Por volta de 9h, Rodrigo pega, de São Sebastião, um ônibus que o leva ao Lago Sul. É lá que fica a agência do Banco do Brasil, onde ele trabalha. Rodrigo, que tem 21 anos, é funcionário público concursado. Nos poucos meses que trabalha no Banco, Lopes já tirou uma lição de vida: “o caminho da riqueza não é o único”. Observador, Rodrigo percebeu, durante o trabalho, a presença de “tanta gente rica e carente”.
Rodrigo Lopes tem 15 minutos para almoçar. “É... mas... às vezes... esse tempo é 20, 25 minutos”, negocia com as regras, como todo brasileiro cordial. Ao término do expediente, Lopes segue para a faculdade. Sempre pontual, chega às 18h. A aula começa às 19h10. Rodrigo passa esse intervalo de tempo lendo. Atualmente, ele começou a devorar “O outono do Patriarca”, de Gabriel Garcia.
Quando a aula começa, Rodrigo Lopes está lá, no mesmo lugar que sentou no primeiro dia de aula do semestre. Geralmente, é na terceira, ou quarta, cadeira que fica encostada na parede do lado esquerdo do professor. Próximo a Rodrigo, senta sua parceira intelectual, Roberta Borges. Muitos confundem o papel de Roberta. Muitos pensam que eles são namorados. Mas não é nada disso, pelo menos é o que dizem. O órgão que os ligam não é o coração, mas o cérebro.
Rodrigo Lopes cursa o último semestre de Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo. “Hoje eu tirei o jornalismo e fiquei com a comunicação”, conclui, depois de cursar sete semestres. “Eu acredito no prazer de contar história e, não, na imparcialidade”, explica.
Rodrigo Lopes é crítico. Ele acha que o conteúdo ensinado no seu curso foi insuficiente. De acordo com ele, os alunos poderiam ter aprendido muito mais. Para Lopes, a faculdade se preocupa somente com o “fazer jornalismo e, não, no ser jornalista”. As críticas de Rodrigo não param por aí. Elas chegam até... a mim! Repórter que entrevista Lopes. “Você tem que ver que reportagem é um pouco de informação e um pouco de impressão”, ele me alerta. Está bem, Rodrigo. Leia esta matéria e veja se eu fiz certo.
3 comentários:
Mandou mtoooooo bem Zé!!!adorei o texto,é o tipo de linguagem que mais aprecio e está cada dia melhor!!!
Parabéns!!!
abs,
Nat
Zé,
adorei. era exatamente sobre isso que estava falando para vocês na segunda, ritmo, personagem, imagens.
e tem diálogo com o leitor. nosso bom e velho Machado fazia isso com maestria. procure lê-lo.
algumas dicas que poderiam enriquecer o seu texto:
descrever a casa e/ou a mãe do Rodrigo? fiquei curiosa. quem é essa senhora que prepara o café?
entrar mais no que vc ensaiou mas não "embarcou" sobre ser rico e carente. o que o seu personagem quer dizer com isso?
vc poderia ter entrado mais também na leitura do Rodrigo sobre o "Outono do Patriarca". que livro é esse e por que o Rodrigo o escolheu?
obrigada por compartilhar e parabéns!
abraço,
Rachel
Sou fã do Machado de Assis, inclusive, essa idéia de conversar com o leitor copiei dele.
Obrigado pelas sugestões!
Abs!
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