Blog do Paraíso: Desconfiamos da inocência de Gilmar Mendes

sábado, 12 de julho de 2008

Desconfiamos da inocência de Gilmar Mendes


Acordei cedo hoje. O sol estava radiante. O céu, praticamente, sem nuvens. Na padaria da esquina, quando fui comprar pão, li a manchete de um jornal local. A manchete sugere uma crise no judiciário brasileiro, pois o presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, soltou, na quarta-feira, o Banqueiro e dono do Banco Opportunity Daniel Dantas, que foi preso, na terça-feira, na mais recente operação da Polícia Federal. No entanto, Daniel foi preso novamente na quinta-feira, por determinação do juiz federal da 6ª Vara Criminal de São Paulo, Fausto Martin De Sanctis. Só que Dantas foi solto ontem, depois da aprovação de um segundo habeas corpus. E quem aprovou o recurso que beneficiou o Banqueiro? Sei que a pergunta não é inteligente, para o leitor antenado. Mas você sabe como é, leitor... Estou tentando deixar o texto mais interessante... Pois é. O presidente do STF, Gilmar Mendes, foi quem aprovou o segundo habeas corpus que soltou o suposto criminoso Daniel Dantas. Daí, o jornal sugere uma crise no poder judiciário brasileiro. Depois de ler a manchete, comentei com o dono da padaria. “Rapaz, acho bastante estranho esse interesso do ministro Gilmar Mendes em manter Daniel Dantas fora da cadeia. Parece até que ele tem rabo preso”, desconfiei. “Foi isso que eu acabei de comentar aqui com o cliente que veio antes de você. Para o cara fazer isso, ele só pode ter o rabo preso”, sugeriu o dono da padaria. Se eu, o dono da padaria e o cliente, que veio antes de mim, fossemos considerados como uma amostra, a opinião pública seria, portanto, a de que Gilmar Mendes é suspeito de ser cúmplice de Dantas. Logo, quem é suspeito deve ser investigado pela Polícia Federal, tão acusada pelo presidente do STF de excessos. E Gilmar Mendes não deve temer, pois, já dizia o ditado, “quem não deve, não teme”. Mas, será que é realmente o caso dele? Sinceramente, desconfio... ...aliás, nós – eu, o dono da padaria e o cliente, que veio antes de mim – desconfiamos!

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