Blog do Paraíso: Bessa pode não entrar no lugar de Jaqueline Roriz

quarta-feira, 9 de março de 2011

Bessa pode não entrar no lugar de Jaqueline Roriz

As más línguas dizem que o grande beneficiado com uma eventual cassação do mandato da deputada federal Jaqueline Roriz (PMN-DF) seria o ex-deputado federal Laerte Bessa (PSC-DF).

O problema é que Bessa, se estiver mesmo pensando que vai entra no lugar de Jaqueline, pode “dar com os burros n’água”, caso prevaleça a opinião do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre quem deve ocupar a vaga deixada por um parlamentar. De acordo com recentes liminares concedidas por ministros do STF, a vaga deve ficar com o suplente do partido e, não, da coligação.

O suplente do partido de Jaqueline é Alexandre Luis Horta Vianna (PMN-DF). Com 745 votos, ele assumiria no lugar da filha do ex-governador Joaquim Roriz (PSC-DF). E Bessa ficaria chupando o dedo. Mais uma vez, é bom lembrar.

A primeira vez aconteceu depois que Bessa deixou o PMDB-DF, num ato de apoio e fidelidade a Roriz, que teve que abandonar o PMDB-DF para tentar ser candidato a governador.

A propósito, a saída de Roriz do PMDB coincide justamente com a data em que o então secretário de Relações Institucionais Durval Barbosa resolveu entregar para o Ministério Público as fitas – nem todas reveladas – que deram origem a Operação Caixa de Pandora. A coincidência aumenta a suspeita de que Durval teria atuado para derrubar o ex-governador José Roberto Arruda (ex-DEM), que teria pedido na época para o presidente do PMDB-DF Tadeu Filippelli, hoje vice-governador, negar a legenda para Roriz se candidatar a governador do Distrito Federal.

Outro detalhe. Durval, o mesmo que gravou Jaqueline e o marido Manoel Neto recebendo um maço de dinheiro sujo, seria amigo de Laerte Bessa.

Então. Roriz deixou o PMDB-DF e se filiou ao PSC-DF, mas, graças à lei da ficha limpa, o ex-governador foi barrado, pois, em 2007, renunciou ao mandato de senador para não ser cassado por causa das denúncias de corrupção do episódio da “bezerra de ouro”.

Em seu lugar, Roriz empurrou sua esposa, Weslian Roriz (PSC-DF). Apesar de se atrapalhar em todos os debates, afirmando até que iria “defender toda aquela corrupção”, Weslian ainda conseguiu ir para o segundo turno, contudo, foi derrotada por Agnelo Queiroz (PT-DF) e Filippelli.

Bessa ficou chupando o dedo porque, além de ver Roriz enquadrado pela lei da ficha limpa e Weslian derrotada nas urnas, não foi reeleito deputado federal. A explicação para sua não reeleição seria uma suposta traição do grupo rorizista, que teria feito os cabos eleitorais de Laerte apoiar apenas Jaqueline.

Agora, com a recente divulgação das imagens da filha de Roriz recebendo dinheiro sujo, os ânimos de Bessa se reanimam, porém, com uma ressalva, já informada no início deste texto: o STF pode quebrar os ovos antes deles saírem da galinha, portanto, não é bom Laerte Bessa contá-los agora.

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