Blog do Paraíso: Em entrevista Agnelo afirma: "No meu governo, não vai ter mensalão"

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Em entrevista Agnelo afirma: "No meu governo, não vai ter mensalão"

O governador eleito avisa que não negociará a compra de votos na Câmara nem repetirá o "erro crasso" de deixar que parlamentares façam todas as indicações para cargos nas administrações regionais. Além disso, frisa que a população deu um basta no coronelismo

Ana Maria Campos
Lilian Tahan
Marcelo Tokarsky
(texto publicado no site do Correio Braziliense)

Quase nove quilos mais magro desde o início da campanha, o governador eleito parece ter saído de uma guerra. Agnelo Queiroz (PT) considera ter derrotado no Distrito Federal o coronelismo, uma prática, avalia, já extinta nos rincões do país que caracterizou as administrações e a forma de fazer política de Joaquim Roriz. (PSC). “Há uma substituição dos antigos coronéis. É muito forte isso no Nordeste. Se está acontecendo no nosso país, quanto mais na capital do Brasil”, afirmou Agnelo. Ele, no entanto, prefere não decretar o fim de Roriz. Deixa essa interrogação para os eleitores. “É a população que vai julgar, sobretudo comparar a prática e o governo dele com o nosso”, disse.

Apesar da votação expressiva — o petista saiu da eleição com 66,1% dos votos válidos — , ele tem consciência de que sua performance ocorreu em decorrência da crise política que se abateu sobre o Distrito Federal. Na avaliação do governador eleito, as imagens constrangedoras de dinheiro na meia, na bolsa e em malas que foram parar na televisão por conta da Operação Caixa de Pandora criaram um sentimento de mudança na população da capital do país. Ele conta, nesta entrevista ao Correio, que no início da campanha havia um sentimento muito forte de ceticismo das pessoas. Aos poucos, no entanto, o eleitorado passou a ter esperança. “Essa foi uma transformação maravilhosa”, afirmou.

Um dos erros apontados pela Caixa de Pandora em relação à atuação de seus antecessores, Agnelo promete não cometer. Garante que em sua gestão não haverá negociação de votos com deputados para aprovação de projetos de interesse do Executivo. Ele também avisa que considera um “erro crasso” entregar todos os cargos das administrações regionais para indicação de parlamentares, sem levar em conta critérios de competência e compromisso com o programa de governo. “Uma coisa asseguro: não vou repetir essa prática fracassada, derrotada, para não falar outras palavras. No meu governo, não vai ter mensalão.”

Nenhum comentário: