Blog do Paraíso: Eternos governistas

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Eternos governistas

Existe um grupo na política que sempre se dará bem. Independente de qualquer partido, quem compõe esse grupo sempre será governo. Nunca oposição. São pessoas, na verdade, que dançam conforme a música.

No Distrito Federal (DF), por exemplo, existem muitos cabos eleitorais que trabalharam durante anos para o ex-governador Joaquim Domingos Roriz (PSC-DF). Hoje, são apoiadores do governador eleito Agnelo Queiroz (PT-DF), mas, antes, eram bajuladores do ex-governador José Roberto Arruda (eterno ex-DEM).

Isso acontece porque, quando eles percebem que o barco vai afundar, sem hesitar, abandonam o navio e procuram um novo refúgio, de preferência, uma embarcação que segue em vento e polpa.

Aconteceu em 2006, quando Roriz se candidatou a senador pelo PMDB e apoiou o então candidato José Roberto Arruda (ex-DEM-DF), que venceu já no primeiro turno.

Aconteceu neste ano, quando, no segundo turno, todas as pesquisas apontavam Agnelo Queiroz vencedor destas eleições.

Pessoas que sempre foram contra o PT, que sempre tiveram ojeriza, asco, vilipêndio pela aquela gente que usa vermelho e carrega no peito a estrela vermelha, hoje, sem nenhum pudor, fala que sempre foi petista.

Mas isso só vai durar os primeiros anos do governo de Agnelo. Assim que o barco começar a enfrentar as primeiras turbulências, eles vislumbrarão no horizonte uma nova embarcação e, no momento certo, quando o capitão Agnelo não tiver mais controle da situação, “tum”, saltarão de corpo e alma, deixando o navio afundar.

Foi exatamente isso que aconteceu no governo Arruda. Enquanto o barco navegava nas mais tenras águas, com raríssimas exceções, todo mundo era arrudista. Até que o senhor Durval Barbosa, a mando ou não de Roriz, revelou as devastadoras imagens que compõe o mais bem documentado escândalo de corrupção já visto na história deste país.

Arruda foi preso e cassado. Eles logo perceberam que o barco já não aguentava mais e saltaram para junto do capitão Agnelo. Outros foram para junto de Roriz, mas logo depois mudaram de ideia e decidiram seguir os “companheiros”, principalmente, quando viram o enquadramento do ex-governador na lei da ficha limpa.

Para essa gente, é assim que se faz política, é assim que é a política. Ontem, todo mundo era DEM. Hoje, todo mundo é PT. Amanhã, PSDB.

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