MARIANA BASTOS
DE SÃO PAULO
(texto publicado na Folha.com)
A articulação nacional dos comitês populares da Copa-2014 elaborou um dossiê, divulgado ontem, no qual estima que entre 150 mil e 170 mil pessoas serão vítimas de remoções forçadas devido às obras do Mundial e da Olimpíada do Rio, em 2016.
O relatório critica as três esferas governamentais por falta de transparência. Segundo os comitês populares, não há estimativas oficiais sobre o número total de despejos.
O dossiê ainda alerta para a "faxina social" que se abate sobre os locais onde ocorrem e ocorrerão as obras para os grandes eventos e para o desrespeito dos direitos humanos nas remoções.
"São aplicadas estratégias de guerra e perseguição", afirma o trecho do documento que se baseia em relatos focados em 21 vilas e favelas de Belo Horizonte, Curitiba, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro e São Paulo.
O documento relata que, nas ações de despejo já realizadas nessas cidades, houve casos de marcação de casas a tinta sem esclarecimentos, de invasão de domicílios sem mandados judiciais, de destruição de bens móveis, de ameaças a moradores e de corte dos serviços públicos.
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