O correto é bravo ou brabo? De acordo com o minidicionário da língua portuguesa Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, as palavras são sinônimas, quando usadas para qualificar uma pessoa ou animal furioso. Se meus vizinhos tivessem o costume de consultar um dicionário toda vez que vissem uma palavra duvidosa, quanto à escrita, certamente uma placa que eu coloquei no portão de minha casa não teria causado tanta confusão. Escrevi os dizeres “Cuidado, cão brabo”. Os conhecidos acharam um absurdo a grafia e protestaram. Tive que explicar porque eu escrevi “brabo” em vez de “bravo”. Já que o dicionário Aurélio diz que ambas as palavras estão corretas, preferir optar pela mais coloquial. Se eu tivesse escrito “Cuidado, cão bravo”, ficaria muito chique. Mas o mal entendido causado pelo anúncio é também um bom sinal. Os paladinos da língua portuguesa estão presentes até na periferia. Mais interessante que a confusão causada pela grafia da placa é o motivo de eu ter a colocado no portão. Numa bela manhã de sábado, sabe aquele crente que sai entregando a “palavra de Deus”? Ele enfiou a mão na abertura do portão da minha casa oferecendo um panfleto. Para o azar dele, quem o recebeu primeiro foi minha cachorra. Não cheguei a ver o estado da mão do “servo de Deus”, mas, pelo que me contaram, ele quase perdeu um dedo. Decidi, portanto, não evangelizar minha cachorra. Coloquei a placa para que nenhum outro crente entregue para ela uma “palavra de Deus” recheada.
segunda-feira, 28 de abril de 2008
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