Antes, eu não perdia o programa “CQC”. Mas, há um tempo, não assisto mais. Por duas razões. Primeiro: minha TV não pega muito bem o canal. Segundo: não suporto a arrogância dos apresentadores e repórteres. O segundo motivo é maior que o primeiro. Bem maior.
Se você prestar bem atenção nas matérias, o mais importante não é a resposta e, sim, a pergunta. Assim como o programa "Pânico na TV", o que mais aparecem nas matérias são as perguntas (não sei se isso é resultado do trabalho do editor).
A arrogância fica explicita, principalmente, quando o repórter fala uma besteira achando que está abafando. Às vezes, o editor até cochila e permite o vazamento de parte da resposta do entrevistado. Quando isso acontece, quem está em casa percebe a besteira falada pelo repórter. Quem está em casa percebe ainda que o repórter insiste na besteira. Não tem humildade para voltar atrás, pedir desculpa (mas se por trás das câmeras há pedidos de desculpa, aí são outros quinhentos).
Não bastasse na TV, um repórter do “CQC” escreveu no Twitter uma grande asneira que lhe pode render um processo por racismo, isso porque o Ministério Público de São Paulo (MP-SP) já anunciou que irá investigar o caso.
Agora há pouco, eu mesmo li a mensagem no Twitter do humorista Danilo Gentili que compara jogador de futebol com o gorila do filme King Kong.
“Agora no TeleCine KingKong, um macaco q depois q vai p/ cidade e fica famoso pega 1 loira. Quem ele acha q e? Jogador de futebol?”, escreveu o humorista.
Ele até tentou se justificar com outras duas mensagens. A primeira diz: “Alguem pode me dar 1 explicacao razoavel pq posso chamar gay de veado, gordo de baleia, branco de lagartixa mas nunca um negro de macaco?”
Que arrogância, meu Deus! Seria mais simples, e traria menos problemas, se ele apagasse a mensagem que comparou jogador de futebol com macaco e, em seguida, escrevesse: “Desculpe pela piada de mau gosto, gente”. Seria mais aceitável, afinal, todo mundo erra. Mas não. A arrogância não deixou.
E tem mais. Faço questão aqui de responder porque ele nunca pode chamar um negro de macaco. Se Danilo não sabe, há uma enorme divida da sociedade brasileira com o negro, porque, durante 300 anos, ele foi explorado como escravo e, ainda hoje, são os mais excluídos. Nem o gay, nem o gordo e muito menos o branco foram escravos no Brasil – pelo menos, oficialmente.
Além disso, quem foi que disse que gay, gordo e branco gostam de ser chamados pelos apelidos listados pelo humorista?
Já na segunda mensagem para justificar o injustificável, Gentili escreve: “Reparem: na piada do KingKong nao disse a cor do jogador. Disse q loira saiu c/ cara pq e famoso. A cabeca de vcs q tem preconceito hein”.
Seria preciso dizer a cor do jogador, quando se sabe muito bem que o futebol é uma das poucas maneiras de ascensão social do negro?
E ainda tem gente que continua assistindo ao programa dessa cara na TV.
Se você prestar bem atenção nas matérias, o mais importante não é a resposta e, sim, a pergunta. Assim como o programa "Pânico na TV", o que mais aparecem nas matérias são as perguntas (não sei se isso é resultado do trabalho do editor).
A arrogância fica explicita, principalmente, quando o repórter fala uma besteira achando que está abafando. Às vezes, o editor até cochila e permite o vazamento de parte da resposta do entrevistado. Quando isso acontece, quem está em casa percebe a besteira falada pelo repórter. Quem está em casa percebe ainda que o repórter insiste na besteira. Não tem humildade para voltar atrás, pedir desculpa (mas se por trás das câmeras há pedidos de desculpa, aí são outros quinhentos).
Não bastasse na TV, um repórter do “CQC” escreveu no Twitter uma grande asneira que lhe pode render um processo por racismo, isso porque o Ministério Público de São Paulo (MP-SP) já anunciou que irá investigar o caso.
Agora há pouco, eu mesmo li a mensagem no Twitter do humorista Danilo Gentili que compara jogador de futebol com o gorila do filme King Kong.
“Agora no TeleCine KingKong, um macaco q depois q vai p/ cidade e fica famoso pega 1 loira. Quem ele acha q e? Jogador de futebol?”, escreveu o humorista.
Ele até tentou se justificar com outras duas mensagens. A primeira diz: “Alguem pode me dar 1 explicacao razoavel pq posso chamar gay de veado, gordo de baleia, branco de lagartixa mas nunca um negro de macaco?”
Que arrogância, meu Deus! Seria mais simples, e traria menos problemas, se ele apagasse a mensagem que comparou jogador de futebol com macaco e, em seguida, escrevesse: “Desculpe pela piada de mau gosto, gente”. Seria mais aceitável, afinal, todo mundo erra. Mas não. A arrogância não deixou.
E tem mais. Faço questão aqui de responder porque ele nunca pode chamar um negro de macaco. Se Danilo não sabe, há uma enorme divida da sociedade brasileira com o negro, porque, durante 300 anos, ele foi explorado como escravo e, ainda hoje, são os mais excluídos. Nem o gay, nem o gordo e muito menos o branco foram escravos no Brasil – pelo menos, oficialmente.
Além disso, quem foi que disse que gay, gordo e branco gostam de ser chamados pelos apelidos listados pelo humorista?
Já na segunda mensagem para justificar o injustificável, Gentili escreve: “Reparem: na piada do KingKong nao disse a cor do jogador. Disse q loira saiu c/ cara pq e famoso. A cabeca de vcs q tem preconceito hein”.
Seria preciso dizer a cor do jogador, quando se sabe muito bem que o futebol é uma das poucas maneiras de ascensão social do negro?
E ainda tem gente que continua assistindo ao programa dessa cara na TV.
3 comentários:
Você não pode generalizar um programa inteiro por causa da estupidez de um "reporte", o que há de engraçado em programas humorísticos não é a seriedade da resposta que qualquer entrevistado venha a responder, nem tão pouco a qualidade da pergunta do intrevistador. O que é engraçado é o cômico, o exagero, o inesperado.
Com certeza é muito importante fazermos análise crítica com relação ao que é veiculado pelas emissoras, porém não concordo quando as pessoas enxergam além do que é útil enchergar, o programa ao qual o artigo se refere despertou em muitas pessoas o senso crítico com relação a temas de suma importância no país, dentre os poucos que assisto é um dos mais inteligentes e engraçados,mesmo que algumas vezes seja um humor ácido...já com relação ao racismo é como discutir o sexo dos anjos:existe ou não???
Com certeza é muito importante fazermos análise crítica com relação ao que é veiculado pelas emissoras, porém não concordo quando as pessoas enxergam além do que é útil enchergar, o programa ao qual o artigo se refere despertou em muitas pessoas o senso crítico com relação a temas de suma importância no país, dentre os poucos que assisto é um dos mais inteligentes e engraçados,mesmo que algumas vezes seja um humor ácido...já com relação ao racismo é como discutir o sexo dos anjos:existe ou não???
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