Blog do Paraíso: Censura às redes sociais na Inglaterra é criticada pelo mundo

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Censura às redes sociais na Inglaterra é criticada pelo mundo

Redação Portal IMPRENSA

A declaração de Cameron no Parlamento inglês a respeito da possibilidade de restrições às redes sociais e sistema de mensagens de celular, a fim de impedir que novas manifestações se propaguem pela web, foram criticadas por especialistas do mundo inteiro, informa a Agência O Globo.

Segundo os estudiosos, a medida, classificada como censura, não é condizente com a tradição histórica de liberdade de expressão no país, que promulgou a Magna Carta em 1215. "Sem dúvida que seria um contrassenso com a tradição histórica britânica", comenta o professor Williams Gonçalves, do curso de Relações Internacionais da Uerj. "Uma coisa é pôr ordem nas ruas, outra é coibir os meios de comunicação".

Quando os protestos no mundo árabe explodiram, que foram possíveis principalmente por causa da organização massiva realizada pelo Twitter e Facebook, o mundo ocidental, inclusive David Cameron, exaltaram a coragem dos árabes em confrontar a forte censura a que eram submetidos, e o poder de liberdade das mídias sociais. Agora, perante a ineficiência do governo britânico em conter as manifestações de jovens em violentos confrontos com a polícia, os parlamentares querem banir os "baderneiros" das redes e realizar "apagões" nos meios de comunicação.

O discurso de Cameron reverberou nas redes sociais, onde diversas personalidades e especialistas criticaram a posição britânica. "Se o Reino Unido limitar as mídias sociais para conter os distúrbios, então estaremos testemunhando um momento revelador para os regimes do Primeiro Mundo", tuitou o blogueiro egípcio Mahmoud Salem, conhecido como Sandmonkey. A pesquisadora da Universidade de New South Wales em Sydney, Kate Crawford, postou em sua página no Twitter: "Oh, Cameron, você sabe que bloquear as mídias sociais não deterá os distúrbios. Mas pode temporariamente interromper as críticas ao seu governo".

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