Blog do Paraíso: Em busca da verdade inalcançável

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Em busca da verdade inalcançável


Aqui estou novamente para comentar a mais recente megaoperação da Polícia Federal (PF), a Satiagraha, ou, em português, “em busca da verdade”. Se as coisas prosseguirem no ritmo que estão, a tão almejada verdade não será alcançada. O fato mais marcante desta semana, e que explica o que quero dizer, foi o afastamento do delegado Protógenes Queiroz do caso. Envolvido nas investigações há quatro anos, Protogenes disse ao juiz federal Fausto De Sanctis que foi obrigado a se afastar do caso, segundo informou os principais veículos de comunicação. Mas o ministro da Justiça, Tarso Genro, afirma que o delegado deixou o caso por espontânea vontade. É a primeira vez, na história da PF, que um delegado abandona o caso, antes de concluí-lo. Logo, essa história – que inclui o prende-solta-prende-solta, comentado abaixo – está muito, mais muito mal contada. Mas há uma luz no fim do túnel. O delegado Protógenes Queiroz, antes de deixar o caso, tem que fazer um relatório sobre as investigações. Esse documento pode ser contundente, pois constará nele a experiência de quatro ano de investigação. Munido do relatório do delegado, o juiz federal Sanctis poderá trabalhar com um forte amparo e, felizmente, o processo não acabará em pizza. Mas é importante salientar que, se o juiz sair do caso, como deseja o advogado de Daniel Dantas, já erra. Poder-se-á dizer que o inquérito acabou, morreu e foi enterrado de vez. Parece que o juiz já percebeu a importância de agir com rapidez, tanto que aceitou ontem a denúncia do Ministério Público contra Daniel Dantas, Hugo Chicaroni e Humberto Braz. Sei de uma coisa, aliás, não sei o que significa tanta briga e tanta... ...não tenho nem palavras para dizer. No entanto, pergunto-me: o que será que os brasileiros estão achando disso tudo? A prisão de Daniel Dantas foi devido a armação de um grupo político? Se foi, esse grupo político fez um favor a sociedade, pois Daniel, que agora é réu, foi preso com base em provas concretas; ou será que seus assessores agiram por conta própria? Se for assim, nenhum criminoso endinheirado será condenado, pois basta pagar um laranja para fazer o jogo sujo e pronto. Se ele for preso, a culpa não foi do patrão, mas, sim, do laranja. E o grupo político? Por que ele tem interesse em manter Dantas na cadeia? Será que se trata de um grupo de criminosos? Creio que a operação da PF não alcançará a verdade que responde essas questões.

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