Blog do Paraíso: Deseje-me boa sorte

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Deseje-me boa sorte


O Congresso Nacional está parado devido às festas juninas. A antropóloga e ex-primeira-dama Ruth Cardoso faleceu e foi enterrada hoje. O Banco Central agora prevê um maior aumento na inflação neste ano (6%). A menina dos olhos do presidente Lula, o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), está sendo molestado pela corrupção. Pois é. Vamos deixar esses fatos um pouco de lado. Falemos sobre outra coisa. Que tal mais uma historinha de minha vida? Por exemplo, você sabe, estimado leitor, por que decidi cursar jornalismo? Não? Então vou te contar. A história é mediocremente interessante, mas vale a pena. Vamos lá? Quando eu era mais novo, pensava que ia ser gerente de banco, pois, assim, teria muito dinheiro e não me faltaria nada. Cresci. E no primeiro ano do Ensino Médio, mudei de idéia. Dessa vez, acreditava que eu seria engenheiro mecânico eletrônico. Mas, observei que a nota que eu precisava alcançar para estudar na Universidade de Brasília (UnB) era muito alta – afinal, eu não tinha, e ainda não tenho, dinheiro para bancar um curso como esse – e percebi que minha opção era muito ousada. Portanto, mudei para matemática. No final do segundo ano, descobri que a nota para passar em matemática ainda estava muito alta, logo, decidi ser pedagogo. Entretanto, certa vez, quando estava no estágio que fiz na Companhia Energética de Brasília (CEB), lendo um jornal assinado por um dos chefes da área, decidi ser jornalista. Só que não foi da hora para outra. Primeiro, lendo o jornal, tive que perceber o quanto eu era ignorante. Na época, eu lia o jornal e era como se eu não tivesse lido, porque não entendia nada. Lia o título, não entendia. Lia o sutiã, idem. Lia o lead e nada era filtrado. Isso me levou à reflexão. Por que eu era tão ignorante? Por que eu não conseguia entender o que lia? Nesse momento de introspecção, li o nome do repórter. Ah, ele – pensei –, ele com certeza deve entender o que está escrito, afinal, foi ele quem escreveu. Que trabalho legal – continuei pensando –, o cara que escreve este texto tem que ler muito durante a vida inteira e, no final das contas, acaba se tornando um intelectual pelo que faz; quero ser como ele! Minha futura profissão estava decidida, mas, sem dinheiro, como eu iria conseguir pagar o curso? O jeito era passar no vestibular da UnB. Mas o curso era o terceiro mais concorrido. “Prefiro não fazer nada a fazer um curso para depois morrer de desgosto pelo resto da vida”, disse, certa vez, um colega. E ele estava com a razão, pensei. O que eu queria era jornalismo e não pedagogia. Outro fato marcante que contribuiu na minha decisão: durante os três anos que cursei o Ensino Médio, participei da rádio da escola. Não era uma coisa profissional – só havia na rádio um microfone e um som –, mas eu gostava de dar informações. Ponderado tudo isso, prestei o vestibular para o curso de jornalismo na Universidade de Brasília e... Adivinha, amigo leitor. Passei? Não! Eu não tinha nenhuma condição de passar, afinal, estudei todo meu ensino de base em péssimas escolas públicas. Geralmente, quem estuda na UnB, estudou em ótimas escolas particulares. Raras exceções da escola pública conseguem ingressar na federal de Brasília. Raras exceções. Entendeu bem? Raríssimas exceções que vão para os cursos menos concorridos, como pedagogia. Então, deve estar se questionando o apressado leitor, onde você está fazendo o curso de jornalismo? Estou cursando em uma faculdade privada, impaciente leitor. Mas você não disse que não tinha dinheiro? Pois é. Mas, prezado leitor, descobri que hoje em dia é possível estudar numa faculdade privada sem ter dinheiro... Mas é isso aí. O importante é que já estou no oitavo semestre e me formo no final deste ano. Amigo leitor, deseje-me boa sorte.

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