Deputados distritais são culpados pela atual conjuntura
Brasília completará 50 anos no próximo 21 de abril e, atualmente, seus moradores não sabem ao certo quem estará governando o Distrito Federal (DF). Poderá ser o governador licenciado José Roberto Arruda (ex-DEM), o governador interino Wilson Lima (PR), o presidente do Tribunal de Justiça do DF, Nívio Geraldo Gonçalves, ou um interventor federal.
Há 13 dias preso na superintendência da Polícia Federal, o governador licenciado José Roberto Arruda poderá ficar livre amanhã (25), caso o plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) aceite o pedido de habeas corpus, negado pelo ministro Marco Aurélio Melo. Livre, o governador poderá reassumir o cargo. Livre, ele enfrentará processos de impeachment. O impedimento é uma realidade porque o deputado distrital Chico Leite (PT) é o relator dos processos e manifestou sua intenção de aceitar os pedidos de impeachment.
Com Arruda impedido, reassumiria em seu lugar o presidente da Câmara Legislativa, pois o DF já não possui vice-governador (conforme os posts abaixo). O deputado distrital Wilson Lima seria novamente o chefe do executivo, mas por pouco tempo. Se quiser concorrer à reeleição, o parlamentar deverá deixar o cargo no início de Abril.
Assumiria, em seu lugar, o presidente do TJDF, Nívio Geraldo Gonçalves. Ele já informou que sua primeira atitude seria convocar eleições para escolher um novo governador.
Mas, bem antes de Nívio assumir, o DF pode sofrer uma intervenção federal. Os deputados distritais estão morrendo de medo e querem, a todo custo, evitar que um interventor assuma o GDF. Eles sabem que poderão encerrar seus mandatos antes do previsto, se houver a intervenção.
Se hoje o DF se encontra na atual conjuntura, a culpa é da própria Câmara Legislativa. Com nove parlamentares – estou contando com Pedro do Ovo, que assume uma vaga com a ida de Wilson Lima para o GDF – envolvidos no esquema de corrupção investigado pelo inquérito 650 do Supremo Tribunal de Justiça, a Câmara Distrital, acostumada com a impunidade, fez pouco caso da crise. Há três meses, ela poderia ter feito tudo, e muito mais, que está fazendo sob ameaça da intervenção federal.
A Câmara Legislativa não tomou providências no início da crise porque a maioria dos deputados distritais tem o rabo preso. Eles pensaram que enrolando, esperando o natal, as festas de fim de ano e o carnaval passarem, a sociedade esqueceria e aceitaria o grande mar de lama que sufoca hoje a política local.
Eles se enganaram.
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