Blog do Paraíso: Nem a melhor delas escapa

sábado, 22 de outubro de 2011

Nem a melhor delas escapa

As irregularidades são comuns nos convênios entre as ONGs e o Ministério do Esporte. Até uma entidade considerada um modelo tem problemas

MURILO RAMOS E LEANDRO LOYOLA
(texto publicado no site da revista Época)

O Instituto Pró Ação é apontado pelo Ministério do Esporte como um modelo entre as ONGs que recebem recursos públicos para tocar projetos sociais. Quando autoridades estrangeiras vêm conhecer experiências de sucesso, geralmente são levadas a visitar as instalações da ONG no entorno pobre do Distrito Federal. Desde 2005, o Pró Ação mantém nove convênios que somam R$ 18,1 milhões do Ministério do Esporte. Foi contratado para atuar nos dois principais programas da pasta: o Segundo Tempo – que ministra práticas esportivas a alunos da rede pública quando estão fora das escolas – e o Pintando a Cidadania – dedicado a produzir o material usado no Segundo Tempo. Para ter uma ideia do tamanho dos problemas no Esporte, nem essa entidade mais conceituada escapa de suspeitas de irregularidades na aplicação do dinheiropúblico.

O Pró Ação é um negócio familiar. É presidido por Zilmar Moreira e administrado por seu filho, Eduardo Lima. Para confeccionar bolas, bonés e camisetas, a ONG contratou uma cooperativa dirigida por Maria Jovem Tibério de Lima. Maria é mulher de Zilmar e mãe de Eduardo. Parte do dinheiro público recebido pelo Pró Ação segue para a cooperativa dirigida por ela. “O ministério nunca impôs restrições”, afirma Eduardo Lima. “Além disso, prestamos contas de todas as despesas.” A contadora da ONG e da cooperativa é a mesma pessoa.

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