Blog do Paraíso: Demagogia e corrupção matam

domingo, 11 de abril de 2010

Demagogia e corrupção matam

A sociedade brasileira foi pautada na última semana pelos desastres naturais, com mortes evitáveis, no estado do Rio de Janeiro, especialmente, em Niterói, onde uma avalanche de barro e lixo soterrou mais de 50 casas no morro do Bumba.

A maioria das mortes poderiam não ter acontecido, se os políticos não fossem tão demagógicos e corruptos, isso tanto em âmbito federal, quanto local.

O ex-ministro da Integração Nacional Geddel Vieira Lima (PMDB), em 2008 e 2009, destinou quase toda a verba federal para prevenção de desastre natural para o estado da Bahia, que ele deseja governar em 2011. No mesmo período, o Rio de Janeiro recebeu menos de um por cento da verba. A campanha para governador de Geddel não é, segundo ele mesmo, a justificativa para a Bahia receber, nos dois últimos anos, 64,6% dos recursos do Ministério da Integração Nacional para prevenção de desastre. De acordo com o ex-ministro e candidato a governador baiano, a Bahia recebeu mais dinheiro porque apresentou mais projetos.

Falando em projetos, Sérgio Cabral (PMDB), que governa o Rio de Janeiro há mais de três anos, disse que a culpa é dos governantes anteriores. Quer dizer, desde que assumiu o governo, em 2007, ele não teve tempo para remover as famílias da área de risco.

Vocês entenderam? A culpa pelas mortes evitáveis não é do Ministério da Integração Nacional. É do estado do Rio que não apresentou projetos. Mas a culpa não é do atual governador, mas sim dos ex-governadores. Pronto. E assim se resolve o problema. Nem o atual governo federal, nem o presente governo estadual têm culpa pela morte das pessoas que estavam em áreas de risco.

Ah se Geddel Vieira Lima e Sérgio Cabral tivessem, cada um, um Durval Barbosa! Quem acompanha o mensalão do DEM sabe. Durval Barbosa é o homem que gravou políticos de Brasília recebendo dinheiro sujo de propina, dentre eles, o governador cassado e preso, José Roberto Arruda (ex-DEM). Já imaginou um Durval Barbosa na cola do ex-ministro e do governador do Rio? Sem dúvida nenhuma saberíamos mais detalhes de suas gestões. Saberíamos se o dinheiro público está sendo bem usado ou se ele tem o mesmo destino que tem o dinheiro no Governo do Distrito Federal: bolsos, meias, cuecas e bolsas.

Aqui em Brasília não há morros como no Rio de Janeiro. São poucas as áreas de riscos. Ainda assim, a demagogia e a corrupção continuam matando. Após a operação Caixa de Pandora revelar o mensalão do DEM, ficou fácil entender porque nos hospitais públicos morria gente em filas, não havia médico, faltavam remédios, leitos hospitalares, gesso e até algodão. Boa parte do dinheiro, que poderia ser usado para solucionar esses problemas, estava (está?) sendo desviado, por meio de propina, para comprar a consciência de deputados distritais e para enriquecimento de políticos, secretários e assessores.

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