Blog do Paraíso: O segundo debate de Dilma e Serra no segundo turno

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

O segundo debate de Dilma e Serra no segundo turno

Não houve vencedor no debate realizado na noite desse domingo, 17 de outubro de 2010, entre os candidatos a presidente da República.

O candidato do PSDB, José Serra, e a candidata do PT, Dilma Rousseff, foram muito bem no confronto de ideias promovido pela Rede TV e o jornal Folha de S. Paulo.

Para o eleitor de Serra, ele foi melhor que Dilma. Já para o petista, sua candidata deu um show. Quem está indeciso, certamente, continuará indeciso, pois o debate ficou empatado.

O empate, contudo, favorece a petista, porque a coloca no mesmo nível de um político que já disputou inúmeros debates em diversas campanhas, inclusive para presidente da República. É preciso lembrar que esta é a primeira vez que Dilma é candidata a alguma coisa.

Tanto Serra quanto Dilma deixaram de responder perguntas. Tanto Serra quanto Dilma cobraram insistentemente respostas. Isso de maneira civilizada e elegante.

Primeiro foi José Serra que perguntou para Dilma por que o governo Lula diminuiu os recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) para a formação técnica. Por duas vezes o tucano cobrou a resposta da petista.

Depois, Dilma perguntou por que o governo de São Paulo é contra a compra da Gas Brasiliano pela Petrobrás, mesmo a estatal brasileira oferecendo o maior preço. A petista foi insistente. Cobrou a resposta em três ocasiões. Para Dilma, o veto a compra da Gas Brasiliano pela Petrobrás favoreceria uma empresa japonesa que ofereceu um preço menor.

Essa não foi a única pergunta que Serra deixou de responder. Uma outra sobre a privatização da Eletrobrás também. Responsável por assinar o decreto de desestatização da empresa, que foi estatizada novamente no governo Lula, Serra não respondeu se privatizará outra vez a Eletrobrás.

O candidato tucano demonstrou desconforto toda vez que Dilma citava os problemas que não foram resolvidos pelo governo de São Paulo, ocupado por políticos do PSDB há 16 anos. Para combater a comparação, Serra se esquivou dizendo que Dilma estava se comportando como se fosse candidata ao governo de São Paulo.

Se o governo de Serra em São Paulo fosse realmente bom, ele não fugiria da comparação. Pelo contrário. Se sua administração no estado paulista tivesse sido boa, ele a ostentaria.

As perguntas sobre os assuntos mais espinhosos do debate ficaram a cargo das jornalistas Renata Lo Prete, colunista da Folha de S. Paulo, e Patrícia Zorzan, repórter da Rede TV.

Renata lembrou que Serra uma vez havia dito que não conhecia o engenheiro Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, e depois da publicação de uma entrevista com duras declarações do engenheiro, o tucano mudou de ideia e disse conhecer o homem que foi ex-diretor da estatal Dersa. A colunista finalizou perguntando se José Serra tinha conhecimento de que Paulo teria desaparecido de 4 milhões reais de sua campanha. Obviamente o tucano respondeu que não.

Quanto ao fato de dizer que não conhecia o engenheiro e depois desdizer que o conhecia, Serra deu a entender que fez isso por engano, porque, na primeira vez que lhe tinham perguntado sobre o ex-diretor da estatal Dersa, usaram somente a alcunha Paulo Preto, tachado por Serra como apelido racista.

Já a repórter da Rede TV perguntou se Dilma comporá seu futuro governo com pessoas que farão coisas sem seu conhecimento, como fez a ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra, demitida após o surgimento de notícias que acusa seu filho Irael Guerra de cometer um suposto tráfico de influência na celebração de contratos de empresas com os Correios.

A petista reconheceu que Erenice errou e informou que está investigando as notícias de corrupção envolvendo a ex-ministra, diferente de José Serra que, conforme a própria Dilma destacou, não tomou nenhuma medida para investigar Paulo Preto, citado na operação da Polícia Federal Castelo de Areia como suposto recebedor de propina.

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