempo e não depois que terminar), não leia este texto. Pare por aqui! Se a pergunta ficou difícil compreender por causa das intervenções e das informações intercaladas no meio do período, faço questão de repetir para que meu amigo não diga depois que eu não avisei. Repetindo: se você é meu amigo e fez ou faz dois cursos superiores ao mesmo, não leia este texto. Pare por aqui!

O aviso está dado. Depois não diga que eu não avisei. O quê? Você ainda não foi embora? Beleza. Pode ler, mas não me crucifique quando terminar a leitura. Por favor, não deixe de ser meu amigo por causa do meu pensamento.

Sem mais demora, eis a minha tese: quem fez ou faz dois cursos superiores ao mesmo tempo é idiota! Ou, na melhor das hipóteses, está sendo idiota, na pior, imbecil. Não quero dizer com isso que quem faz ou fez dois cursos é burro ou vai se dar mal na vida. Pelo contrário. Geralmente, quem tem condições financeiras de suportar dois cursos nas costas já não está, economicamente, ruim na vida. Outra coisa, se eles conseguem chegar ao final com boas notas nos dois cursos, provam, automaticamente, que são inteligentes. Então, você, estimando leitor, deve estar se perguntando, por que eles estão sendo idiotas, na melhor das hipóteses, e imbecis, na pior? Simples. Eles não estão pensando no lado da questão que eu apresento agora.

Primeiro: será que quem estuda os dois cursos superiores, ao mesmo tempo, aprende cem por cento? Como isso é possível sem se estressar? Veja só. Pesquisas revelam que os alunos de curso superiores não lêem livros, mas somente os textos passados em salas de aula. O que isso quer dizer? Se em um só curso o aluno mal lê a biografia básica recomendada pelo professor, o que dizer de dois cursos ao mesmo tempo?

Segundo: terminando as faculdades, o “superaluno” exercerá as profissões ao mesmo tempo? Acho difícil. Os profissionais com cursos superiores que o digam! E se não exercerem os dois? Vai acabar esquecendo o que aprendeu em um dos dois cursos, pois o nosso cérebro possui um sistema que descarta o que não é usado. Portanto, se no meio da carreira o “ex-superaluno” resolver mudar de profissão, não será uma boa idéia, pois o curso superior qualifica a pessoa para exercer determinada profissão que, quanto mais praticada, mais o profissional fica bom.

Terceiro: talvez o pior de todos, pois quando o sujeito faz ou fez dois cursos superiores, ao mesmo tempo (!), em instituições de ensino públicas, ele demonstra não estar preocupado com a vergonhosa desigualdade social do nosso país. Onde apenas 10% dos jovens, entre 18 e 24 anos, cursam o ensino superior. Ocupar duas vagas (ao mesmo tempo!) em uma universidade pública é não se preocupar com a realidade.

Quarto – que pode ser bem pior que o terceiro argumento –: cursar um curso superior em uma instituição de ensino pública e, ao mesmo tempo (!), cursar outro curso superior em uma faculdade particular é o cumulo do egoísmo (ou na melhor das hipóteses, da idiotice, na pior, da imbecilidade) porque tudo que eu listei nos três argumentos acima pode acontecer, além de tomar a vaga de quem não pode pagar uma faculdade.

Gente, é isso que penso. Se você cursa ou cursou dois cursos superiores ao mesmo tempo (!) e leu este texto até aqui, não fique com raiva de mim. Faça melhor. Escreva um comentário contestando minha tese. Com isso estará tirando, se assim for (e se as pessoas que não se enxergam, estiverem corretas), uma mente das trevas.

quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Jornalismo?



Não existem fatos. Apenas interpretações!


Friedrich Wilhelm Nietzsche

Mundo: desigualdade social. Por quê?


Falta boa vontade, altruísmo e solidariedade.

As coisas não são diferentes porque não há boa vontade. Podem surgir no mundo, em todos os anos, bilhões de pensadores. Todavia, enquanto os detentores do poder não tiverem boa vontade, as coisas não melhorarão.

O egoísmo é uma praga!

terça-feira, 21 de agosto de 2007

Será revanche?


Parece que a imprensa brasileira está mudando. Desde ontem, os meios de comunicação noticiam a respeito do que será o maior julgamento da história brasileira: o julgamento, que começa nesta quarta-feira, dia 22, dos 40 envolvidos no esquema de compra de parlamentares, também conhecido como “mensalão” – neologismo criado pelos sapientíssimos noticiadores da época –. Quero dizer, a imprensa está mudando porque, com a divulgação deste fato, deixa para trás a idéia de que o jornalismo brasileiro não dá continuidade às notícias.

