Blog do Paraíso: Sistema político brasileiro causa confusão e distorções

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Sistema político brasileiro causa confusão e distorções

Qualquer indivíduo com inteligência mediana, ao observar o sistema político brasileiro, percebe que existe alguma coisa errada. Não é preciso ser cientista político, ou advogado, para notar que até a justiça se embaralha com algumas confusões causadas por esse sistema.

A mais recente é a dúvida acerca de quem tem direito de assumir o mandato de deputado federal licenciado: o candidato mais votado da coligação ou do partido? Eis a questão.

Além do dilema, há ainda as distorções provocadas pelo sistema político brasileiro. Todo cidadão quando vai às urnas escolher um deputado federal, estadual ou distrital, dificilmente se lembra, ou sabe, que seu voto vai para o partido e não para o candidato.

Depois, quando sai o resultado, muitos ficam sem entender como um candidato a deputado distrital que recebeu 7 mil votos é eleito e um candidato que teve mais que o dobro, 16 mil votos, não é eleito.

Aconteceu aqui no Distrito Federal. A deputada distrital Celina Leão (PMN-DF) foi eleita com 7 mil e 771 votos, enquanto Paulo Roriz (DEM-DF), mesmo obtendo 16 mil 762 votos, não conseguiu se reeleger.

O PMN-DF, somando todos os votos dos candidatos da legenda, teve um coeficiente que lhe garantiu o direito de ter um deputado distrital. No caso, o candidato mais votado, que foi Celina Leão.

Embora o total de votos dos candidatos do DEM-DF tenha garantido ao partido o direito de duas, das 24 vagas, Paulo Roriz acabou ficando de fora, pois não ficou entre os dois mais votados da legenda.

Distorções como essa aconteceram em outros estados. No Rio Grande do Sul, por exemplo, a filha de Tarso Genro (PT-RS), governador eleito do estado, ficou entre os oito candidatos a deputado federal mais bem votado. Ainda assim, Luciana Genro (Psol-RS) não conquistou uma das 31 vagas.

Em São Paulo, quem optou por dar o voto de protesto no humorista Tiririca (PR-SP), levou para a Câmara Federal, sem saber ou não, mais três candidatos: Otoniel Lima (PRB-SP), delegado Protógenes (PC do B-SP) e Vanderlei Siraque (PT-SP).

Confusão na justiça e distorções como as citadas acima são sintomas de que alguma coisa está errada.

Com ampla maioria da Câmara e no Senado, a presidenta Dilma Rousseff (PT) tem nos próximos anos a oportunidade de corrigir isso.

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