Sabe de uma coisa, amigo leitor – e leitora? Às vezes, acho muito difícil ser homem. Hoje mesmo penei para dar uma cantada criativa, mas tive sucesso, afinal, por ter sido original, pareceu normal, natural e é isso que muitas mulheres querem, ou melhor, acham que querem, pois elas nunca sabem o que querem.
Chega de psicologia freudiana. Se eu continuar com essa análise, não vou conseguir contar a história.
Foi num ônibus que tudo aconteceu – sim, podem me chingar. Eu admito que uso o pior transporte público do Brasil –. Como eu ia escrevendo, foi num ônibus que tudo aconteceu. Estava eu lá, em pé, olhando para os lados para ver se ainda teria mais espaço para comportar mais gente, quando ela embarcou. Foi aí que eu notei que ela ficaria do meu lado, pois o espaço restante era aquele.
Há muito tempo eu a via no ônibus, mas nunca tão perto de mim. No início da viagem, nem imaginei que eu teria coragem de lhe dar uma cantada, afinal, não tenho o costume de disparar, como uma metralhadora, cantadas. Eu até devia. Sou solteiro mesmo...
E como foi que resolvi paquerá-la? Primeiro comecei a observá-la, discretamente. Pele morena, quase igual chocolate. Maquiagem no rosto meio redondo. Cabelo preto, liso, sem escovinha, longo e solto. Seios fartos dentro de uma blusa branca com decote discreto e encoberta por um terninho bonitinho, azul bebê, algumas rendinhas. Ela usava calça jeans desbotada. Era magra, magrinha.
Mas, o mais importante de toda essa observação, foi quando eu olhei dentro de seus olhos e notei que ela estava olhando para mim. Fiz então o calculo: nunca tive a oportunidade de estar tão perto desta garota como agora mais uma olhada para mim é igual a não devo perder essa oportunidade. Mas como? Eu não posso simplesmente chegar e dizer “e aí, gostosa! Vamos?”. Ou, “já é ou já era?”. Essas afirmações até funcionam em alguns casos como, por exemplo, num puteiro...
Está vendo, amiga leitora, como é difícil ser homem? Se você estivesse em meu lugar, o que diria para puxar uma conversa?
Eu comecei a pensar na melhor maneira de bater um papo com ela, enquanto isso, meu coração disparou, minha mão suou, comecei a apertar a barra de ferro do ônibus, olhei para as outras pessoas para ver se elas notaram alguma alteração em mim. Estava todo mundo na sua. Pensei em correr. Ir para o fundo do ônibus e me esconder. “Vai perder essa oportunidade”, a voz da consciência gritou. “Você sabia que pode até deixá-la magoada se mudar de lugar?”, continuou a voz. “Quem te garante que ela não está esperando você tomar uma atitude de homem? E a olhada? Foi à toa?”.
Os argumentos da minha consciência foram maiores. Comecei a bolar uma cantada criativa, certeira. Pensei em perguntá-la quantas horas eram. Mas ela não tinha nenhum relógio no pulso. Depois, pensei em perguntá-la se ela tinha algum parente indígena, afinal, ela parecia uma indiazinha. Mas aí fiquei com medo de parecer muito artificial.
Como, amiga leitora? Como, amigo leitor pegador eu deveria puxar conversa?
Olhei pela janela. “O caminho já está acabando. Tenho que pensar rápido. A janela! Por que eu não pensei nisso antes?”, me questionei.
“O vento está bagunçando o seu cabelo. Acho melhor você fechar essa janela”. Nossa! Que frase. Soou como natural e foi o bastante para eu ir conversando com ela até o final da viagem. Foi uma conversa muito legal, me apresentei, ela se apresentou, peguei seu número...
Mas e aí, Paraíso? Vai dar em alguma coisa? – deve estar se questionando o leitor curioso. Não sei. Só outras viagens poderão dizer.
Chega de psicologia freudiana. Se eu continuar com essa análise, não vou conseguir contar a história.
Foi num ônibus que tudo aconteceu – sim, podem me chingar. Eu admito que uso o pior transporte público do Brasil –. Como eu ia escrevendo, foi num ônibus que tudo aconteceu. Estava eu lá, em pé, olhando para os lados para ver se ainda teria mais espaço para comportar mais gente, quando ela embarcou. Foi aí que eu notei que ela ficaria do meu lado, pois o espaço restante era aquele.
Há muito tempo eu a via no ônibus, mas nunca tão perto de mim. No início da viagem, nem imaginei que eu teria coragem de lhe dar uma cantada, afinal, não tenho o costume de disparar, como uma metralhadora, cantadas. Eu até devia. Sou solteiro mesmo...
E como foi que resolvi paquerá-la? Primeiro comecei a observá-la, discretamente. Pele morena, quase igual chocolate. Maquiagem no rosto meio redondo. Cabelo preto, liso, sem escovinha, longo e solto. Seios fartos dentro de uma blusa branca com decote discreto e encoberta por um terninho bonitinho, azul bebê, algumas rendinhas. Ela usava calça jeans desbotada. Era magra, magrinha.
Mas, o mais importante de toda essa observação, foi quando eu olhei dentro de seus olhos e notei que ela estava olhando para mim. Fiz então o calculo: nunca tive a oportunidade de estar tão perto desta garota como agora mais uma olhada para mim é igual a não devo perder essa oportunidade. Mas como? Eu não posso simplesmente chegar e dizer “e aí, gostosa! Vamos?”. Ou, “já é ou já era?”. Essas afirmações até funcionam em alguns casos como, por exemplo, num puteiro...
Está vendo, amiga leitora, como é difícil ser homem? Se você estivesse em meu lugar, o que diria para puxar uma conversa?
Eu comecei a pensar na melhor maneira de bater um papo com ela, enquanto isso, meu coração disparou, minha mão suou, comecei a apertar a barra de ferro do ônibus, olhei para as outras pessoas para ver se elas notaram alguma alteração em mim. Estava todo mundo na sua. Pensei em correr. Ir para o fundo do ônibus e me esconder. “Vai perder essa oportunidade”, a voz da consciência gritou. “Você sabia que pode até deixá-la magoada se mudar de lugar?”, continuou a voz. “Quem te garante que ela não está esperando você tomar uma atitude de homem? E a olhada? Foi à toa?”.
Os argumentos da minha consciência foram maiores. Comecei a bolar uma cantada criativa, certeira. Pensei em perguntá-la quantas horas eram. Mas ela não tinha nenhum relógio no pulso. Depois, pensei em perguntá-la se ela tinha algum parente indígena, afinal, ela parecia uma indiazinha. Mas aí fiquei com medo de parecer muito artificial.
Como, amiga leitora? Como, amigo leitor pegador eu deveria puxar conversa?
Olhei pela janela. “O caminho já está acabando. Tenho que pensar rápido. A janela! Por que eu não pensei nisso antes?”, me questionei.
“O vento está bagunçando o seu cabelo. Acho melhor você fechar essa janela”. Nossa! Que frase. Soou como natural e foi o bastante para eu ir conversando com ela até o final da viagem. Foi uma conversa muito legal, me apresentei, ela se apresentou, peguei seu número...
Mas e aí, Paraíso? Vai dar em alguma coisa? – deve estar se questionando o leitor curioso. Não sei. Só outras viagens poderão dizer.
2 comentários:
Nossa, realmente vc é muito criativo!
Soou muito natural!
Parabéns!!!
nossa eu adorei! super criativo,e engraçado ler a maneira como você contou sua história! haahaha parabens!
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