Blog do Paraíso: Jovem fica traumatizado depois de passar duas semanas no Exercito

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Jovem fica traumatizado depois de passar duas semanas no Exercito

A ditadura militar acabou, oficialmente, em 1988. Oficialmente, repito. Nos bastidores, nos porões escuros, ainda existem a tortura e o abuso de autoridade, tanto nas delegacias, quanto nos quartéis.

Recentemente, conheci um jovem de 19 anos que, em julho, ingressou no quartel da Polícia do Exercito, a temível “PE”. Seu nome: Leandro Fiúsa de Souza. De acordo com a sua mãe, Maria José Fiúsa de Souza, duas semanas depois, numa sexta-feira, ligaram para ela do quartel dizendo que o rapaz adoecera. Ela e o marido foram à enfermaria. “Encontrei o meu filho paralisado, com os olhos arregalados, as mãos e os pés frios. Parecia que ele estava morto”, conta a mulher.

O jovem, segundo sua mãe, foi transferido para o Hospital das Forças Armadas, o HFA. Lá, ficou em coma durante 12 dias. “Eles fizeram um monte de exames e não deu nada. Estão falando que é depressão”, Maria explica.

Leandro agora está em casa. Aliás, não sai de casa. Traumatizado, ele não consegue tomar banho ou se alimentar sozinho. Usa fraldas e quase não fala. Apenas diz quando está com fome. “Ele não pode ver ninguém de verde que já fica assustado”, diz a mãe. “Há dois meses não conseguimos dormir, porque, toda vez que ele começa a se debater e a gritar, acordamos assustados pensando que ele está fazendo alguma coisa errada”, acrescenta.

A família de Leandro não sabe o que de fato aconteceu, mas deseja que o Ministério Público investigue o caso. Uma solução para esse mistério precisa ser encontrada. Se, de fato, houve tortura e abuso de autoridade, o responsável deve ser punido. Caso a impunidade prevaleça, este será apenas mais um entre tantos outros casos semelhantes.

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