A reportagem da revista Época, que pautou toda a grande imprensa brasileira neste final de semana, é uma tese criada em cima de um documento oficial para provar a veracidade de outra tese. É como se a revista buscasse uma prova cientifica para comprovar aquilo que sua fé, a mesma dos demais veículos de comunicação, já acreditava: que Deus existe.
A história do "mensalão do PT" estava tão mal contada que foi preciso um documento oficial afirmando sua existência para ela se tornar verídica. Num esforço intelectual, a reportagem tem por principal objetivo afirmar que, sim, o "mensalão do PT" existiu. Mas quem foi que disse que o "mensalão do PT" não era um fato? Só o ex-presidente Lula? Ou o povo brasileiro? Por que esse esforço para provar a existência do "mensalão do PT"?
Diferente do "mensalão do DEM", o mais bem documentado de todos os tempos, o "mensalão do PT" praticamente não possui provas de sua veracidade.
A palavra "mensalão" se refere ao pagamento mensal de uma mesada para parlamentares votarem com o governo. Até hoje, não existe nenhuma prova concreta que confirme o pagamento da mesada no governo do presidente Lula. O caso se tornou uma questão de fé. Acredita quem quiser.
Já o "mensalão do DEM" tem vídeos, áudios e documentos que comprovariam a compra de parlamentares. Não é nem preciso fazer uma grande reportagem para afirmar que, sim, o "mensalão do DEM" existiu, assim como se esforçou a matéria da revista Época para comprovar a existência do "mensalão" petista.
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