Blog do Paraíso: Não é só Ronaldinho que se engana!

sábado, 21 de junho de 2008

Não é só Ronaldinho que se engana!


Estou fora desse negócio de beber, cair e levantar. Certa vez, eu, um colega e dois primos fomos a um show na Facita, em Taguatinga (DF). Antes mesmo de chegar lá, compramos duas caixinhas de cerveja para beber no caminho – ressalto que o motorista, um dos meus primos, não estava bebendo. Também aconselho a não beber antes de dirigir, pois já está valendo a lei que aplicará multa de R$ 900 e suspenderá por um ano a habilitação de quem for pego dirigindo depois de ingerir qualquer quantidade de bebida alcoólica –. Prosseguindo a história, chegamos ao show na Facita mais para lá do que para cá. O ingresso para a pista custava R$ 15. Deliberamos, portanto, que beberíamos todo nosso dinheiro e curtiríamos do lado de fora, afinal, dava para escutar tão bem quanto lá dentro. E assim foi. Só que a parte mais engraçada da história aconteceu no finalzinho da festa, por volta das três da madruga. Morrendo de bêbado, quase já sucumbindo, sem mais nem menos, eu, um colega e um dos meus primos, decidimos dançar com umas coroas, que estavam vacilando do lado de fora. Na verdade eram duas. Eu convidei uma, meu colega, outra. E meu primo ficou chupando o dedo, por enquanto (rs,rs,rs). No meio da dança, comecei a paquerar a coroa, mesmo percebendo o bafo horrível de cigarro dela. Quando olhei para trás, vi que meu colega já estava encaminhado. Pensei, só falta eu. Pelejei, pelejei, mas a coroa se fazia de difícil. Eu desisto rápido. Fechei os olhos e comecei a viajar na música. Neste momento de distração, a coroa quase me dá um beijo, se não fosse um recuo distraído que eu dei. A música terminou e fui conversar com meu colega. “E ae, José. Essas donas dá rock”, ele disse. Fiz uma proposta indecente para minha ex-parceira de dança, mas ela recusou. Como não gosto de mulher que faz doce, principalmente, quando é feia, chutei logo o balde e disse algo que prefiro não escrever. Meu colega começou a conversar com a coroa para tentar pedir desculpas por mim. Enquanto ele se distraia com ela, a outra coroa, que ele estava “pegando”, se engraçou para o lado do meu primo. Os dois começaram a dançar. Eu fiquei só observando os dois. De repente, eles começaram a se beijar. A coroa beijava meu primo com um ímpeto. Segurava na cabeça dele com um desejo. Abraçava-o com uma força. Foi neste momento que comecei a desconfiar. Eu nunca tinha visto uma mulher agir como a coroa agia com meu primo. A ficha só caiu quando chegou uma colega das duas coroas. Ah! Esta estava na cara que era um travesti. Foi aí que eu somei um mais dois e cheguei a conclusão: o meu primo estava beijando um travesti! E eu, por sinal, quase fiquei com um travesti! O meu colega também ficou com um travesti! Eeeeco!! Mas meu colega e meu primo não perceberam o que estava acontecendo. Tive, portanto, que avisar meu primo. “Não é por nada não, mas você acabou de ficar com um travesti! Há! Há! Há!”. Meu primo, não acreditando, pegou na mão da suposta coroa e observou. Viu aquela mãozonha cheia de pelo. Os travecos trataram logo de ir embora. O meu primo, ainda não acreditando, me perguntou se a coroa era traveco. Eu respondi que sim. Para quê que foi? O meu primo foi tomado de uma certa loucura. “Eu vou quebrar aquele traveco! Cadê ele? Cadê ele?”, perguntava meu primo, que tirou a camisa do corpo e começou a perseguir os travestis (ele tem a mania de tirar a camisa para brigar). Sorte que ele seguiu o caminho errado. Eu e meu colega fomos atrás dele para tentar acalmá-lo. “Me solta! Sai, sai! Eu vou quebrar aquele viado”, gritava meu primo. Próximo da gente tinha alguns policiais. Fiquei até com medo de eles nos prenderem, pois, além de gritar, meu primo estava nos agredindo, com socos e pontapés. Como os policiais já tinham nos visto bêbados perambulando por lá, acharam que era mais uma brincadeira de cachaceiros. Sorte nossa! Depois de muita discussão – eu tive que dizer que estava brincando, que aquelas coroas não eram travestis – o meu primo se acalmou. Até hoje, ele e meu colega pensam que beijaram uma coroa e, não, um travesti.

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