Blog do Paraíso: A Chave do Carro

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

A Chave do Carro

A vida é cheia de experiências. Boas ou ruins. Em dezembro de 2010, quando eu me ausentei deste Blog, tive uma bastante desagradável. Pela primeira vez, tranquei o meu carro e deixei a chave dentro dele.

Eu estava numa chácara, próxima ao município goiano de Formosa. Tinha acabado de chegar numa festa em comemoração ao segundo casamento de minha prima.

A chave caiu no porta malas, quando eu estava procurando um objeto em minha bagagem. Soltei a chave sem querer, após o meu primo tirar a minha concentração. Ele veio fazer a famosa brincadeira do “cofrinho” – quando uma pessoa se curva, aparece um pedacinho das nádegas e um gaiato fica querendo colocar uma moeda dentro das calças dela.

Pensando que a chave estava em meu bolso, fechei o porta malas. Imediatamente, tive a sensação de que algo estava errado. Coloquei a mão no bolso e percebi que a chave não estava nele. E agora? Como prosseguir a viagem? Minha intenção era ir, no outro dia, para o município mineiro de Formoso.

Avisei logo para todo mundo o que tinha acontecido e pedi ajuda. Muitos tentaram abrir o carro com outras chaves. Procuramos um chaveiro no setor de chácaras e não encontramos. Liguei para a seguradora e tive a excelente notícia de que eles poderiam me ajudar. Informei minha localização. Poucos minutos depois a seguradora retornou dizendo que estava com dificuldade para encontrar o local.

Perguntei para os meus primos se eles conheciam algum chaveiro em Formosa que desse conta de abrir o carro. Eles responderam que sim, mas, para ir até a chácara, o chaveiro cobraria 40 reais. Não aceitei porque tive a intuição de que poderia resolver isso sem pagar nada. Liguei novamente na seguradora, mas eles não conseguiam entender a minha localização.

O clima estava tenso. Algumas pessoas ficaram em volta do carro enfiando um monte de coisa na fechadura e outras ligando para os primos que ainda não tinham chegado para saber se eles poderiam trazer algum chaveiro que cobrasse um preço em conta. Enfim, o clima da festa tinha desaparecido.

Até que minha prima, irmã da que estava casando, encontrou uma solução bem prática. “Vamos pra festa nos divertir. Tem churrasco e um monte de cerveja lá. Amanhã a gente resolve esse problema. Você não vai dormir aqui na chácara porque tem um monte de carro aqui que pode te levar para casa da minha mãe”, disse.

Realmente, não podia acabar com o clima da festa por um problema tão simples que poderia ser resolvido no outro dia.

Tomei todas naquela noite. Dancei e comemorei o casamento de minha prima. Mesmo com toda a dor de cabeça do problema, a festa foi muito boa. Muito boa mesmo.

Por volta de duas horas, peguei uma carona com meu primo até a casa da minha tia. Quando cheguei lá, cheio da razão, tive uma brilhante ideia. Na mesma hora, liguei para o meu irmão e pedi para ele trazer, pela manhã, a chave reserva. “Por que você não me ligou antes? Tinha que me acordar duas horas e meia da madrugada?”, questionou no outro dia, quando ele chegou com a chave.

Antes de meu irmão chegar, fiquei muito agoniado e triste. O tempo não passava, naquela manhã. Sem falar da ressaca, estava me sentindo um tremendo idiota. Mas meus tios me confortaram dizendo que isso acontece com qualquer um.

Só fui me sentir melhor quando retornei à chácara e consegui abrir o meu carro com a chave reserva. Ele estava lá. No mesmo lugar. Vermelho como sempre.

Voltei à casa de minha tia. Logo depois do almoço, segui viagem. No meio do caminho, pensei: poderia ter sido pior. Eu poderia ter trancado o carro com a chave dentro numa chácara mais distante ainda, onde não teria nem chaveiro ou outro carro para me dar carona.

Acredito que agora sempre estarei atento com esse tipo de coisa. Inclusive, em toda a viagem que seguiu, não repeti o erro.

Fui para Formoso de Minas Gerais. Depois para o Sítio D’ Abadia, em Goiás. De lá, dei um pulo numa região conhecida por “Conceição”. Retornei ao Sítio. No outro dia, fui para o Piratinga que fica em Minas Gerais. Enfim, eu circulei numa região que fica entre Goiás e Minas. Meus pais saíram de lá. Quem sabe numa nova oportunidade conto a vocês como foi o passeio. Mas nada tão marcante quanto esta história da chave do carro.

Um comentário:

Anônimo disse...

Gostei da história.mas vc não podia se deprimir tanto,alias não era o fim do mundo. em buracos piores já nos metemos.