Blog do Paraíso: Saúde pública no DF: roubo seguido de morte

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Saúde pública no DF: roubo seguido de morte

A saúde pública no Distrito Federal (DF) deveria ser tratada como um caso de polícia. Latrocínio, roubo seguido de morte, é o crime a ser investigado e punido.

Graças a ação criminosa, faltam nos hospitais do DF medicamentos, equipamentos e leitos nas Unidades de Terapias Intensivas (UTIs). Sem a devida atenção, pessoas, tratadas pior que gados ou porcos, morrem nas filas.

O latrocínio é praticado por meio de uma má gestão proposital. As licitações para aquisição de medicamentos e equipamentos não são feitas no seu devido prazo, o que leva os hospitais a não atenderem a demanda da população. Para evitar a morte dos pacientes, a justiça se vê obrigada a autorizar a compra emergencial, sem licitação. Com isso, os medicamentos e equipamentos são comprados por um preço bem mais alto do que sairia, se fossem realizadas as licitações.

As licitações, muitas vezes, não são realizadas no prazo porque o Ministério Público encontra inúmeras irregularidades nos contratos.

O caso é muito complicado, mas, há anos, a prática é repetida sistematicamente. O mais prejudicado não é nem aquele que tem o dinheiro de seus impostos tragados pelo superfaturamento das compras emergenciais. Mas, sim, aqueles que perdem a vida por falta de um atendimento adequado.

Está mais do que provado que o grande problema da saúde pública do DF não é a falta de dinheiro, mas, sim, a má gestão.

Divulgado em 29 de junho, relatório da Controladoria Geral da União (CGU) apontou o superfaturamento de 23 milhões na compra de medicamentos. O documento, que analisou como foi gasto o dinheiro dos impostos arrecadados em todo Brasil e repassado para o DF, pelo governo federal, entre 2006 e 2009, revelou que mais de 218 milhões e 730 reais que deveriam ser aplicados na saúde pública permanecem fazendo caixa do Bando Regional de Brasília (BRB).

De acordo com o relatório do Departamento Nacional de Auditoria do SUS (Denasus), entre março de 2009 e outubro deste ano, o Hospital de Santa Maria, que foi privatizado no governo de José Roberto Arruda (ex-DEM), recebeu da Secretaria de Saúde 140 milhões de reais. A Sociedade Espanhola, que administra o Hospital, não sabe explicar como foram gastos 10 milhões desse dinheiro, conforme noticiou o DF TV, telejornal da Rede Globo Brasília (clique aqui e veja).

Se o dinheiro superfaturado e torrado sem explicação for somado com os recursos que fazem caixa no BRB, a saúde pública teria mais de 250 milhões para serem investidos. Isso sem contar o dinheiro do Mensalão do DEM que foi parar em cuecas, meias e bolsas.

Existem, portanto, recursos e a população clama por uma solução definitiva para o caos da saúde pública. O novo governador do DF, Agnelo Queiroz (PT-DF), assumiu o compromisso de, a partir de 1º de janeiro, ser o responsável direto pela área.

Tomara que o problema seja, de fato, resolvido.

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