No programa de TV do partido (vídeo acima), DEM ostentou seu único governador. Agora, se encontra num dilema: expulsar ou não Arruda.
O Democratas (DEM), partido que, em 2005, combateu o mensalão do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, tem agora mais uma oportunidade de se opor a um novo mensalão, o do Arruda.
Assim como em 2005, quando o DEM conseguiu derrubar o então ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, o partido tem a oportunidade, e com provas bem mais concretas, de ir até as últimas consequências, chegando até a expulsar do partido o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda. Se não fizer isso, o esquema de corrupção deverá se chamar “mensalão do DEM”, afinal, manter o governador no partido é aceitar a corrupção praticada pelo político, o que pegaria muito mal para os demos. A sociedade ficará sabendo que o combate à corrupção realizado há pouco mais de quatro anos não passava de uma hipocrisia.
Enquanto a cúpula do DEM não toma a decisão, adiada para o final da tarde desta terça-feira, não seria conveniente chamar o crime de “mensalão de Brasília”. Coitada da cidade. Já basta o desgaste que ela sofre por causa da corrupção praticada na Esplanada, e na Praça dos Três Poderes, por políticos de outros estados. O certo mesmo é “mensalão do Arruda”.
Se Arruda for expulso, ele não poderá se candidatar à reeleição em 2010, pois o prazo de troca de partido, estabelecido pela justiça eleitoral, já acabou. Haverá outra consequência se o governador sair do DEM. O processo de impeachment terá mais gás, afinal, o próprio partido de Arruda estará reconhecendo sua culpa no esquema de cobrança de propina e compra de deputados baratos.
Os moradores do Distrito Federal também vivem um dilema. Se o pedido de impedimento da Ordem dos Advogados do Brasil for realmente formalizado na quinta-feira, quem o julgará será a Câmara Legislativa. Quer dizer, os próprios envolvidos se autojulgarão, pois a base aliada do governador Arruda é composta por 19 dos 24 distritais.
Mas, se o processo for desmembrado, e uma parte ficar com o Tribunal de Justiça do Distrito Federal, o panetone pode virar pizza do mesmo jeito. O inquérito que investiga o “mensalão do Arruda” também cita gente do judiciário. Na verdade, os três poderes do Distrito Federal estão envolvidos no esquema.
Os moradores do DF, portanto, devem estar se perguntando: e agora? Quem poderá nos defender?
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