Blog do Paraíso: Na Câmara, risco de pizza sabor Eurides

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Na Câmara, risco de pizza sabor Eurides

A distrital filmada enchendo a bolsa de dinheiro suspeito já avisou que não vai cair sozinha. Há o receio de que deputados faltem à sessão na qual a cassação da peemedebista será analisada, inviabilizando a votação

Ana Maria Campos e Lilian Tahan
(texto publicado no Correio Braziliense)

Deputados gazeteiros podem salvar o mandato de Eurides Brito (PMDB). Na Câmara Legislativa, poucos são capazes de defender abertamente a protagonista de um dos vídeos de maior audiência produzidos pelo ex-secretário de Relações Institucionais Durval Barbosa. Em tese, o placar da cassação do mandato da peemedebista é uma goleada. Mas uma estratégia pode tornar o processo uma pizza: a ausência de deputados no plenário no dia da votação do relatório produzido pela distrital Érika Kokay (PT) que pede a pena máxima. Para que Eurides Brito seja cassada, são necessários 13 votos entre os 24 deputados distritais. Um voto a menos significa absolvição.

Em casos envolvendo questões disciplinares, diferentemente do Congresso, na Câmara Legislativa, o voto é aberto — graças a um projeto de autoria do deputado Chico Leite (PT). Essa peculiaridade dificulta os votos contra a cassação de Eurides em pleno ano eleitoral. Mas alguns deputados avaliam que o desgaste seria menor com a omissão, principalmente se a sessão que vai tratar do assunto ocorrer em junho, com grande parte da população de olho na África do Sul, interessada nos resultados dos jogos da Copa do Mundo. Segundo relato de distritais, Eurides Brito tem demonstrado que não aceita ser transformada em bode expiatório. Ela afirma que conhece o lado obscuro da bancada governista tanto do governo Arruda, como nas administrações de Joaquim Roriz.


Comentário deste Blog: cassada ou absolvida a reputação da deputada distrital Eurides Brito já era. Ela é conhecida no Brasil inteiro como a senhora que abarrotou a bolsa com maços de dinheiro. Aposto com qualquer um que a deputada não consegue andar em locais públicos sem que alguém lhe olhe atravessado, apontando o dedo, fazendo comentário ao pé do ouvido ou, os mais ousados, cobrando abertamente explicação do episódio do mensalão do DEM. Seria melhor se Eurides tivesse renunciado ao mandato já na primeira exibição do vídeo em que aparece recebendo dinheiro supostamente ilícito. Se tivesse feito isso, talvez restar-lhe-ia, pelo menos, um tiquinho de reputação.

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