Blog do Paraíso: Fiesp pede realização de novos leilões do setor elétrico sem dizer isso na propaganda

domingo, 4 de setembro de 2011

Fiesp pede realização de novos leilões do setor elétrico sem dizer isso na propaganda



A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) lançou uma campanha para reduzir o preço da energia elétrica. Na propaganda exibida na televisão (assista ao vídeo acima), o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, fala apenas sobre a redução da taxa de energia, sem mencionar que a campanha também pede a renovação das concessões do setor elétrico.

“Eu abaixo assinado venho, por meio deste documento, exigir a realização de leilões para a renovação das concessões do setor elétrico, conforme determina a Constituição Brasileira e de acordo com o disposto na legislação específica sobre o assunto”, diz o texto do manifesto que aparece no site da campanha, após o cidadão fornecer seus dados pessoais e clicar em “avançar”.

Só no segundo parágrafo é mencionada a principal razão da campanha. Veja o que diz o texto: “Exijo também que tais leilões adotem o critério de menor tarifa, beneficiando a todos os consumidores e garantindo a plena defesa dos interesses de toda a sociedade brasileira”.

Até as 21 horas e três minutos deste domingo, 50 mil e 285 pessoas assinaram o manifesto.

De acordo com a propaganda da Fiesp, a conta de luz paga pelos brasileiros é uma das mais caras do mundo porque as empresas estatais foram autorizadas a acrescentar um valor a mais na taxa cobrada pela energia para compensar o dinheiro que foi investido na construção das usinas. As empresas deveriam fazer essa cobrança por 35 amos.

“Acontece que os 35 anos já passaram. Prorrogaram por mais 20. E agora, em 2015, quando isso deveria acabar de uma vez, querem prorrogar de novo para a gente continuar pagando o que a gente já pagou. É um absurdo. E já existe uma lei que proíbe isso”, alerta o presidente da Fiesp.

No site da campanha “Energia a Preço Justo”, a Federação explica como a realização de novos leilões reduziria o valor da conta de luz. “Os novos leilões devem ser realizados pelo critério de menor tarifa. Hoje, o preço médio da energia comercializada por essas usinas é R$ 90,98 por megawatt/hora. No entanto, nos leilões mais recentes de concessão (usinas de Santo Antonio, Jirau, Belo Monte e Teles Pires) o preço médio dessa energia, descontada a amortização dos investimentos, foi R$ 20,69 por megawatt/hora, em média. Ou seja, 77% mais barata”, explica o texto do site.

“Com a realização de novos leilões para os contratos que vencerão a partir de 2015, estima-se que a economia para os consumidores poderá chegar a 918 bilhões de reais, em 30 anos. Ou 30 bilhões de reais por ano, o que daria para manter mais dois programas sociais do tamanho do Bolsa Família”, o texto acrescenta.

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