Distrito Federal vive crise sem precedente na história deste país. O governador interino pode estar atolado até o pescoço no grande mar de lama que inundou a capital da República
O governador licenciado do Distrito Federal (DF) José Roberto Arruda (ex-DEM) ficará preso mais uma semana, ainda assim ele não deu nenhum sinal de que renunciará ao cargo. De acordo com pessoas que mantém contato com Arruda, o governador presidiário acha que será solto e governará até o final de seu mandato. Parece que Arruda não tomou conhecimento da gravidade da atual crise, nunca antes vista na história deste país.
O DF se encontra sob ameaça de intervenção; seu governador está preso, sem apoio do próprio partido; não existe mais vice-governador; e o governador interino Wilson Lima (PR), além de responder processos na justiça, pode estar atolado até o pescoço no grande mar de lama que inundou a capital da República. Com exceção de seis deputados, 18 parlamentares que votaram pela aprovação do Plano Diretor de Ordenamento Territorial do DF, segundo depoimento de Durval Barbosa, receberam um pagamento de 420 mil reais, o que inclui Wilson Lima.
À suspeita de compra de consciência acrescenta-se o fato de que o jornalista Edmilson Edson dos Santos, o Edson Sombra, informou, nos bastidores, que possui munição suficiente para derrubar o governador interino Wilson Lima. O DF, portanto, se encontra numa situação muito delicada, pois a qualquer momento pode trocar de governador.
O julgamento do pedido de habeas corpus de Arruda seria hoje (25) no Supremo Tribunal Federal, mas foi adiado a pedido dos advogados de defesa do presidiário. Agora, os deputados distritais com o rabo preso não sofrerão tanta pressão no julgamento dos processos de impeachment do governador licenciado. A apresentação do relatório, provavelmente favorável ao impedimento de Arruda, será amanhã (26). O relator é o petista Chico Leite, declaradamente, a favor do afastamento do governador licenciado.
A votação do pedido de impeachment pode se dar com rapidez. Se por um lado 18 distritais podem estar no bolso de Arruda, por outro – é importante destacar – a presidência da Câmara Legislativa é ocupada por um político da oposição, o deputado Cabo Patrício (PT). Como presidente da Câmara, Cabo Patrício é quem dará as cartas. Se os 18 parlamentares vendidos optarem por salvar o governador, Patrício pode pedir uma votação aberta para expor os mensaleiros.
A situação não está nada fácil para Arruda. Talvez a melhor saída seria seguir os mesmo passos do ex-vice-governador Paulo Otávio (ex-DEM).
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