Blog do Paraíso: Ativistas midiáticos cobram a renovação da Fenaj e do Sindicato dos Jornalistas de Alagoas. Só de Alagoas?!

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Ativistas midiáticos cobram a renovação da Fenaj e do Sindicato dos Jornalistas de Alagoas. Só de Alagoas?!

Aos Jornalistas Alagoanos - Em nome da verdade histórica

O grupo que dirige o Sindicato dos Jornalistas de Alagoas está no poder a mais de 30 anos, comandando a entidade por 10 mandatos consecutivos. Paralelamente, durante todo esse período, esse grupo está ligado nacionalmente ao mesmo grupo que nacionalmente dirige a Fenaj, a qual a direção do Sindjornal Alagoas está ligada umbilicalmente, reproduzindo literalmente um modelo político-administrativo que tem causado danos irreparáveis à categoria.

Historicamente, esse grupo gestor concentrou o foco de atuação da representação sindical apenas no aspecto economicista de renegociar reajuste salarial, esquecendo que uma categoria profissional tem aspectos muito mais amplos para serem defendidos e legitimados. O grupo que atualmente dirige a Fenaj por mais de 20 anos impediram que fosse discutido e aprovado nos Congressos da categoria a mobilização para criação do Conselho Federal de Jornalismo, em nome de um corporativismo cego, pois as maiorias dos seus dirigentes não possuíam curso superior e ficariam fora da administração do Conselho Federal da Categoria, caso fosse criado. Foi esse mesmo grupo que por mais de 25 anos posicionou-se contra o estágio profissionalizante de Jornalismo, proibindo que os estudantes frequentassem as redações dos veículos de comunicação e das assessorias de comunicação em nome da proteção ao mercado de trabalho, impedindo que várias gerações de profissionais da imprensa tivessem a oportunidade de vivenciar a prática profissional, sendo prejudicados em sua formação, em nome de um corporativismo cego e autofágico.

Em relação à regulamentação e qualificação profissional, a Fenaj vem reproduzindo um modus operandis que só tem causado danos aos Jornalistas, culminando com a total desregulamentação da profissão, com a extinção da exigência do Diploma pelo STF. Em 1997, o MEC tentou uma negociação com a direção da Fenaj para buscar alternativas quanto à regulamentação profissional, através de Mestrados profissionalizantes de Jornalismo, que permitisse o acesso de outras categorias ao exercício da profissão. Esse modelo é adotado em vários países europeus. Talvez esse caminho tivesse permitido o fortalecimento da Categoria, impedindo a atual desregulamentação da profissão. A Fenaj rejeitou a proposta se recusando a sentar-se à mesa até para ouvir o que o MEC tinha a dizer.

Durante o segundo mandato do governo de Lula, o Congresso Nacional aprovou o Projeto de Lei criando o Conselho Nacional dos Jornalistas. O presidente Luiz Inácio da Silva vetou o projeto atendendo ao lobby das empresas de comunicação e a Fenaj reagiu de forma pífia e discreta, não denunciando a relação promíscua que ocorreu entre o governo federal e os empresários naquele momento, devido à proximidade da entidade com o governo petista.

Historicamente, os Jornalistas brasileiros, a exemplo dos Advogados, através da OAB, sempre exerceram um papel político relevante, através de uma postura cidadã de proximidade com a sociedade, influindo no debate sobre os grandes temas nacionais. Isso vem se perdendo. A última vez que os Jornalistas brasileiros tiveram papel preponderante em um debate de tema nacional foi durante o afastamento do ex-presidente Fernando Collor, em 1992. Isso ocorreu não através da Fenaj, mas por intermédio da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), na pessoa de Barbosa Lima Sobrinho.

Localmente, a reprodução dessa prática titubeante e vacilante também se faz sentir de forma avassaladora, através de seus efeitos danosos a Categoria. As relações promíscuas do Sindjornal com o ex-presidente da entidade e ex-secretário de comunicação do Governo Lessa, também tem prejudicado a categoria. Durante a gestão do ex-secretário, foram criados 17 cargos de confiança na Secretária de comunicação, denominados de Diretor de Comunicação, para abrigar os apadrinhados e amigos do secretário, com total anuência do Sindjornal, quando na verdade o Sindicato deveria ter exigido a realização de concurso público. O ex-secretário, que atualmente exerce o cargo de Coordenador da Assessoria de Comunicação da Assembléia Legislativa, reproduz a mesma prática na TV Assembléia, com total complacência da direção do Sindjornal, empregando vários profissionais sem o devido concurso público, conforme preceitua a lei.

O Sindjornal de Alagoas não possui nenhuma estratégia para ampliação do mercado de trabalho, reproduzindo uma política preconceituosa e excludente contra aqueles que não possuem contrato de trabalho, inclusive com proposta de exclusão do quadro social da entidade, transformando a instituição numa verdadeira Confraria, que privilegia e atende os interesses daqueles que fazem parte do mesmo grupo, reproduzindo um círculo vicioso de promiscuidade político-partidária que não condiz com o papel e a função de uma entidade de classe, que deve atuar diuturnamente na defesa dos interesses de toda a categoria.

Por isso, faz-se necessário estabelecer o processo de renovação da Fenaj e do Sindicato local para que se renovem as práticas, os conceitos e os resultados em benefício dos Jornalistas alagoanos e brasileiros.


Maceió (AL), 29 de julho de 2010.

Ativistas Midiáticos

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