Não sei por que, mas a reminiscência de minha infância está, recentemente, vindo à tona. Talvez seja a vontade de escrever alguma coisa para postar neste blog. Quando eu tinha uns sete anos, resolvi procurar emprego. Meus pais não me davam dinheiro. Toda vez que eu pedia um trocado, eles me faziam uma série de perguntas até chegar à conclusão de que eu não precisava de dinheiro. Mas, no meu entender, eu realmente precisava. Criança é assim mesmo. Sempre precisa de um troco para comprar doce e brinquedo. Portanto, fui atrás do meu primeiro emprego. Não acordei bem cedo para entregar currículo; afinal, na época, eu nem sabia o que era currículo. E a idéia de trabalhar não foi minha, mas, sim, de um primo meu, então com 10 anos. Ele era um pouco maior que eu, mesmo assim, encarregou-me de ir sozinho a uma sorveteria, próxima da minha casa, para pedir trabalho. Meu primo era muito tímido. Como eu era um pouco mais desinibido... ...opa! Acabei de lembrar de uma brincadeira da oitava série que dizia: “homem que é homem não é...”, neste caso, desinibido. Portanto, como eu era um pouco mais “descolado”, fui até a sorveteria e falei com as pessoas que estavam lá. Não me preocupei em procurar o dono ou o responsável pela loja. Simplesmente falei. “Ei, como eu faço para pegar um carrinho desses para vender picolé na rua?”. Todo mundo caiu na gargalhada. “Quem? Você? Há! Há! Há!”. “O quê que tem?”, perguntei. “Ô, meu filho. Você não dá conta nem de empurrar o carrinho. Há! Há! Há!”, disse uma senhora que parecia ser a dona. “Eu dou conta, sim”, falei e saí com raiva. Ver todos rindo de minha cara foi muito constrangedor. Por um tempo, achei um absurdo o comportamento das pessoas que estavam na sorveteria. Mas, quando criei um pouco de juízo, percebi que eles tinham razão. E hoje, ao lembrar dessa história, também sinto vontade de dar gargalhadas. Há! Há! Há!
sábado, 2 de agosto de 2008
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