Blog do Paraíso: Loteamento de cargos tinha até planilha

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Loteamento de cargos tinha até planilha

Documentos obtidos com exclusividade pelo Correio mostram como o governo Arruda partilhou 2.982 postos de trabalho comissionados entre parlamentares em troca de apoio. Barganha custava R$ 4,36 milhões por mês

Ana Maria Campos
Lilian Tahan
(texto publicado no Correio Braziliense)

A mesada era apenas uma parte do estímulo oferecido aos políticos no Distrito Federal. Deputados distritais, federais e senadores tinham direito a manter pendurado na estrutura do governo um exército de cabos eleitorais. Todos os detalhes do fatiamento da administração pública entre os apadrinhados de aliados do ex-governador José Roberto Arruda (sem partido) eram controlados em planilhas sob a responsabilidade do então chefe da Casa Civil, José Geraldo Maciel, escalado para a missão de manter uma boa relação com a base política. O Correio teve acesso com exclusividade aos registros dos dados armazenados no computador de Maciel apreendido durante a Operação Caixa de Pandora. Mantidos em sigilo no Inquérito nº 650 do Superior Tribunal de Justiça (STJ), os documentos esmiuçam um esquema de partilha do poder com base em critérios inventados para atender a uma hierarquia que estabelece gradações entre os aliados.

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