Blog do Paraíso: A saída de Fátima Bernardes do Jornal Nacional

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

A saída de Fátima Bernardes do Jornal Nacional

A ex-apresentadora do Jornal Nacional Fátima Bernardes, depois de ficar 14 anos como apresentadora titular do telejornal da TV Globo, deixou o cargo sem querer deixar. Nesta segunda-feira, 5 de dezembro, que deveria ser o primeiro dia da nova apresentadora, foi na verdade o último de Fátima Bernardes.

A jornalista Patrícia Poeta, substituta da ex-apresentadora, nem sequer sentou na cadeira de apresentadora. Patrícia chegou no final do telejornal e sentou no canto, lugar destinado para os entrevistados - assista:


Tentando convencer a si mesmo e aos telespectadores, Fátima Bernardes justificou sua saída. “Estarei muito feliz porque vou estar com um programa que é meu. Um projeto que foi aprovado pela direção geral, que me deu muito orgulho, porque não é fácil. Primeiro, é claro, teve a decisão que eu queria esse programa e, depois, para ter esse programa, eu teria que deixar o contato aqui, no Jornal Nacional”, explicou a esposa do apresentador William Bonner.

A quem Fátima quer enganar? Se seu projeto foi realmente aprovado pela direção geral, isso quer dizer que houve uma discussão sobre ele. Sem dúvida, entraria no debate, dentre outros detalhes, um muito simples: o horário. O tal programa de Fátima, contudo, ainda não tem horário. Especula-se que seja pela manhã. Mas nada foi confirmado. Isso porque foi aprovado pela direção geral. Imaginem se não fosse?

Fátima quis aproveitar todos os instantes que lhe restavam como apresentadora do Jornal Nacional, tanto que não folgou no sábado, como de costume, e apresentou o telejornal.

É, amigos leitores. A verdade sobre a saída de Fátima pode ser bem outra. “A substituição de Fátima Bernardes por Patrícia Poeta na bancada aponta para uma redefinição do principal telejornal brasileiro; a apresentadora do fantástico leva beleza para os telespectadores, na tentativa de reverter um dos piores índices de audiência do JN, que tinha mais de 50 pontos no Ibope com Cid Moreira e Sérgio Chapelin”, diz chamada que resume artigo publicado no site Brasília 247 (clique aqui para ler). “Mas Patrícia tem credibilidade?”, questiona a chamada.

Credibilidade, não sei, mas padrinho, ah!, isso, sim, Patrícia tem. A nova apresentadora do Jornal Nacional é mulher de Amauri Soares, um dos diretores da TV Globo. Talvez isso explique porque as jornalistas Renata Vasconcelos e Ana Paula Araújo, que costumavam cobrir as folgas de Fátima Bernardes, não foram escolhidas para a vaga.

Peixada à parte, há quem diga que o ingresso de Patrícia Poeta representaria a perda de espaço do todo poderoso diretor de jornalismo da TV Globo, Ali Kamel, conforme escreveu o jornalista e blogueiro Rodrigo Vianna, que já trabalhou na emissora (clique aqui para ler o artigo).

Com o enfraquecimento de Kamel, ganharia poder o marido de Patrícia Poeta, o que seria bom para o Brasil, segundo Vianna. Isso porque Amauri Soares já teria tentado uma vez livrar a TV Globo do estigma de manipulação que vinha, de acordo com o Rodrigo, “da ditadura, da tentativa de derrubar Brizola em 82, da cobertura lamentável das Diretas-Já em 84 (comício em São Paulo foi noticiado no “JN” como “festa pelo aniversário da cidade”), da manipulação do debate Collor-Lula em 89”.

Bônus: veja no vídeo abaixo a nova apresentadora em ação

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