Fato interessante. Dele se extrai várias questões. Uma delas: será que a imprensa brasileira quer uma revanche contra seu arque inimigo, Luiz Inácio Lula da Silva, que nas eleições presidenciais de 2006 derrotou a mídia paulista e carioca com uma tremenda surra nas urnas?

Alguém pode dizer que estou errado com esta afirmação: “a imprensa brasileira não é contra o presidente Lula”. Mas... Cá entre nós, quem era o candidato da mídia burguesa nas eleições presidenciais de 2006? Para se ter a resposta, basta observar os arquivos da cobertura realizada naquele período. Você lembra? Eu lembro.

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Momento de idiotice e/ou imbecilidade.


O meu momento idiota e/ou imbecil – a escolha deixo para o leitor, que não concordou com a tese do intelectual nordestino, exposta no texto abaixo – aconteceu na Rodoviária do Plano Piloto, em Brasília. Na verdade, não tive somente um momento. Até agora, na idade que estou, já me aconteceram vários. Mas limitarei a contar somente o menos vergonhoso.

Bom. Foi na Rodoviária do Plano Piloto, como já disse. A Rodoviária fica entre o shopping Conjunto Nacional e o edifício Boulevard, antigo Conic. A Explanada dos Ministérios fica na frente. E a Torre de TV, atrás. Ou vice versa. Depende do ponto de vista do observador.

Muitos turistas talvez nunca passaram por lá. Imagino, pois a Rodoviária não é e não faz parte dos monumentos de Brasília, porque é um lugar abandonado. Os banheiros possuem um cheiro nauseante. As escadas rolantes nunca rolam. Vivem quebradas. O chão está sempre sujo. Os ônibus que por lá passam são imundos, velhos e barulhentos. Há mendigos rastejando e pedindo esmola por toda parte. Meninos de rua cheiram cola, quando não estão dormindo no chão asqueroso, em plena luz do dia. Recentemente, o cenário da Rodoviária está um pouco diferente. Junta-se toda a desgraça descrita acima com uma reforma interminável. Reforma que não sei se será útil ou bem feita. Tenho essa desconfiança por que a Rodoviária já passou por várias reformas e nunca melhorou. Em um desses reparos, o governo local instalou placares eletrônicos, que servem para indicar a linha do ônibus e os horários. Quero dizer, serviriam, pois estão todos quebrados.

Não, minha gente. A Rodoviária nunca foi um cartão postal de Brasília, apesar de estar entre o Teatro Nacional e o Complexo Cultural da República. Complexo que é a mais recente criação construída do mestre Oscar Niemeyer. Apesar de estar a poucos metros do Palácio do Planalto e do Congresso Nacional, a Rodoviária não é um cartão postal, mas, sim, o ânus de Brasília. E não é exagero não. Mas se você, leitor, acha que estou exagerando. Farei outra analogia, bastante parecida. A Rodoviária é o espelho de tudo que envergonha Brasília e este país. Nela está o reflexo da moral e da ética que existe na Câmara dos Deputados Distritais, do Congresso Nacional e do Palácio do Planalto.

Não sei por que a Rodoviária é daquele jeito. Talvez porque a maioria das pessoas que circulam por lá são como eu, pobres... Mas dignas! E que vale um voto, no dia das eleições!!

Pois é. Numa dessas minhas passagens pela Rodoviária, me aconteceu o momento idiota e/ou imbecil, que era para ser o assunto principal deste texto. Não se preocupe, leitor, pois ainda há tempo para lhe contar a história onde me senti um perfeito idiota.

Então. Eis: Estava eu lá na Rodoviária, numa renomada pastelaria, fazendo um lanche. Do nada, apareceu-me um engraxate. Aparentemente humilde. Com rapidez, ele se sentou no caixote que todo engraxate carrega nas costa e pegou em meu pé direito e começou a puxar. Insistiu em fazer uma limpeza em um dos meus tênis como amostra grátis.

- É de graça, patrão! – Dizia o engraxate.
- Não, não, não. Não precisa! – Respondi.

Mas ele insistiu tanto que acabei cedendo. Observei o zelo do engraxate ao fazer o serviço gratuito. Fiquei com pena. Comecei a divagar o quanto este mundo era injusto. Fiquei como no mundo da lua. O rapaz terminou. Ofereci o outro pé para ele fazer a limpeza no tênis. Só que, dessa vez, o engraxate fazia o serviço com baixa qualidade. Achei muito estranho. Pensei. “E se ele me der um golpe, afinal, não perguntei o preço? Não. Que é isso! Não é possível que esse cara tão humilde vai me passar a perna. Será que ele vai cobrar mais que cinco reais pelo serviço?”. Após o termino do trabalho, o engraxate se transfigurou. Não era mais humilde. Mudou até a voz. Retirou um cartaz do bolso e me mostrou o preço. Para a minha sorte e por eu estar usando um tênis, o valor era o mais baixo da tabela. Se eu não me engano, R$ 10, OO. Isso mesmo, dez reais.

