Blog do Paraíso: O limite é o céu para o GDF gastar dinheiro do povo com a imprensa

quinta-feira, 16 de julho de 2009

O limite é o céu para o GDF gastar dinheiro do povo com a imprensa


O Governo do Distrito Federal (GDF) parece não ter um limite para realizar, com o dinheiro do povo, negócios milionários com a imprensa.

Já estou até cansado de escrever neste blog a relação promiscua entre o GDF e os veículos de comunicação.

Para o governador José Roberto Arruda (DEM), não são suficientes os 38 milhões de reais gastos em publicidade no primeiro trimestre de 2009, conforme números do sistema que registra os gastos do GDF (Siggo), levantados pela reportagem da rádio CBN, em 17 de abril deste ano.

Sim, amigo leitor. Há mais dinheiro nessa história. O GDF firmou um acordo com o Correio Braziliense e com a Editora Abril num valor total ainda desconhecido, porém, milionário, conforme números do Sindicato dos Professores do DF (Sinpro).

De acordo com o Sinpro, o acordo, ou contrato, sem licitação, estão avaliados em cerca de R$ 3 milhões e 500 mil.

Só do Correio Braziliense, segundo artigo de Venício A. de Lima, o GDF vai comprar cerca de 16% da tiragem média do jornal, em dias úteis, "até o fim de 2009".

Os jornais vão ser distribuídos nas escolas públicas do Distrito Federal neste ano pré-eleitoral. O maior problema é que os professores sequer foram consultados a respeito da medida do GDF. No início deste mês, o Sinpro, portanto, entrou com uma representação no Ministério Público do Distrito Federal e Territórios pedindo providências acerca do acordo.

De fato, providências devem ser tomadas, pois os alunos das escolas públicas não merecem consumir o tipo de jornalismo praticado pelo Correio Braziliense. São comuns naquele jornal matérias opinativas e parciais, onde é mostrado somente um lado envolvido no fato.

Um exemplo foi a cobertura da greve dos professores do início deste ano. Faço minhas as palavras do texto de Venício:

“Num domingo, 8 de março de 2009, o Correio Braziliense, principal jornal do Distrito Federal, dedicou duas páginas (uma delas a capa) do seu caderno "Cidades" a ampla matéria na qual encampava publicamente a posição de porta-voz do Governo do Distrito Federal (GDF) contrária à anunciada greve dos professores da rede pública de ensino. Os professores reivindicavam o cumprimento de um acordo salarial.

O título principal da matéria era "Greve sem causa" e uma coluna encimada pela retranca "Visão do Correio", intitulada "Crime de lesa-futuro" fazia, dentre outras, as seguintes afirmações: que a ameaça de greve era descabida; que o reajuste salarial ultrapassava os limites do bom senso; que não se apelava ao idealismo dos professores, mas ao profissionalismo...”

Nessa ampla matéria, não houve ao menos uma mísera linha em defesa dos professores.

Quanto a Editora Abril, segundo informações do Blog da Paola, “no dia 15 do mês passado, o Governo do Distrito Federal liberou R$ 442.462,50” para a empresa. Em troca, será empurrado aos alunos o conteúdo das revistas da Editora.

O mais curioso dessa história é que, em menos de um mês após o contrato, o “excelentíssimo” governador José Roberto Arruda foi o personagem entrevistado nas páginas amarelas da revista Veja.

Como se pode perceber, não há limite e, cada vez mais, menos pudor em esconder a relação promiscua do GDF (entenda-se democratas Arruda) com a imprensa.

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