Blog do Paraíso: Movimento defende a aplicação do voto distrital nas eleições de 2012

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Movimento defende a aplicação do voto distrital nas eleições de 2012

O movimento “#EuVotoDistrital” chegou em setembro de 2011 com um número de assinaturas bem abaixo de sua meta. Com o objetivo de mobilizar os brasileiros em defesa da criação de uma lei que implante o voto distrital já nas eleições de 2012, o movimento coletou até as 16 hora e 30 minutos, desta terça-feira, 41 mil e 953 assinaturas. A meta é chegar a 1 milhão de assinaturas neste mês.

“As assinaturas captadas não têm qualidade jurídica. Neste Movimento, elas funcionam como termômetro da mobilização, como indicador da pressão popular. As leis já estão engatilhadas no Congresso Nacional, precisamos mostrar que essa é a mudança que queremos”, explica o texto do site que coleta as assinaturas do movimento “#EuVotoDistrital”.

Para dar visibilidade ao movimento, a última edição da revista Veja publicou uma matéria de sete páginas, com chamada de capa. Na reportagem, a revista apresenta “10 motivos para apoiar essa ideia que aumenta o poder do eleitor e diminui a corrupção”. E desafia: “se, no fim desta reportagem, você também ficar convencido de que o distrital é a melhor opção para o país, acesse o endereço eletrônico http://www.euvotodistrital.org.br/, para assinar a petição que será enviada aos parlamentares em Brasília, propondo a mudança”.

Os argumentos apresentados pela revista são convincentes. Eles mostram como o voto distrital facilitaria a escolha e a fiscalização dos eleitos pelos eleitores. “No ano passado, uma pesquisa encomendada pelo Tribunal Superior Eleitoral mostrou que, um mês depois da eleição, 22% dos brasileiros não faziam ideia do nome do candidato em que haviam votado para deputado federal. É um ciclo vicioso: o eleitor não se sente representado por nenhum parlamentar, por isso se esquece do nome dos políticos e, assim, abre mão do direito de fiscalizá-los. No sistema distrital, essa situação muda radicalmente, já que cada distrito passa a ter apenas um representante. Lembrar seu nome será tão automático quanto lembrar quem é o prefeito da cidade”, explica a reportagem da revista Veja.

Se o voto distrital tivesse sido adotado na eleição passada, dos oito deputados federais eleitos pelo Distrito Federal, apenas um seria diferente. De acordo com a simulação do site “#EuVotoDistrital”, o ex-deputado federal Laerte Bessa (PSC-DF) seria reeleito. Quem não seria eleito seria o deputado federal Luiz Pitiman (PMDB-DF), pois o voto distrital acabaria com o coeficiente eleitoral e, consequentemente, com os puxadores de votos, como o deputado federal Francisco Everardo Oliveira Silva (PR-SP), o Tiririca. Com a nova regra, os candidatos só seriam eleitos com os próprios votos.

Outras vantagens do sistema de voto distrital seria a redução dos gastos de campanha e, sobretudo, da corrupção. “Diferentes sistemas eleitorais têm efeitos diversos sobre o grau de corrupção. Casos como o do Brasil, com muitos candidatos apresentados em lista aberta e que competem em áreas demasiado vastas, estimulam a ilegalidade. A corrupção e a busca por número gigantesco de votos andam de mãos dadas”, disse à revista Veja a cientista política Miriam Golden, da Universidade da Califórnia.

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