- Você me passou para trás! – Eu falei, sentindo-me o cara mais idiota, imbecil, estúpido e burro da face da terra.
- É esse o preço. Você vai ter que pagar – cobrou-me o engraxate.
- Não! Tudo bem. Eu vou pagar, mas só a metade – Foi aí que minha cabeça começou a funcionar um pouquinho.
- Por quê? – Perguntou-me o engraxate.
- Porque você falou que o primeiro tênis era de graça.

Dei cinco reais para o pilantra. Fui embora. E cheguei a um moral da história. A Rodoviária é o pior lugar de Brasília. Tente evitá-la. Se não for possível, assim como não é para mim, que dependo do transporte público – a segunda pior coisa da capital –, passe por lá. Mas somente passe. Não fique de bobeira. Não compre nenhum objeto que pareça ser roubado e é vendido muito abaixo do preço.

Bom. Pelo menos, meu momento idiota e/ou imbecil – que, repito, não foi o único da minha vida – ensinou-me uma lição.

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

Quem nunca se achou um idiota que atire a primeira pedra ou, melhor ainda, que invente uma mentira!


Sinceramente, de vez em quanto e ultimamente, sinto-me muito idiota. Pior seria senti-se imbecil. Mas... Qual é a diferença entre idiota e imbecil? A questão me faz lembrar de um intelectual do nordeste, que foi meu professor de “Teorias Clássicas da Comunicação”. Admiro-o muito e tenho orgulho de ter sido aluno dele.

Como a maioria dos professores, ele também dava uma fugidinha do conteúdo e contava histórias da vida dele, piadas e algumas teorias que inventava. Numa das teses exposta na sala de aula, o intelectual nordestino explicou a diferença entre os idiotas e os imbecis.

Segundo meu ex-professor, o mundo é povoado por idiotas e imbecis. Porém, os imbecis são a maioria. Os idiotas, minoria. Mas, necessariamente, todo imbecil é um pouquinho idiota e todo idiota é um pouquinho imbecil. Porque, segundo o pensador nordestinho, o imbecil só copia. Copia, copia e copia. Mas chega uma hora que ele acaba criando. Todavia, criar é o que os idiotas fazem. Por isso os imbecis são um pouco idiotas. Agora, os idiotas são um pouco imbecis porque, em um certo memento, depois de criar, criar e criar, acaba copiando. Outra coisa, os idiotas vivem em conflito com os imbecis, segundo meu ex-professor.

Não sei por que ele expôs essa tese. Só concordei com ele porque ele dizia que todos nós somos idiotas e imbecis. Alguns mais imbecis e outros mais idiotas. O meu ex-professor foi tão bom na explicação da tese que até colocou-a em prática. Mostrou-me o quanto era idiota. Na última avaliação do curso, ele aplicou uma prova com dez questões. A maioria da turma estava morrendo de medo de se dar mal. Afinal, muita gente não prestava atenção na aula ou não gostava da disciplina e do professor.

Quem entregava a avaliação sabia do resultado na hora, pois as questões eram “de marcar”. Conforme os alunos iam entregando a surpresa foi aparecendo. E qual foi a surpresa? Todos, até quem faltou o semestre inteiro, tiraram SS. Ou seja, ficaram com notas entre dez e nove. Meu ex-professor não entendeu como isso foi possível. Simples. Ele tinha mais de uma turma, não fez provas diferentes, não as aplicou no mesmo horário. O teste tinha dez questões objetivas, onde somente uma era verdadeira. E, para completar a dose, ele dava o resultado na hora. Portanto, o que aconteceu? Será que eu preciso dizer?

Pois é. Na aula seguinte, vi a cara de idiota do intelectual nordestino. Ele se sentia um idiota. Fiquei até com pena. Tentei consola-lo com uma das teorias dele que eram contadas em sala. É claro que não foi a tese acima.

Apesar desse momento idiota e imbecil do meu ex-professor, não perdi minha admiração por ele. Ainda o considero um grande intelectual. Afinal, quem nunca se achou um idiota que atire a primeira pedra ou, melhor ainda, que invente uma mentira.

No próximo texto, vou contar o meu momento idiota e imbecil.

Até lá!

quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Paráfrase


Ame Deus sobre todas as coisas, mas não se esqueça do altruísmo