Paulo Tadeu Vale da Silva, ou apenas, como é mais conhecido, Paulo Tadeu, aos 31 anos, foi eleito deputado distrital pela primeira vez, em 1998, o mesmo ano em que o seu partido, o PT, depois de quatro anos governando o Distrito Federal (DF) com Cristovam Buarque, perdeu a eleição para o ex-governador Joaquim Domingos Roriz (PSC). De lá para cá, ou seja, até o PT voltar a eleger o governador do DF, Paulo Tadeu teve três mandatos na Câmara Legislativa e sempre foi oposição, criticando as obras superfaturadas, a grilagem de terras, os cabides de empregos, dentre outros problemas comuns no Governo do Distrito Federal (GDF).
Em 2010, aos 43 anos, Paulo Tadeu foi eleito o deputado federal do PT-DF com o maior número de votos, superando até o atual secretário de Habitação e deputado federal licenciado, Geraldo Magela, que, em 2002, por muito pouco não se tornou governador do DF. Enquanto Magela teve 86 mil e 276 votos, nas eleições de 2010, Paulo Tadeu alcançou 164 mil e 555 votos, quase o dobro de votos que o secretário de Habitação teve.
Em 2011, Paulo Tadeu se licenciou do cargo de deputado federal e assumiu a Secretaria de Estado mais importantes do GDF: a Secretaria de Governo. Com a importante função de coordenar a máquina pública, a Secretaria de Paulo Tadeu recebeu no governo de Agnelo Queiroz (PT) outra atribuição muito mais relevante. É a Secretaria de Governo que cuida da articulação política do GDF. Petistas dizem que toda, e qualquer, nomeação tem que passar pelo crivo de Paulo Tadeu.
Recentemente, a deputada distrital Liliane Roriz (PRTB), em entrevista para a revista Plano Brasília, afirmou que “Paulo Tadeu é o que manda no governo do Distrito Federal”. Este Blog entrou em contato com a assessoria de imprensa da parlamentar e pediu uma explicação para a afirmação de Liliane. “Toda e qualquer afirmação da parlamentar tem caráter opinativo. Obviamente, para chegar a essa conclusão, ela tem os argumentos que ela costuma falar. Um dos exemplos é a quantidade de aliados do secretário de Governo indicados para cargos estratégicos do GDF. A decisão de questões importantes e polêmicas, que têm a palavra final dele, e a grande estrutura funcional da Secretaria de Governo, uma das maiores em todos os tempos do GDF”, respondeu a assessoria de imprensa da distrital.
Os cargos estratégicos indicados por Paulo Tadeu no GDF foram noticiados pelo Jornal das Cidades. “Por exemplo, o ex-superintendente do Ibama Francisco Palhares, aliado político de Paulo Tadeu, atualmente ocupa a diretoria técnica do Serviço de Limpeza Urbana (SLU)”, cita o Jornal, que continua: “Valtrudes Pereira Franco, outro aliado político de Paulo Tadeu, está empossado na diretoria comercial da Caesb. Já Mauro Martinelli Pereira ocupa a diretoria de engenharia da CEB. Também Caubi Pereira de Santana, que foi chefe de gabinete de Paulo Tadeu na Câmara Legislativa, hoje comanda a diretoria de gestão da empresa estatal. Para chefiar a Administração Regional de Sobradinho, Paulo Tadeu nomeou Maria América Menezes”.
O Jornal das Cidades cita outros cargos e ainda revela que 80% dos trabalhadores da Secretaria de Paulo Tadeu seriam cargos de confiança, sem concurso público. Enquanto isso, há no GDF secretários enfraquecido politicamente que não puderam nomear nem 10% do que o secretário de Governo nomeou.
O Blog do Paraíso entrou em contato com Paulo Tadeu para saber quem, realmente, manda no GDF. Mas nem, ao menos, uma resposta da assessoria de imprensa recebeu.
O poder de Paulo Tadeu é tão grande no GDF que ele já foi comparado até com o deputado cassado José Dirceu (PT-SP), ex-ministro da Casa Civil do primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em entrevista para a edição de junho da revista Plano Brasília, o deputado distrital Chico Leite, após defender a separação da gestão pública da administração política, comparou Paulo Tadeu com Dirceu. “Desde o início que a secretaria de Governo já concentra... [as duas atribuições], independentemente, de nós termos lá um gênio, que é o Paulo Tadeu. Nós não estamos discutindo a pessoa. Você veja que Lula iniciou fazendo isso com Zé Dirceu, que é outro gênio, e não deu certo”, disse Chico Leite.
Quando José Dirceu era ministro da Casa Civil, o seu poder era tão grande que muitos diziam que quem mandava no governo Lula era ele. O fato virou motivo de disputas dentro do governo e de desconforto entre os aliados governistas, até o deputado cassado Roberto Jefferson (PTB-RJ) botar a boca no trombone e denunciar um suposto esquema de corrupção conhecido por “mensalão do PT”.
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